16.08.2013 Views

CAPA EIA PARNAIBA-CASTELHANO.cdr - Ibama

CAPA EIA PARNAIBA-CASTELHANO.cdr - Ibama

CAPA EIA PARNAIBA-CASTELHANO.cdr - Ibama

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

socós e biguás, se reproduzam fora da calha do rio Parnaíba e dos seus principais<br />

afluentes, pois o número de indivíduos destas espécies registrado na área foi extremamente<br />

baixo, e nenhum registro de atividade reprodutiva destas aves foi obtido.<br />

Quanto aos impactos a serem gerados sobre as aves ribeirinhas e paludícolas, que utilizam<br />

bancos de areia, afloramentos rochosos ou praias arenosas ao longo dos rios para<br />

reprodução, não foi possível fazer um prognóstico, uma vez que as campanhas de campo<br />

foram realizadas no período das chuvas, quando estas aves estão em descanso<br />

reprodutivo.<br />

Cabe ressaltar, no entanto, que o número de espécies e de indivíduos de aves ribeirinhas e<br />

paludícolas registrados durante os trabalhos de campo foi extremamente baixo, e que<br />

ambientes de bancos de areia são escassos na área. Segundo informações de moradores<br />

locais, os raros bancos de areia e afloramentos rochosos que estão presentes ao longo do<br />

rio Parnaíba no período da seca são de pequena extensão, conforme observado no final da<br />

segunda campanha de campo, quando as águas do rio já estavam baixando.<br />

Espécies que habitam as fisionomias de Cerrado sensu stricto serão muito pouco afetadas<br />

pelo empreendimento, uma vez que suas áreas de ocorrência na região estão situadas fora<br />

da Área de Influência Direta do empreendimento. Dentre elas está a campainha-azul<br />

(Porphyrospiza caerulescens), espécie ameaçada de extinção típica do Cerrado, registrada<br />

na área.<br />

Cabe frisar que os supostos impactos diretos e indiretos serão de qualquer forma pouco<br />

relevantes, pois as aves que habitam a paisagem circundante ao local da futura barragem<br />

são em sua maioria comuns e de ampla distribuição.<br />

Em relação aos mamíferos, o maior problema talvez seja encontrado nas populações de<br />

pequenos mamíferos. As espécies de pequenos mamíferos tipicamente apresentam<br />

capacidade de dispersão limitada em função do seu tamanho. Quando da remoção da<br />

vegetação em empreendimentos variados a tendência desses animais seria de refugiar-se<br />

em suas tocas e abrigos. Aqueles próximos das bordas poderão dispersar para as áreas<br />

seguras. Porém, boa parte dos indivíduos tende a morrer pela inundação de suas tocas ou<br />

por não conseguirem encontrar refúgios seguros. Flutuações na abundância de espécies de<br />

roedores e marsupiais de pequeno porte poderiam influenciar dinâmicas populacionais dos<br />

predadores imediatos destas espécies. Tal ocorrência poderia resultar em um desequilíbrio<br />

momentâneo na comunidade de mamíferos, seguido de uma reestruturação da cadeia<br />

trófica. Porém, tais desequilíbrios, podem eventualmente causar extinções locais e/ou<br />

temporárias de espécies raras ou naturalmente pouco abundantes. Não obstante,<br />

dependendo do tempo necessário para reestruturação da comunidade, flutuações<br />

populacionais podem acentuar a alteração de freqüências de determinados genes, devido à<br />

deriva genética.<br />

Por fim, uma das maiores problemáticas associadas ao barramento é a diminuição das<br />

áreas de mata ciliar. Grande parte das matas associadas ao rio será inundada com a<br />

formação dos reservatórios, acabando com o pouco que resta desta fisionomia. Desta forma<br />

diversas espécies mais associadas à ambientes de florestas e que utilizavam os diversos<br />

fragmentos e faixas de mata associadas às margens do rio serão obrigadas a utilizar os<br />

ambientes de cerrado mais aberto. Embora a maioria das espécies ocorrentes possam<br />

utilizar este ambiente, é provável que algumas delas venham a apresentar diminuições em<br />

sua abundância por não estarem utilizando seus ambientes preferenciais.<br />

Projeto Parnaíba<br />

Volume IV - Planos, Programas e<br />

AHE <strong>CASTELHANO</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />

Projetos Ambientais<br />

2-49

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!