Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Sons e Silêncios: Diversidades nas Práticas do<br />
Compositor e do Performer<br />
A ESCOLHA DO GESTUAL E SUAS IMPLICAÇÕES<br />
INTERPRETATIVAS APLICADAS À OBRA SINFÔNICA<br />
BRASILEIRA DO SÉCULO XXI<br />
Katarine de Sousa Araújo (<strong>UFG</strong>)<br />
katarine.araujo@yahoo.com.br<br />
Carlos Henrique Costa (<strong>UFG</strong>)<br />
costacarlosh@yahoo.com.br<br />
Palavras-chave: Regência Orquestral; <strong>Música</strong> Brasileira do Século XXI; Orquestra Sinfônica.<br />
INTRODUÇÃO<br />
Os gestos são utilizados <strong>em</strong> várias formas de comunicação assim como nas áreas das artes<br />
– dança, teatro, cin<strong>em</strong>a, e música. Na música, o gesto é uma das principais ferramentas que<br />
o regente de orquestra utiliza para conduzir um grupo instrumental visando interpretar uma obra.<br />
Segundo Kolenisk (2004), conduzir pode ser descrito como um modo de controlar o des<strong>em</strong>penho<br />
de vários instrumentos com os gestos físicos. O regente é responsável por transmitir a<br />
clareza dos sentimentos para que possam refletir <strong>em</strong> seus gestos a interpretação desejada, assim<br />
como a execução de indicações musicais de andamento, caráter, dinâmica, articulação e fraseado.<br />
“Quando o regente possui uma técnica clara e refinada, pode trabalhar à frente de qualquer<br />
grupo, conseguindo transmitir suas ideias musicais a todos os músicos, conhecidos ou<br />
não, através de seus gestos”. (BOZZINI, 1998).<br />
Obras sinfônicas, como as nove sinfonias de Beethoven ou as quatro sinfonias de<br />
Brahms, entre muitas outras do repertório tradicional orquestral, t<strong>em</strong> sido foco de estudos e<br />
prática de regência para o desenvolvimento do gestual. Visões diferentes e até antagônicas de<br />
como se interpretar uma fermata ou algum andamento nesse repertório são frequentes. A literatura<br />
que discute questões interpretativas sobre essas obras ajudam o regente iniciante a<br />
aprender conceitos e movimentos que poderão ser aplicados <strong>em</strong> muitas obras de estilos diferentes.<br />
Entretanto, questionamos se o repertório sinfônico brasileiro composto no século XXI<br />
apresenta el<strong>em</strong>entos composicionais e interpretativos que oferec<strong>em</strong> desafios gestuais ao regente<br />
os quais não são abordados nas obras frequent<strong>em</strong>ente estudadas.<br />
O estudante de regência desenvolve seus movimentos – o gestual com fins interpretativos –<br />
de várias maneiras: observando regentes experientes, praticando exercícios propostos por um professor<br />
<strong>em</strong> frente ao espelho, com um pianista ou com uma orquestra, e lendo literatura didática.<br />
Em relação à observação dos movimentos de maestros experientes reconhec<strong>em</strong>os que, devido às<br />
características singulares de formação de cada maestro e sua personalidade peculiar, o estudo sobre<br />
os gestuais compõe um complexo <strong>em</strong>aranhado de informações. Tendo isso <strong>em</strong> mente, fundamentamos<br />
os gestos para este estudo partindo de conceitos já estabelecidos sobre escolas e estilos<br />
de regência.<br />
A expressão “estilo de regência” <strong>em</strong>pregado por Brandão (2011) implica nos mesmos conceitos<br />
denotados pelo termo “escolas de regência” os quais estão ligados às tradições da área. A<br />
seguir apresentamos três estilos de regência de acordo com as definições de Kaminski (1999) que<br />
142<br />
Anais do XII S<strong>em</strong>p<strong>em</strong>