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Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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ções, permitindo o enraizamento das decisões tomadas durante o estudo, caso contrário, a m<strong>em</strong>orização<br />

será superficial e a recordação poderá apresentar probl<strong>em</strong>as. Klickstein (2009) explica<br />

que “a m<strong>em</strong>orização irracional é nebulosa quando concebida inflexivelmente. Músicos que confiam<br />

nesses tipos de recordação ainda que não tenham probl<strong>em</strong>as vão estar s<strong>em</strong>pre na ‘corda bamba’”<br />

(KLICKSTIEN, 2009, p. 86).<br />

Daí a importância de explorar estratégias de m<strong>em</strong>orização enfatizando as múltiplas m<strong>em</strong>órias.<br />

Assim, todas gerarão pontos de referência, possibilitando o mapeamento de um número maior<br />

de informações, o que facilitará a recordação efetiva da obra. Segundo Chaffin (2009),<br />

Para os músicos, o des<strong>em</strong>penho da prática de recuperação da m<strong>em</strong>ória envolve o estabelecimento<br />

de pontos de referência – usando aqueles aspectos da obra que o músico é capaz de<br />

atender deliberadamente durante a execução, s<strong>em</strong> interromper a automaticidade de sequências<br />

motoras altamente praticadas (CHAFFIN, 2009, p. 2).<br />

Assim, para o desenvolvimento da performance é importante que o performer desenvolva<br />

um mapeamento de pontos de referência ao longo da obra, podendo estar s<strong>em</strong>pre situado durante<br />

a execução. Estes pontos de referência estão relacionados também ao grau de complexidade apresentado<br />

pelo texto musical. De acordo com Gordon (2006, p. 82), <strong>em</strong> alguns trabalhos a organização<br />

do texto musical não apresenta padrões fixos como os encontrados na música do século XVIII e<br />

XIX, constituindo maior complexidade de entendimento, fator que resulta <strong>em</strong> obstáculos à m<strong>em</strong>orização.<br />

Também dev<strong>em</strong>os l<strong>em</strong>brar que, a formação básica dos estudos <strong>em</strong> conservatório, na maioria<br />

dos casos é baseada <strong>em</strong> obras destes períodos, o que resulta <strong>em</strong> maior familiaridade dos estudantes<br />

com esta linguag<strong>em</strong> musical.<br />

As obras de J. S. Bach (1685 – 1750) são peças fundamentais na formação de um violonista<br />

performer na cont<strong>em</strong>poraneidade, tanto pela importância histórica como para o desenvolvimento<br />

técnico interpretativo de um concertista. Assim, a motivação da presente pesquisa provém<br />

do desejo de investigar estratégias de m<strong>em</strong>orização nas obras de Bach. Para isso usar<strong>em</strong>os como<br />

objeto de análise a Fuga BWV 997 por acreditarmos que apresenta el<strong>em</strong>entos estruturais e interpretativos<br />

que implicam <strong>em</strong> obstáculos ao processo de m<strong>em</strong>orização, tais como a linguag<strong>em</strong> polifônica,<br />

a construção motívica e suas variações, a ausência de padrões fraseológicos clássicos, a<br />

ausência de idiomatismo violonístico, a agógica etc.<br />

Segundo Fernandez (2003), a não familiaridade com a linguag<strong>em</strong> de Bach pode dificultar<br />

aos estudantes o entendimento de sua obra (FERNANDEZ, 2003, p. 3), assim consequent<strong>em</strong>ente<br />

dificultar a m<strong>em</strong>orização da obra. Com base nisso, levantamos as seguintes questões: quais são<br />

os obstáculos à m<strong>em</strong>orização presentes na Fuga BWV 997 de J. S. Bach? Como identificar estes<br />

obstáculos? Quais são os critérios adotados para o mapeamento da polifonia encontrada nesta<br />

obra? Como utilizar estratégias de m<strong>em</strong>orização a fim de reter o máximo de informações e agregar<br />

diferentes tipos de m<strong>em</strong>ória? No que tange ao violão, exist<strong>em</strong> fatores ligados à história e prática do<br />

instrumento que acarretam obstáculos para a m<strong>em</strong>orização deste repertório?<br />

Embora as estratégias de m<strong>em</strong>orização nas obras de Bach já tenham sido foco de pesquisas<br />

de Roger Chaffin (2009), Roger Chaffin e Topher Logan (2006) e Aaron Williamon (2002), <strong>em</strong><br />

nosso levantamento bibliográfico não foram encontrados escritos direcionados à performance violonística<br />

deste repertório. Portanto, pod<strong>em</strong>os salientar a importância deste trabalho para comunidade<br />

acadêmica, visto que o estudo da obra de Bach faz parte do repertório exigido por vários<br />

cursos de graduação <strong>em</strong> violão no Brasil. Assim, este trabalho visa contribuir para futuras pesquisas<br />

científicas relacionadas ao t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> discussão, gerando material de apoio ao meio acadêmico<br />

e violonístico.<br />

Objetivo Geral<br />

Explorar estratégias de m<strong>em</strong>orização que contribuam na execução pública de m<strong>em</strong>ória da<br />

Fuga BWV 997 de J. S. Bach.<br />

Pôsteres 159

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