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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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16 1 Órgãos Associados ao Trato Digestivo<br />

(Figura 16.9). O lóbulo hepático é formado por uma massa<br />

poligonal de tecido cujo tamanho oscila em tomo de 0,7<br />

x 2 mm (Figuras 16.9 e 16.10). Em determinados animais<br />

(p. ex., porcos), os lóbulos são separados entre si por uma<br />

camada de tecido conjuntivo. Isso não ocorre em humanos,<br />

nos quais os lóbulos estão em contato ao longo de grande<br />

parte de seu comprimento, tomando difícil o estabelecimento<br />

de limites exatos entre lóbulos diferentes. Em algumas<br />

regiões da periferia dos lóbulos existe tecido conjuntivo<br />

contendo duetos biliares, vasos linfáticos, nervos e vasos<br />

sanguíneos. Essas regiões, os espaços porta, são encontradas<br />

nos cantos dos lóbulos. O figado humano contém de 3 a 6<br />

espaços porta por lóbulo, cada um contendo um ramo da<br />

veia porta, um ramo da artéria hepática, um dueto (parte do<br />

sistema de duetos biliares) e vasos linfáticos (Figura 16.9). A<br />

veia porta contém sangue proveniente do trato digestivo, pâncreas<br />

e baço. A artéria hepática contém sangue proveniente<br />

do tronco celíaco da aorta abdominal. O dueto, revestido por<br />

epitélio cúbico, transporta bile sintetizada pelos hepatócitos,<br />

a qual desemboca no dueto hepático. Um ou mais linfáticos<br />

transportam linfa, a qual eventualmente entra na circulação<br />

sanguínea. Todas essas estruturas estão envolvidas em uma<br />

bainha de tecido conjuntivo (Figura 16.11).<br />

Os hepatócitos estão radialmente dispostos no lóbulo<br />

hepático, arranjados como os tijolos de uma parede. Essas<br />

placas celulares estão direcionadas da periferia do lóbulo<br />

para o seu centro e anastomosam-se livremente, formando<br />

um labirinto semelhante a uma esponja (Figura 16.10). Os<br />

espaços entre essas placas contêm capilares, os sinusoi-<br />

Ramo da<br />

veia porta ~--==~des<br />

hepáticos (Figuras 16.10 e 16.11). Como discutido no<br />

Capítulo 11, capilares sinusoides são vasos irregularmente<br />

dilatados compostos por uma camada descontínua de células<br />

endoteliais fenestradas. As fenestras têm cerca de 100 nm<br />

de diâmetro e geralmente estão agrupadas (Figura 16.12).<br />

As células endoteliais são separadas dos hepatócitos<br />

adjacentes por uma lâmina basal descontínua (dependendo<br />

da espécie) e um espaço subendotelial conhecido como<br />

espaço de Disse, que contém microvilos dos hepatócitos<br />

(Figuras 16.12, 16.16 e 16.19). Fluidos provenientes do<br />

sangue percolam rapidamente a parede endotelial e fazem<br />

um contato muito próximo com a parede dos hepatócitos,<br />

o que possibilita uma troca fácil de macromoléculas entre<br />

o lúmen sinusoidal e os hepatócitos, e vice-versa. Essa<br />

troca é fisiologicamente importante não apenas devido ao<br />

grande número de macromoléculas (p. ex., lipoproteínas,<br />

albumina, fibrinogênio) secretadas dos hepatócitos para<br />

o sangue, mas também porque o fígado capta e cataboliza<br />

muitas moléculas grandes. O sinusoide é circundado<br />

e sustentado por uma delicada bainha de fibras reticulares<br />

(Figura 16.11). Além das células endoteliais, os sinusoides<br />

contêm macrófagos conhecidos como células de Kupffer<br />

(Figura 16.13). Essas células são encontradas na superfície<br />

luminal das células endoteliais, e suas principais funções<br />

são: metabolizar hemácias velhas, digerir hemoglobina,<br />

secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos<br />

e destruir bactérias que eventualmente penetrem<br />

o sangue portal a partir do intestino grosso. Células de<br />

Kupffer constituem cerca de 15% da população celular no<br />

Veia sublobular<br />

Veia centrolobulaJr<br />

Lóbulo<br />

hepático<br />

clássico<br />

Cordões de -=~:::=:,:<br />

hepatócitos<br />

Espaço porta<br />

Veia<br />

centrolobular<br />

Tríade<br />

portal<br />

Ramo de<br />

artéria hepática<br />

Dueto biliar - - ­<br />

Figura 16.9 Desenho esquemático que ilustra os lóbulos hepáticos do fígado. Cada lóbulo é composto por cordões de hepatócitos que são entremeados por capilares sinusoides (não<br />

representados nesta ilustração), os quaís desembocam em uma veia centrolobular. Na periferia do lóbulo há tecido conjuntivo, no qual se encontra o espaço porta, que contém a tTÍade<br />

portal (arteríola, vênula e dueto biliar). Há também vasos línfáticos e nervos (não representados). (Adaptada de Bourne G: An lntroduction to Functional Histology, Churchill, 1953.)

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