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REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP

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“Eu tenho objetivo que é aprender inglês. A falar, a ouvir, a entender, a<br />

escrever. E o inglês... Hoje, você não consegue... Hoje você não é ninguém<br />

se você não tiver inglês no seu curriculum/ Inglês fluente / Não é inglês// É<br />

inglês fluente /” (Entrevista 2)<br />

“...logo, logo, estarei fluente.” (diário de 08/08/05)<br />

De acordo com Celani (anotações de aula, 2005), inglês fluente, assim como<br />

proficiência, são aspectos extremamente relativos, usados sem muito critério e que<br />

necessitam de uma melhor definição. A pergunta que necessariamente precisa estar<br />

vinculada ao propósito de estudo é: “Para quê?”, o que deveria incluir o propósito da<br />

situação de uso. Ex.: O aluno é proficiente para leitura de textos acadêmicos, ou<br />

para atender chamadas telefônicas, etc. Assim, a utilização do termo “fluente”<br />

parece sim, tal como descrito por Celani em sua aula, usado sem muito critério,<br />

omitindo o que a aluna de fato pretendia saber e/ou aprender.<br />

A mídia também muitas vezes se ocupa em divulgar anúncios de empregos<br />

solicitando inglês fluente, também sem incluir a situação de uso do idioma, o que, a<br />

meu ver, contribui para o saber do senso comum: o termo é usado de maneira<br />

ampla e genérica sem uma reflexão. Usa-se o termo sem saber exatamente ao que<br />

ele se refere ou prevê uma fluência de falante nativo, associada à proficiência de<br />

falante ideal.<br />

Ana Paula não parecia ver a si mesma como uma pessoa que soubesse falar,<br />

ouvir, entender e escrever inglês, assim há indícios de que essa visão depreciava<br />

muito sua auto-estima e a imagem que a aluna tinha de si mesma, pois segundo ela,<br />

não se é alguém, se o inglês apresentado no curriculum não for fluente.<br />

Gostaria neste momento de retomar a questão da reação da colega C ao<br />

saber que Ana Paula participaria das aulas com ela, por tratar-se de um assunto<br />

que, acredito, tenha influenciado a visão da aluna sobre si mesma.<br />

Eis seu diário:<br />

“Hoje foi minha primeira aula com a professora da escola B. Eu tirei uma cópia<br />

do capítulo que iria ser dado para poder acompanhar. A C explicou em inglês<br />

o porque de estarmos lá, e disse para a professora que cabia a ela administrar<br />

o andamento da aula. Também deixou bem claro a sua insatisfação quanto a<br />

decisão do diretor em juntar níveis diferentes em uma sala.” (09/08/05)<br />

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