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Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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FUGA BWV 997 DE J. S. BACH:<br />

ESTRATÉGICAS DE MEMORIZAÇÃO AO VIOLÃO<br />

Nery Borges (<strong>UFG</strong>)<br />

neryborges@hotmail.com<br />

Werner Aguiar (<strong>UFG</strong>)<br />

werneraguiar@gmail.com<br />

Palavras-chave: Estratégias de m<strong>em</strong>orização; Performance de m<strong>em</strong>ória; <strong>Música</strong> polifônica de Bach;<br />

Performance violonística.<br />

Introdução<br />

A prática da performance musical de m<strong>em</strong>ória é recorrente entre os performers concertistas<br />

na atualidade, na qual o solista executa a obra s<strong>em</strong> o auxílio da partitura tendo apenas a m<strong>em</strong>ória<br />

como referência durante a performance. O pesquisador Aaron Williamon (2002) constatou<br />

que a performance de m<strong>em</strong>ória ganha <strong>em</strong> expressividade, pois o performer t<strong>em</strong> liberdade para interpretar,<br />

já que não precisa se preocupar com a leitura. Os resultados ainda indicaram que o intérprete<br />

d<strong>em</strong>onstra confiança e profissionalismo ao executar de m<strong>em</strong>ória.<br />

Mas esta prática, <strong>em</strong>bora habitual entre os solistas, não é uma tarefa fácil, pois exige organização<br />

e reflexão do intérprete durante a preparação da obra. De acordo com Chaffin (2009),<br />

As d<strong>em</strong>andas colocadas na m<strong>em</strong>ória são excepcionais, e não surpreendent<strong>em</strong>ente, que lapsos<br />

de m<strong>em</strong>ória e atenção não sejam incomuns. Uma parte importante da preparação de um<br />

intérprete para a performance de uma peça é o desenvolvimento de um sist<strong>em</strong>a de recuperação<br />

da m<strong>em</strong>órias flexíveis que permita continuar a performance se algo der errado (CHAFFIN,<br />

2009, p. 1).<br />

Assim o desenvolvimento da m<strong>em</strong>orização é ponto fundamental para o aprendizado e execução<br />

musical, ela faz parte da formação de nossas habilidades, sejam elas, sensoriais ou intelectuais.<br />

Independent<strong>em</strong>ente dos canais de percepção utilizados, quanto maior o número de informações<br />

retidas pela m<strong>em</strong>ória, mais fácil será o processo de recordação. Portanto, logo nos primeiros<br />

contatos com a obra, nossa mente inicia um processo de reconhecimento e armazenamento de informações<br />

referentes aos dados que a constitu<strong>em</strong>. Essas informações são percebidas por diferentes<br />

tipos de m<strong>em</strong>ória que se somarão para a maturação da obra, tornando possível a performance.<br />

Autores como Kaplan (1987), Provost (1992) e Williamon (2002) afirmam que a m<strong>em</strong>orização<br />

musical é baseada <strong>em</strong> quatro tipos de m<strong>em</strong>órias: m<strong>em</strong>ória visual, imag<strong>em</strong> da partitura e tudo que<br />

pode ser visualizado durante o estudo (movimentos e posturas de dedos, mãos e braços); m<strong>em</strong>ória<br />

auditiva, responsável por reter os sons melódicos e harmônicos; m<strong>em</strong>ória sinestésica, parte<br />

mecânica da performance e que m<strong>em</strong>oriza os movimentos físicos; m<strong>em</strong>ória lógica, intelectual ou<br />

analítica, responsável pelo entendimento da estrutura da obra, as seções, as frases, os motivos, a<br />

interpretação, a agógica, o estilo, e tudo que diz respeito ao sentido da obra, além de realizar a interação<br />

entre as m<strong>em</strong>órias sensoriais.<br />

De acordo com Provost (1992 p. 19), a utilização apenas de m<strong>em</strong>órias sensoriais durante<br />

o estudo da performance pode gerar dificuldade de recordação durante a execução, ocasionando<br />

“escorregões”. Com base nesta afirmação, a m<strong>em</strong>orização para ser eficiente t<strong>em</strong> que acontecer<br />

de forma racional, <strong>em</strong>pregando diferentes tipos de m<strong>em</strong>ória e assimilando o máximo de informa-<br />

158<br />

Anais do XII S<strong>em</strong>p<strong>em</strong>

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