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CAPA EIA PARNAIBA-CASTELHANO.cdr - Ibama

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O rio para as populações ribeirinhas é o elemento organizador de sua dinâmica sócio<br />

espacial. Para essas comunidades a noção de passagem do tempo deriva do movimento<br />

das águas, dos sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do<br />

sol. Nesses termos, a construção interpretativa do mundo ribeirinho está carregada de<br />

sentido, significados e símbolos nascidos dos conhecimentos acumulados na vivência<br />

cotidiana com o ambiente. Os mitos e as narrações míticas são elementos aos quais os<br />

indivíduos atribuem um significado e que por sua vez, orienta-os no mundo. Para as<br />

populações ribeirinhas, as codificações estão distribuídas em dois universos distintos: o<br />

universo das águas e o universo do sequeiro, cada um contendo suas especificidades<br />

simbólicas.<br />

Na ADA do AHE Castelhano destacam-se como populações tradicionais e vinculadas ao<br />

rio: os ribeirinhos praticantes da agricultura de várzea (varzenteiros) e os pescadores<br />

artesanais.<br />

A histórica interação da população com esse ambiente natural fomentou – e fomentará<br />

enquanto persistir - a construção de um sentimento de identidade cultural próprio, de<br />

saberes, fazeres, crenças, lendas e de todo um conjunto de formas de expressão e<br />

representação relacionadas a esse ambiente, sejam elas com maior ou menor relação com<br />

o rio. Entre aquelas identificadas na pesquisa de campo com maior relação com rio,<br />

destacam-se o conjunto de faixas significativas de praias formadas ao longo do rio Parnaíba<br />

no âmbito da AID.<br />

A implantação do Empreendimento promoverá, em grande medida, o rompimento e a<br />

redefinição dessa relação e processos sócio-culturais, uma vez que toda a área ribeirinha<br />

hoje conhecida e utilizada pela população local ficará submersa na maior parte do ano com<br />

a implantação do seu reservatório.<br />

Este é um impacto de ocorrência certa, de alta magnitude e que deverá ocorrer em toda a<br />

AID.<br />

2.3.3.13. Dificuldade na negociação das terras, em virtude da falta de regularização de<br />

posse.<br />

Um dos principais desafios para a instalação de empreendimentos do porte do AHE<br />

Castelhano diz respeito às dificuldades nas negociações para aquisição das terras (e<br />

mesmo imóveis residenciais) em decorrência da ausência de documentação que comprove<br />

a propriedade das mesmas.<br />

O fato de a população não dispor de documentação de propriedade regularizada, fato<br />

bastante comum na região, conforme demonstraram os estudos, o processo de negociação<br />

e conseqüente desapropriação tornam-se complexos, exigindo esforços redobrados por<br />

parte do empreendedor.<br />

Além da documentação relativa à comprovação da propriedade, é de suma importância a<br />

documentação de caráter pessoal. E em regiões pobres como a que está sendo tratada, é<br />

comum que a maioria das pessoas afetadas componha os setores de renda mais baixa.<br />

Geralmente, além de não possuírem título de propriedade da terra ou dos locais que<br />

ocupam, não raro é possível encontrar moradores que sequer possuam a certidão de<br />

nascimento. Esta realidade exigirá uma ação social específica, voltada ao suporte às<br />

famílias na solução destas questões.<br />

Projeto Parnaíba<br />

Volume IV - Planos, Programas e<br />

AHE <strong>CASTELHANO</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />

Projetos Ambientais<br />

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