Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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A MÚSICA PARA VIOLÃO SOLO DE EDINO KRIEGER:<br />
UM ESTUDO DO IDIOMATISMO TÉCNICO-INSTRUMENTAL<br />
E DE PROCESSOS COMPOSICIONAIS<br />
Thiago de Campos Kreutz (<strong>UFG</strong>)<br />
thiagokreutz@yahoo.com.br<br />
Eduardo Meirinhos (<strong>UFG</strong>)<br />
<strong>em</strong>eirinhos@gmail.com<br />
Palavras-chave: Idiomatismo violonístico; Edino Krieger; Análise musical estilística; <strong>Música</strong> brasileira dos séc.<br />
XX e XXI.<br />
INTRODUÇÃO<br />
Edino Krieger é um dos mais representativos compositores brasileiros da atualidade, já<br />
tendo recebido diversos prêmios e encomendas de obras de respeitadas instituições e intérpretes.<br />
Segundo Paz (2012)<br />
Sua atividade como compositor v<strong>em</strong> suprindo e enriquecendo cada vez mais o repertório solista,<br />
camerista, coral e orquestral brasileiro, [...] A obra de Edino Krieger é excelente representante<br />
das práticas musicais da segunda metade do século XX e XXI, tanto no Brasil quanto<br />
no exterior, assegurando a seu autor lugar de destaque no panorama musical de nossos<br />
dias. (PAZ, 2012, v. 1, pg. 15).<br />
Segundo Rodrigues (2006), o compositor possui quatro fases de produção¹. Na primeira,<br />
é adepto da técnica serial dodecafônica, na segunda passa a utilizar uma linguag<strong>em</strong> neoclássica<br />
e el<strong>em</strong>entos brasileiros, na terceira faz uma síntese de suas experiências anteriores, utilizando<br />
conjuntamente serialismo com el<strong>em</strong>entos neoclássicos e brasileiros. Sua última fase, que se<br />
estende até os dias atuais, é definida como “plena liberdade de expressão” onde não há uma preocupação<br />
formal com o serialismo, passando este a ser apenas mais uma possibilidade composicional.<br />
(RODRIGUES, 2006)<br />
Para violão solo produziu cinco obras: Prelúdio (1955), Ritmata (1974), Romanceiro<br />
(1984), Passacalha para Fred Schneiter (2002) e Alternâncias (2008). Deste repertório a Ritmata<br />
é sua obra mais conhecida, sendo frequent<strong>em</strong>ente executada, além de já ter sido gravada por diversos<br />
violonistas como Mario da Silva, Turíbio Santos, entre outros (PAZ, 2012). Dudeque (1994)<br />
considera a Ritmata como “[...] uma das mais importantes obras para o repertório dos últimos<br />
t<strong>em</strong>pos [...], explora novos efeitos instrumentais e associa uma linguag<strong>em</strong> atonal a procedimentos<br />
técnicos utilizados por Villa-Lobos.” (DUDEQUE, 1994, p. 104).<br />
Dentre estes processos composicionais de Villa-Lobos pode-se considerar a utilização do<br />
idiomatismo do violão como el<strong>em</strong>ento estrutural para a composição. Para Scarduelli (2007),<br />
[O Idiomatismo] refere-se ao conjunto de peculiaridades ou convenções que compõ<strong>em</strong> o vocabulário<br />
de um determinado instrumento. Estas peculiaridades pod<strong>em</strong> abranger desde características<br />
relativas às possibilidades musicais, como timbre, dinâmica e articulação, até meros<br />
efeitos que criam posteriormente interesse de ord<strong>em</strong> musical. (SCARDUELLI, 2007, pg. 139).<br />
A partir deste quadro pode-se fazer alguns questionamentos: Como o compositor explora<br />
as particularidades e possibilidades técnicas e expressivas do violão? Que recursos técnico-idio-<br />
148<br />
Anais do XII S<strong>em</strong>p<strong>em</strong>