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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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<strong>Histologia</strong> <strong>Básica</strong><br />

~O <strong>Histologia</strong> aplicada<br />

O fígado regenerado é geralmente bem organizado, exibindo o arranjo<br />

lobular típico e, consequentemente, função normalizada. No entanto, quando<br />

os hepatócitos são repetidamente agredidos durante um longo período, sua<br />

multiplicação é seguida de um aumento significativo na quantidade de tecido<br />

conjuntivo. Em vez da organização n01TI1al dos lóbulos hepáticos, ocorre a formação<br />

de nódulos de diferentes tamanhos, muitos dos quais são visíveis a olho<br />

nu. Esses nódulos são compostos por massa central de hepatócitos em arranjo<br />

desordenado, circundada por grande quantidade de tecido conjuntivo denso.<br />

Esta desorganização, denominada cirrose, é um processo progressivo e irreversível,<br />

levando à falência do órgão e, frequentemente, ao óbito. Trata-se de uma<br />

fibrose difusa, que afeta todo o fígado, resultante de diversas condições que<br />

acometem a arquitetu ra hepática.<br />

A cirrose pode ocorrer como conseq uência de lesões progressivas e duradouras<br />

aos hepatócitos, provocadas por agentes variados como etanol, fárma-<br />

cos, drogas ou outros agentes químicos, hepatite virai (principalmente tipos<br />

B, C ou O) e doença hepática autoimune.<br />

Em algumas regiões do mundo, a infecção pelo parasito intestinal<br />

Schistosoma é uma causa frequente de cirrose. Ovos desse parasito são transportados<br />

pelo sangue venoso e ficam retidos nos sinusoides hepáticos, lesionando<br />

os hepatócitos.<br />

A lesão hepática produzida pelo álcool é responsável por muitos dos casos<br />

de cirrose, porque o etanol é metabolizado primariamente no fígado. Alguns<br />

dos supostos mecanismos patogênicos na lesão hepática ind uzida pelo álcool<br />

são a formação de radicais livres (provavelmente devido à peroxidação lipídica),<br />

a geração de acetaldeído, citocinas próinflamatórias e citocinas com<br />

ação fibrogênica. O etanol também altera a regeneração hepática por meio<br />

de um mecanismo ainda não conhecido, favorecendo o desenvolvimento da<br />

cirrose.<br />

... Trato biliar<br />

A bile produzida pelos hepatócitos flui através dos cana­<br />

Iículos biliares, dúctulos biliares (canais de Hering) e<br />

duetos biliares. Essas estruturas se fundem gradualmente,<br />

formando uma rede que converge para formar os duetos<br />

hepáticos direito e esquerdo, os quais se fundem para formar<br />

o dueto hepático que, após receber o dueto cístico proveniente<br />

da vesícular biliar, continua até o duodeno como<br />

dueto colédoco ou dueto biliar comum.<br />

Os duetos hepático, cístico e biliar comum são revestidos<br />

por uma camada mucosa com epitélio colunar simples.<br />

A lâmina própria é delgada e circundada por uma camada<br />

de músculo liso discreta. Esta camada muscular torna-se<br />

mais espessa próximo ao duodeno, e finalmente, na porção<br />

intramural, forma um esfíncter que regula o fluxo de bile<br />

(esfíncter de Oddi) .<br />

de revestimento da vesícula. A contração da musculatura<br />

lisa da vesícula é in duzida pela colecistoquinina, hormônio<br />

produzido por células enteroendócrinas do intestino<br />

delgado (células I). A secreção de colecistoquinina, por sua<br />

vez, é estimulada por nutrientes no intestino delgado, particularmente<br />

por ácidos graxos da dieta.<br />

'<br />

... Vesícula biliar<br />

A vesícula biliar é um órgão oco, com formato de pera,<br />

aderido à superfície inferior do fígado. Pode armazenar de<br />

30 a 50 m.€ de bile. A parede da vesícula consiste em uma<br />

camada mucosa composta de epitélio colunar simples e<br />

lâmina própria, uma camada de músculo liso, uma camada<br />

de tecido conjuntivo perimuscular e uma membrana serosa<br />

(Figura 16.24).<br />

A camada mucosa contém pregas abundantes que são<br />

particularmente evidentes quando a vesícula está vazia. As<br />

células epiteliais são ricas em mitocôndrias e têm núcleo<br />

localizado no terço basal (Figura 16.25). Todas essas células<br />

são capazes de secretar pequenas quantidades de muco.<br />

Glândulas mucosas tubuloacinosas situam-se próximo ao<br />

dueto cístico, sendo responsáveis pela secreção da maior<br />

parte do muco existente na bile.<br />

A principal função da vesícula biliar é armazenar bile,<br />

concentrá-la por meio da absorção de água e secretá-la no<br />

trato digestivo quando necessário. Este processo depende<br />

de um mecanismo de transporte ativo de sódio no epitélio<br />

Epitélio prismático<br />

:...- Reabsorção de íons<br />

e água; concentração<br />

''"'' ~<br />

Figura 16.24 Corte de vesícula biliar com seu epitélio cilíndrico e reentrâncias epiteliais<br />

repousando sobre tecido conjuntivo. Este epitélio tem um sistema transportador de cloreto<br />

de sódio na direção do tecido conjuntivo, que cria uma diferença osmótica, responsável pela<br />

concentração da bile. (Pequeno aumento.)

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