CAPA EIA PARNAIBA-CASTELHANO.cdr - Ibama
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esponsáveis pela proliferação de vetores entomológicos.<br />
Os mamíferos também podem servir como transmissores de doenças à população. Entre os<br />
mamíferos são encontradas espécies de roedores que podem representar riscos à saúde<br />
pública através da transmissão de zoonoses, notadamente as hantaviroses, aumentos<br />
momentâneos da abundância de roedores nas bordas do barramento podem aumentar as<br />
chances de contato com as populações humanas. Desta forma, medidas de monitoramento<br />
deste tipo de zoonoses seriam de grande interesse, podendo antever eventuais surtos.<br />
A criação de animais junto à área de influencia da hidrelétrica é muito intensa. O<br />
barramento, com a formação do lago e deslocamento de toda fauna associada às margens<br />
do rio provocará inevitavelmente o aumento do contato entre a fauna silvestre e os animais<br />
de criação. Este contato poderá aumentar ainda mais o fluxo de zoonoses entre estes<br />
animais, tanto no que diz respeito à transmissão de doenças as criações (que podem afetar<br />
o homem) como a transmissão de doenças à fauna silvestre. Em relação a este último ponto<br />
há grande preocupação, já que determinadas populações de animais que podem ser<br />
consideradas raras na área de influencia seriam as mais afetadas. No caso específico, os<br />
artiodáctilos (porcos-do-mato e veados) podem ser afetados por doenças de porcos<br />
domésticos e cabras, extremamente abundantes em toda área do empreendimento. Não<br />
obstante, a presença constante (e até mesmo abundante) de cães pode afetar<br />
negativamente a comunidade de carnívoros com a transmissão de doenças tipicamente<br />
domésticas como cinomose, além de ectoparisitas como os causadores da sarna. Vale<br />
ressaltar que uma parcela significativa das espécies ameaçadas de extinção presentes na<br />
região pertence a esta Ordem. Por sinal foram realizados diversos registros de canídeos<br />
silvestres portadores de sarna.<br />
No que concerne aos morcegos prevê-se que pela alta mobilidade do grupo as espécies e<br />
colônias que tenham refúgios estabelecidos na área do barramento do rio se estabeleçam<br />
em outras áreas. Estas poderão tanto ser na AII do reservatório quanto em áreas bem mais<br />
distantes. Para uma maior capacidade de previsão far-se-ia necessário o monitoramento<br />
prévio ao enchimento. De uma maneira geral a abundância relativa e a representatividade<br />
na população de quirópteros do morcego-vampiro (Desmodus rotundus) foram elevadas.<br />
Esta espécie foi a quinta mais abundante em toda a região do Rio Parnaíba amostrada.<br />
Uma possível explicação possa ser a alta incidência de criações de animais domésticos da<br />
região como um todo. Entretanto, isto possa ser apenas uma explicação parcial, já que em<br />
outras áreas com elevada incidência de animais domésticos a representatividade da mesma<br />
não chegou a ser tão elevada (Oliveira, obs. pess.). Além disso, de acordo com relatos de<br />
moradores locais, aparentemente a incidência da raiva parece ser baixa na região. De<br />
qualquer maneira não se sabe como as populações dos hematófagos e outras espécies<br />
potenciais transmissores de raiva se comportarão após o enchimento da represa. Alguns<br />
estudos apontam para o aumento da abundância de Desmodus rotundus e, por conseguinte,<br />
de caso de raiva, associados à construção de barragens. Por esse motivo seria de interesse<br />
da saúde pública um monitoramento mais próximo das populações das espécies<br />
hematófagas (e principais vetores da raiva) da região.<br />
Na etapa de desmobilização, os eventos que poderão gerar a proliferação de vetores<br />
entomológicos de doenças parasitárias serão: o abandono de lixo e detritos e as alterações<br />
físicas no ambiente terrestre, produzindo criadouros para larvas e ovos de insetos das<br />
diferentes espécies de vetores pré-existentes na AID.<br />
O impacto “Proliferação de Vetores de Doença”, negativo e indireto, poderá ocorrer na fase<br />
de implantação e operação do empreendimento, de caráter permanente. Trata-se de um<br />
Projeto Parnaíba<br />
Volume IV - Planos, Programas e<br />
AHE <strong>CASTELHANO</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Projetos Ambientais<br />
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