CAPA EIA PARNAIBA-CASTELHANO.cdr - Ibama

4.5.5. Programa de Monitoramento e Conservação Fauna Terrestre
4.5.5.1. Justificativa
Os estudos e diagnósticos sobre a fauna ocorrente na AID e AII da AHE Castelhano e para
o vale do médio Parnaíba indicam uma significativa diversidade de espécies e populações
expressivas da fauna terrestre, ainda que se tenha verificado, de modo geral, um grau
relativamente alto de ocupação humana na região, principalmente nos aproveitamentos a
jusante da UHE Boa Esperança, caso de Castelhano, muitas ainda são as áreas de
vegetação nativa adjacentes às áreas mais antropizadas, ou seja, as paisagens naturais
detêm um grau significativo de conectividade.
Dentre os mamíferos melhor representados na AID da AHE Castelhano, destacaram-se
marsupiais (Gracilinanus agilis), roedores (Cerradomys scotti) e quirópteros (Carollia
perspicilata). Esses grupos apresentaram alto potencial de resistência às modificações
ambientais. Todavia há representantes da mastofauna indicados nas listas do IBAMA como
em risco de extinção que foram registrados nessa AID e AII ou ainda ocorrem no médio e
vale do Parnaíba tais como Myrmecophaga tridactyla; Priodontes maximus; Chrysocyon
brachyurus; Lontra longicaudis; Leopardus pardalis; Leopardus wiedii; Leopardus tigrinus;
Leopardus colocolo; Puma yagouaroundi; Puma concolor; Panthera onça; Tayassu tajacu.
Na região do empreendimento, a avifauna está significativamente representada por espécies
das formações savanicas típicas como a perdiz (Rhynchotus rufescens), a seriema (Cariama
cristata), a gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus), o tucanuçu (Ramphastos toco) e o
mineirinho (Charitospiza eucosma), este último ameaçado de extinção (IUCN, 2008), já para
as formações florestais as aves registradas em geral eram de ampla distribuição e as
espécies com exigências ecológicas mais estritas como o arapaçu-do-nordeste
(Xiphocolaptes falcirostris), o arapaçu-grande (Dendrocolaptes platyrostris) e o rabo-brancodo-maranhão
(Phaethornis maranhaoensis), foram registradas de forma pontual.
Notou-se também a presença de algumas aves que ocorrem predominantemente no Bioma
Caatinga, e que foram registradas somente no entorno de área úmida com a presença de
carnaúbas, como a codorna-do-nordeste (Nothura boraquira), o casaca-de-couro
(Pseudoseisura cristata), o corrupião (Icterus jamacaii) e o carretão (Compsothraupis
loricata), além do golinho (Sporophila albogularis)
Com relação à herpetofauna o diagnóstico indicou sua distribuição é influenciada
diretamente pelas formações savânicas. A maioria das espécies encontradas são
características de ambientes abertos.. Entre os anfíbios mais amplamente registrados nos
pontos de escuta e procura ativa estão os Leiuperidae Pseudopaludicola sp. e Physalaemus
albifrons, Leptodactylidae Leptodactylus macrosternum, Leptodactylus vastus. Anfíbios e
répteis se distribuem perifericamente à Savana Arborizada e eventualmente por ambientes
úmidos das Matas Ciliares. Nas Matas Ciliares, em especial quelônios (Phrynops
geoffroanus) e crocodilianos (Caiman crocodilus e Paleosuchus palpebrosus) realizam a
postura e guarda dos ovos, atividades reprodutivas, nas áreas arenosas no entorno dos
ambientes aquáticos. Tais áreas deverão ser monitoradas e preservadas.
4.5.5.2. Objetivos
Este programa de conservação é destinado ao monitoramento das espécies da fauna
silvestre da região do AHE Castelhano, com os seguintes objetivos:
Projeto Parnaíba AHE CASTELHANO EIA – Estudos de Impacto Ambiental
Volume IV - Planos, Programas e
Projetos Ambientais
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