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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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6 1 Tecido Adiposo<br />

lf Para saber mais<br />

.<br />

Deposição e mobilização dos lipídios<br />

Os lipídios armazenados nas células adiposas são princípalmente<br />

triglicerídios, isto é, ésteres de ácidos graxos e glicerol. Os triglicerídios<br />

annazenados originam-se da seguinte maneira:<br />

· Absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como<br />

triglicerídios dos quilomícrons<br />

• Oriundos do fígado e transportados até o tecido adiposo, sob a forma<br />

de trlglicerídios constituintes das lipoproteínas de pequeno peso<br />

molecular, ou VLDL (very /ow density lipoproteins)<br />

• Da slntese nas próprias células adiposas, a partir da glicose.<br />

Os quilomícrons são panículas cujo diâmetro pode alca~ar 3 µ,m, formadas<br />

pelas células epiteliais do intestino delgado, a partir dos nutrientes<br />

absorvidos. São constituídos por 90% de trigliceridios e pequenas quantíd.ldes<br />

de colesterol, fosfolipídios e proteínas. Após deixarem as células<br />

epiteliais, os quilomícrons peneiram nos capilares linfáticos do intestino<br />

e são levados pela corrente linfática, atingindo, posterionnente, o sangue,<br />

que os distribui por lodo o organismo. Nos capilares sanguíneos do teàdo<br />

adiposo, graças à enzima lipase lipoproteica, produzida pelas células<br />

adiposa.s, ocorre a hidrólise dos quilomícrons e das lipoproteínas (VLDL)<br />

plasmáticas, com liberação de seus componentes, ácidos graxos e glicerol,<br />

que se difundem para o citoplasma das células adiposas, no qual se recombinam<br />

para formar novas moléculas de triglicerídios, que são depositadas<br />

(Figura 6.3). As células adiposas podem sintetizar ácidos graxos e glicerol<br />

a partir de glicose, processo que é acelerado pela insulina. Esse hormôoio<br />

estimula também a peneiração da glicose na célula adiposa (e em outras<br />

células também).<br />

Quando necessária, a hidrófise dos trigliceridios é desencadead.l<br />

princípalmente pela norepinefrina. Este neurotransmissor é liberado<br />

pelas tenninações pós-ganglionares dos nervos simpáticos do tecido<br />

adiposo e captado por receptores da membrana dos adipócitos que ativam<br />

a hpase sensível a honnônio (intracelular), promovendo a líberaçâo<br />

de ácidos graxos e glicerol, que se difundem para os capilares do tecido<br />

adiposo. Os ácidos graxos, que são qua.se insolúveis na água, ligam-se<br />

à parte hidrofóbica das moléculas de albumina do plasma sanguíneo<br />

(Figura 6.3) e são transportados para outros tecidos, nos quais serão<br />

utilizados como fonte de energia. O glicerol, multo solúvel no plasma,<br />

é captado pelo fígado e reaproveitado.<br />

Após períodos de alimentação muito deficiente em calorias,<br />

o tecido adiposo unilocular perde quase toda a sua<br />

gordura e se transforma em um tecido com células poligonais<br />

ou fusiformes, com raras gotículas lipídicas.<br />

O tecido adiposo unilocular é também um órgão secretor.<br />

Sintetiza várias moléculas como leptina, que são translf<br />

Para saber mais<br />

.<br />

Inervação do tecido adiposo<br />

O<br />

tecido adiposo unilocular e o multilocular são inervados por fibras<br />

simpáticas do sistema nervoso autônomo (Capitulo 9). No tecido unilocular,<br />

as tenninações nervosas são encontradas na parede dos vasos<br />

sanguíneos, e apenas alguns adipócitos são inervados. Já no tecido<br />

multilocular as tenninações nervosas simpáticas atingem di.retamente<br />

tanto os vasos sanguíneos como as células adiposas. O sistema nervoso<br />

autônomo (simpático) desempenha importante papel na mobilização<br />

das gorduras quando o organismo é sujeito a atividades físicas intensas,<br />

jejuns prolongados ou ao frio.<br />

Figura 6.2 Corte de tecido adiposo unilocular de um mamífero jovem. Assetas indicam<br />

núcleos de adipócitos (células adiposas) comprimidoscontra a membrana celular pela pressão<br />

dos lipídios. Os asteriscos enão sobre o tecido conjuntivo de sustentação. (Parariosanilina<br />

e azul de toluidina. Médio aumento.)<br />

portadas pelo sangue, e a lipase lipoproteica já mencionada,<br />

que fica ligada à superfície das células endoteliais<br />

dos capilares sanguíneos situados em volta dos adipócitos.<br />

A leptina é um hormônio proteico constituído por<br />

164 aminoácidos. Diversas células no cérebro e em outros<br />

órgãos têm receptores para leptina. Essa molécula participa<br />

da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo e<br />

da ingestão de alimentos. A leptina atua principalmente no<br />

hipotálamo, diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando<br />

o gasto de energia .<br />

• Histogênese do tecido adiposo unilocular<br />

As células adiposas uniloculares se originam no<br />

embrião, a partir de células derivadas do mesênquima, os<br />

lipoblastos. Essas células são parecidas com os fibroblastos,<br />

porém logo acumulam gordura no seu citoplasma.<br />

As gotículas lipídicas são inicialmente separadas umas<br />

das outras, porém muitas se fundem, formando a gotícula<br />

única característica da célula adiposa unilocular<br />

(Figura 6.4).

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