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REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP

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diante das ações da aluna, não necessariamente um elogio. Tal dado me faz pensar<br />

que provavelmente a aluna sentisse falta de um tipo de devolutiva em relação a seu<br />

aprendizado, e quando isso aconteceu, a aluna entendeu como elogio o que a fez<br />

sentir-se bem. Talvez esse sentimento possa ser associado á questão do reforço.<br />

Como visto no capítulo de fundamentação teórica do presente trabalho, na<br />

concepção behaviorista de aprendizagem, acertos produzem estímulos e devem ser<br />

reforçados. A aluna parece ter vivido sua aprendizagem até o início das aulas<br />

particulares em um paradigma com forte influência behaviorista e pode ter se<br />

acostumado com tal concepção.<br />

Outro aspecto que considero importante é a questão do comparativo com a<br />

infância: “Eu não sou mais uma criança, mas receber um elogio é muito bom”, como<br />

se a aluna acreditasse por alguma razão que elogios e palavras positivas devessem<br />

ser dirigidos apenas a crianças na mais tenra infância e não a adultos. Acredito que<br />

seja necessário verificar que o adulto também tem questões afetivas a serem<br />

tratadas na aprendizagem. A receptividade que a aluna demonstra ter ao receber o<br />

retorno que a professora lhe dá, é um indício de que tal retorno é bastante<br />

significativo, ou seja, ao se dar um retorno, reconhece-se a existência e a presença<br />

do outro.<br />

Há evidências de uma experiência de aprendizagem baseada em uma<br />

relação dialética, em que o indivíduo age no mundo, transformando e sendo<br />

transformado. Tal perspectiva opõe-se diretamente à perspectiva behaviorista em<br />

que o indivíduo aprende por meio de estímulos, prêmios e punições. Uma<br />

aprendizagem que considera a participação social, em termos vygotskyanos, pois<br />

aprender passa a significar, segundo Vygotsky (1930/88; 1934/99), “estar no mundo<br />

com alguém, uma forma de co-participação social, em um contexto histórico, cultural<br />

e institucional”.<br />

Analisemos o próximo excerto:<br />

“Não estou fazendo mais inglês por obrigação. Agora estou sentindo prazer<br />

em aprender”. (diário 25/08/05)<br />

A aluna usa as palavras “fazer inglês”, o que normalmente é dito pelas<br />

pessoas quando fazem um determinado curso: “eu faço inglês, faço yoga, faço<br />

academia”. Acredito, portanto, que ela se referisse aos estudos desenvolvidos em<br />

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