03.09.2014 Views

Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A PRODUÇÃO DO GLISSANDO COMO<br />

TÉCNICA EXPANDIDANA CLARINETA<br />

Daniel Araújo (<strong>UFG</strong>)<br />

clarientadna@gmail.com<br />

Johnson Machado (UFRJ)<br />

johnsonmachado@hotmail.com<br />

Palavras-chave: Clarineta; Glissando; Técnica expandida.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Neste artigo, explorar<strong>em</strong>os o processo da produção do glissando na clarineta.A clarineta<br />

v<strong>em</strong> se tornando muito popular entre os compositores cont<strong>em</strong>porâneos por combinar <strong>em</strong> um único<br />

instrumento da família das madeiras: muita expressão, agilidade e riqueza timbrística.<br />

Apesar da predominância do gosto pelas músicas produzidas no período clássico e romântico,<br />

cada vez mais a linguag<strong>em</strong> e estilo de uma “nova música” escrita após a segunda guerra<br />

mundial torna-se mais familiar nas audições. HEATON (2001, p. 164-165) afirma que que<br />

após a segunda guerra mundial, mais especificamente <strong>em</strong> meado da década de 50 até o fim da<br />

década de 70 os compositores pesquisaram novas técnicas (expandidas) dos instrumentos tradicionais<br />

a fim buscar uma nova liberdade da linguag<strong>em</strong> musical. Para tanto eram acompanhados<br />

por pequenos grupos de instrumentistas comprometidos com a “nova música”. Essa “nova<br />

música” só foi possível com aplicação das técnicas expandida. Faz<strong>em</strong> parte desta expansão técnica:<br />

os multifônicos, frulatos, glissando, slaptongue, bend, microtonalismo, notas super aguda,<br />

key click, entre outros.<br />

Ao lado da busca por uma técnica que pudesse desenvolver a “nova música”, a influência<br />

do jazz americano permitiu a utilização de vários efeitos. Um destes efeitos é o glissando (objeto<br />

de nosso estudo). Um ex<strong>em</strong>plo desta forte influência jazzística é encontrado na introdução do<br />

“Rhapsody in Blue” de Gershwin (1924) onde um extenso glissando, mistura o jazz com o idioma<br />

clássico. Segundo WESTON (2001), o glissando da abertura “Rhapsody in Blue” não estava<br />

escrito na partitura original de Gershwin e seria uma sucessão de notas diatônicas <strong>em</strong> uma passag<strong>em</strong><br />

rapidíssima. Conforme DOURADO (2008, p. 146) “o glissando é grafado com um traço<br />

reto sobre as notas a ser<strong>em</strong> ligadas ou com a abreviação [gliss.]”, o que nos leva a acreditar, segundo<br />

os originais da abertura, que Gershwin não tinha pretensão de escutar a execução de um<br />

glissando no inicio desta peça. Contudo, após uma brincadeira do clarinetista Ross Gorman, que<br />

executou a abertura com um glissando, este efeito foi adotado pelo compositor, tornando-o muito<br />

conhecido.<br />

Na música brasileira, Claudio Santoro escreve nos últimos compassos de sua “Fantasia<br />

Sul América” (1983) para clarineta solo, entre frulatos e exploração de registros graves e agudos,<br />

um glissando que sai de um Si2 e vai até o Lá5. Recent<strong>em</strong>ente o “Estudo I” de Johnson Machado<br />

(2003) levanta a discussão sobre a aplicação de várias técnicas estendidas para clarineta <strong>em</strong> uma<br />

única obra.<br />

Comunicações Orais 69

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!