Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Download - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
OS MODOS DE SER E AGIR DO PIANISTA COLABORADOR<br />
NA PROFISSÃO: UM ESTUDO NO CENTRO DE EDUCAÇÃO<br />
PROFISSIONAL / ESCOLA DE MÚSICA DE BRASÍLIA<br />
Guilherme Farias de Castro Montenegro (Escola de <strong>Música</strong> de Brasília)<br />
gfmontenegro@gmail.com<br />
Palavras-chave: Atuação do pianista colaborador; Pianista correpetidor; Pianista acompanhador; Modos de ser<br />
e agir na profissão; Cultura profissional.<br />
Introdução<br />
O mercado de trabalho no campo da música exige que o pianista tenha disposição, flexibilidade<br />
e capacidade de interação <strong>em</strong> grupo e troca de ideias que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre são requeridas<br />
ao solista. Segundo Cerqueira (2010), o pianista t<strong>em</strong> se dedicado majoritariamente à correpetição,<br />
que também é chamada de acompanhamento ou colaboração musical. Essa atividade suscita<br />
discussões sobre o melhor termo para designar o profissional: pianista acompanhador, correpetidor,<br />
colaborador, camerista, coach e sid<strong>em</strong>an (MUNIZ, 2010; MUNDIM, 2009; KATZ, 2009;<br />
PAIVA, 2008; GAROTTI JUNIOR, 2007; PORTO, 2004; ADLER, 1965). De modo geral, esse pianista<br />
atua <strong>em</strong> parceria com outros músicos e, conforme apontado por Muniz (2010), se diferencia<br />
do pianista solista porque desenvolve habilidades e saberes específicos que não são requeridos<br />
ao último.<br />
As discussões revelam que os termos defin<strong>em</strong>: (1) o contexto de atuação do pianista, (2)<br />
os saberes necessários à atuação, (3) e a função que o pianista deve ter. O pianista correpetidor,<br />
por ex<strong>em</strong>plo, é o profissional que se dedica à música vocal, podendo atuar com cantores e <strong>em</strong> corais<br />
(PAIVA, 2008; PORTO, 2004). Adler (1965) aponta diferenças entre acompanhador e coach,<br />
que t<strong>em</strong> a função de ensinar e preparar o cantor. O termo acompanhador t<strong>em</strong> sido evitado por<br />
alguns autores porque sugere um trabalho pouco importante e “meramente assistencialista”, indicando<br />
um tratamento pejorativo ao profissional (MUNDIM, 2009; KATZ, 2009; PAIVA, 2008;<br />
FOLEY, 2005; PORTO, 2004). Sendo assim, o termo colaborador t<strong>em</strong> sido preferido (KATZ, 2009;<br />
MUNDIM, 2009) e será o termo adotado neste artigo porque indica a parceria e a co-autoria do<br />
pianista atuando com outros músicos.<br />
O pianista colaborador t<strong>em</strong> sido requisitado para atuar <strong>em</strong> escolas especializadas de música,<br />
<strong>em</strong> Universidades e <strong>em</strong> Institutos Federais de Educação Tecnológica (BRASIL, 2012a; 2012b;<br />
2010a; 2010b; 2009; 2008), e na cidade de Brasília, ele é contratado para atuar no Centro de<br />
Educação Profissional/ Escola de <strong>Música</strong> de Brasília (CEP/EMB) – instituição pública que oferece o<br />
ensino de música na modalidade da Educação Profissional.<br />
Em contraste aos editais de concurso analisados, que disponibilizam uma única vaga de<br />
pianista colaborador para cada instituição, exist<strong>em</strong> onze profissionais no CEP/EMB, que se organizam<br />
no Núcleo denominado Piano Acompanhamento, e são requisitados a atuar nos seguintes<br />
contextos: aulas individuais de canto erudito e de instrumento; aulas <strong>em</strong> grupo de corais e orquestras;<br />
provas públicas de encerramento de s<strong>em</strong>estre; concertos de formatura e apresentações<br />
artístico-musicais.<br />
Comunicações Orais 25