Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
RELAÇÃO COMPOSITOR-PERFORMER EM OBRAS<br />
INÉDITAS PROVENIENTES DA EXPLORAÇÃO DE<br />
INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO<br />
Catarina Percinio (<strong>UFG</strong>)<br />
catarinaperc@gmail.com<br />
Fabio Oliveira (<strong>UFG</strong>)<br />
oliveira.ff@gmail.com<br />
Palavraa-chave: Relação colaborativa; Composição para percussão; Composição para instrumentos idiofones.<br />
Introdução<br />
O presente trabalho apresenta a discussão inicial da pesquisa <strong>em</strong> andamento que busca articular<br />
colaboração compositor-performer e percussão (com o recorte <strong>em</strong> instrumentos idiofones pouco<br />
explorados, subutilizados, s<strong>em</strong> repertório solo consistente ou múltiplas técnicas instrumentais).<br />
Em comparação aos naipes fort<strong>em</strong>ente consolidados (violinos, madeiras, piano, etc.) a percussão<br />
t<strong>em</strong> se afirmado como naipe instrumental independente há pouco t<strong>em</strong>po. Sua inclusão como<br />
voz autônoma na música de concerto e seu desenvolvimento solo são recentes (cerca de 100<br />
anos). Sendo assim, ainda são experimentadas técnicas, sonoridades e até novos instrumentos para<br />
integrar esta família instrumental.<br />
Entretanto, algumas questões vêm à tona quando se inclui um novo objeto na composição<br />
musical: Quais sons são possíveis de se obter neste objeto? Como deve ser sua notação? Pode-se<br />
criar uma técnica específica para ele?<br />
Tendo <strong>em</strong> vista que o repertório solo inicial deste tipo de instrumento ainda está <strong>em</strong> desenvolvimento,<br />
a probl<strong>em</strong>ática citada acima se associa a outro campo: o da relação entre o compositor<br />
e o intérprete. Sobre a participação do intérprete no processo criativo, Michael Nyman afirma:<br />
a música nova engaja o intérprete <strong>em</strong> estágios anteriores. (...) Envolve sua inteligência, sua iniciativa,<br />
suas opiniões e preconceitos, sua experiência, seu gosto e sensibilidade, num caminho<br />
<strong>em</strong> que a colaboração com o compositor torna-se indispensável. (NYMAN. l974, p. 138)<br />
Conforme verificado <strong>em</strong> Anais de congressos e periódicos brasileiros, há um aumento no<br />
número de estudos que examinam a colaboração entre músicos. Muitos pesquisadores brasileiros<br />
tratam, <strong>em</strong> diferentes profundidades e visões, a relação entre compositor e intérprete.<br />
A presente pesquisa pretende verificar se – e até que ponto – a relação de colaboração poderia<br />
auxiliar numa exploração sist<strong>em</strong>ática e mais abrangente do potencial timbrístico de determinados<br />
instrumentos comumente marginalizados (mesmo que de maneira precipitada), pela presunção<br />
de que não possu<strong>em</strong> suficiente riqueza de sons.<br />
Justificativa<br />
Esta pesquisa justifica-se primordialmente pela necessidade de incr<strong>em</strong>entar a documentação<br />
existente sobre colaboração. Segundo Domenici, a falta de documentação despreza o processo<br />
de troca compositor-instrumentistas e o que este encontro pode gerar no resultado da composição/performance.<br />
(DOMENICI, 2010, p. 1.142)<br />
176<br />
Anais do XII S<strong>em</strong>p<strong>em</strong>