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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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1 1 Métodos de Estudo em <strong>Histologia</strong><br />

Manivela<br />

Suporte do bloco<br />

Bloco de parafina<br />

Figura 1.1 Micrótomo para cortar tecidos induídos em parafina ou resina. Acionando-~ a manivela (à direita da figura), o bloco contendo o fragmento de tecído sobe e desce. Após<br />

cada volta da manivela, o bloco avança uma distância definida (geralmente 1 a 10 µm) e, ao passar pela navalha, deixa uma fatia do tecido. (Cortesia de Microm.)<br />

são em parafina, as substâncias intermediárias mais comumente<br />

usadas são o xilol e o toluol. Quando os fragmentos<br />

de tecidos são embebidos no solvente orgânico, eles ficam<br />

transparentes ou translúcidos. Em seguida, são colocados<br />

cm parafina derretida (56 a 60ºC). O calor causa a evaporação<br />

do solvente orgânico, e os espaços existentes dentro dos<br />

tecidos tornam-se preenchidos com parafina. Depois de os<br />

fragmentos serem retirados da estufu, a parafina solidifica<br />

e eles se tornam rígidos. Os blocos de parafina que contêm<br />

os tecidos são então levados a um micrótomo (Figura 1.1),<br />

onde são seccionados por uma lâmina de aço ou de vidro,<br />

de modo a fornecer cortes de 1 a 10 micrômetros de<br />

espessura. Lembre-se de que: um micrômetro (1 µm) =<br />

0,001 mm= l0- 6 m; um nanômetro (1nm) =0,001 µm =<br />

l0- 6 mm = l0- 9 m. Após serem seccionados, os cortes são<br />

colocados para flutuar sobre uma superfície de água aquecida<br />

e, depois, sobre lâminas de vidro, onde aderem e serão,<br />

em seguida, corados.<br />

• Fixação física por congelação<br />

Um modo completamente diferente de preparar secções<br />

de tecidos ocorre após submeter os tecidos a um<br />

congelamento rápido; dessa maneira, os tecidos são fixados<br />

por congelação, um método físico de fixação, tornando-se<br />

rígidos e, assim, prontos para serem seccionados.<br />

Um micrótomo para tecidos congelados - o criostato ou<br />

criomicrótomo - foi desenvolvido para a produção de<br />

cortes de tecidos congelados. Uma vez que esse método<br />

possibilita a preparação rápida de cortes sem passar pelo<br />

longo procedimento de desidratação e inclusão descrito<br />

anteriormente, ele é habitualmente utilizado em hospitais<br />

para que seja possível analisar, cm poucos minutos,<br />

espécimes obtidos durante procedimentos cirúrgicos.<br />

São os assim chamados "cortes por congelação". Congelar<br />

tecidos é também muito útil para o estudo histoquímico<br />

de enzimas e de outras proteínas em cortes histológicos;<br />

isso porque o congelamento, ao contrário da fixação química,<br />

não inativa a maioria das enzimas e mantém muitas<br />

proteínas em suas conformações naturais e em seus locais<br />

originais. Quando se deseja estudar lipídios contidos nos<br />

tecidos, aconselha-se o uso de secções congeladas, já que a<br />

imersão de tecidos em solventes como xilol dissolve essas<br />

substâncias.<br />

• Coloração<br />

Para ser estudada ao microscópio, a maioria dos cortes<br />

histológicos deve ser corada, porque, com poucas exceções,<br />

os tecidos são incolores. Com essa finalidade foram<br />

desenvolvidos métodos de coloração que tornam evidentes<br />

os vários componentes dos tecidos, das células e da MEC.<br />

A seletividade com que os corantes coram os componentes<br />

dos tecidos pode ser maior ou menor. Muitos corantes se<br />

comportam como substâncias de caráter ácido ou básico e<br />

tendem a formar ligações eletrostáticas (salinas) com componentes<br />

ionizados dos tecidos. Os componentes dos tecidos<br />

que se coram bem com corantes básicos são chamados<br />

de basófilos, e os que têm grande afinidade por corantes<br />

ácidos, de acidófilos.<br />

O azul de toluidina e o azul de metileno são exemplos<br />

de corantes básicos. Outros corantes, como a hematoxilina,<br />

comportam-se como corantes básicos e se ligam às estruturas<br />

basófilas das células e dos tecidos. Os principais componentes<br />

dos tecidos que reagem com corantes básicos o<br />

fuzem por conter ácidos na sua composição - ácidos nucleicos,<br />

glicosaminoglicanos e glicoproteínas ácidas. Por outro<br />

lado, corantes ácidos (tais como orange G, eosina, fucsina<br />

ácida) coram principalmente os componentes acidófilos<br />

dos tecidos, como, por exemplo mitocôndrias, grânulos de<br />

secreção, proteínas citoplasmáticas e colágeno.<br />

Dentre todos os corantes, a combinação de hematoxilina<br />

e eosina (HE) é a mais comumente utilizada. A hematoxilina<br />

cora em azul ou violeta o núcleo das células e<br />

outras estruturas ácidas (tais como porções do citoplasma<br />

ricas em RNA e a matriz extracelular da cartilagem hialina).<br />

A eosina, por outro lado, cora o citoplasma e o colágeno<br />

em cor-de-rosa. Muitos outros corantes são usados<br />

além da HE, como os tricrómicos (p. ex., os corantes de<br />

Mallory e de Masson). Os tricrómicos, além de mostrarem<br />

muito bem o núcleo e o citoplasma, ajudam a diferenciar<br />

colágeno de músculo liso. Uma técnica especialmente boa

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