CAPA EIA PARNAIBA-CASTELHANO.cdr - Ibama
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temporárias, brejos, e remansos do rio Parnaíba, locais utilizados para a reprodução, refúgio<br />
e alimentação de anfíbios e répteis. As áreas úmidas são mais ocupadas pelas espécies de<br />
anfíbios, que aí realizam todas as atividades de seu ciclo de vida. Répteis utilizam esse local<br />
principalmente para alimentação, onde procuram presas, e em alguns casos, para<br />
reprodução (como é o caso do cágado-de-barbicha Phrynops geoffroanus e do jacaretinga<br />
Caiman crocodilus, que desova em remansos de rios). Espécies fossoriais (que possuem o<br />
hábito de escavarem tocas e passam a maior parte do tempo em galerias sob o solo) e<br />
estivantes perderão seus sítios de refúgio e serão desalojadas.<br />
Como mencionado anteriormente, a maior parte das espécies com ocorrência conhecida<br />
para a área são de ampla distribuição geográfica. Essas características refletem sua<br />
capacidade de colonizarem áreas impactadas, de forma que é provável que indivíduos de<br />
algumas espécies consigam migrar para áreas próximas com características semelhantes<br />
às observadas na AID. As áreas de pasto se repetem com bastante freqüência no entorno<br />
do empreendimento e as populações dessas espécies são muito numerosas. Por outro lado,<br />
espécies de hábito fossorial possuem vagilidade bastante limitada e certamente serão as<br />
maiores afetadas pelo enchimento do reservatório.<br />
A jusante da barragem, poderá ocorrer pelo efeito de redução dos picos de cheia do rio<br />
Parnaíba, uma diminuição das poças, ou alagados ribeirinhos, com redução na<br />
disponibilidade de habitats de anfíbios e répteis aquáticos, como tartarugas, cágados e<br />
jacarés.<br />
De maneira geral, as aves que sofrerão impacto direto com a construção da barragem e<br />
enchimento do lago do AHE Castelhano serão aquelas que habitam as Formações Ciliares<br />
da calha do rio Parnaíba e de alguns de seus afluentes que serão inundados.<br />
Os maiores impactos se darão em função da perda ou redução de hábitats, os seja, perda<br />
de áreas de forrageio, reprodução e locais de abrigo para as espécies que habitam estas<br />
áreas. Cabe mencionar que a comunidade de aves que habita a mata ciliar do rio Parnaíba,<br />
conforme comentado anteriormente é composta em sua grande maioria de espécies comuns<br />
e de ampla distribuição, e como conseqüência os impactos sobre estas espécies serão de<br />
baixa relevância.<br />
A comunidade de aves da mata ciliar dos afluentes do rio Parnaíba se mostrou mais<br />
diversificada, e ali ocorrem algumas espécies de interesse para conservação, o que torna os<br />
impactos sobre estas áreas mais significativos. Um fator a ser considerado é que a extensão<br />
de matas ciliares de afluentes do rio Parnaíba que será inundada é bastante pequena em<br />
comparação à extensão a ser inundada às margens do rio Parnaíba.<br />
Dentre as espécies de interesse para conservação que ocorrem nas Florestas de Babaçu e<br />
matas ciliares ao longo de afluentes do rio Parnaíba, estão o rabo-branco-do-maranhão<br />
(Phaethornis maranhaoensis) e o arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptes falcirostris), este<br />
último ameaçado de extinção.<br />
O ponto 92 foi um dos raros dentre os amostrados, onde se observou uma formação ciliar<br />
mais preservada, com a presença não apenas de babaçus, mas também das outras<br />
espécies vegetais arbóreas, mas em geral as formações ribeirinhas onde ocorrem babaçus<br />
estão bastante antropizadas.<br />
Projeto Parnaíba<br />
Volume IV - Planos, Programas e<br />
AHE <strong>CASTELHANO</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Projetos Ambientais<br />
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