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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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8 1 Tecido ósseo<br />

cartilagem hialina, que gradualmente é destruído e substituído<br />

por tecido ósseo formado a partir de células do conjuntivo<br />

adjacente. Tanto na ossiíicação intramembranosa<br />

como na endocondral, o primeiro tecido ósseo formado é<br />

do tipo primário, o qual é, pouco a pouco, substituído por<br />

tecido secundário ou lamelar. Portanto, durante o crescimento<br />

dos ossos podem-se ver, lado a lado, áreas de tecido<br />

primário, áreas de reabsorção e áreas de tecido secundário.<br />

Uma combinação de formação e remoção de tecido ósseo<br />

persiste durante o crescimento do osso. Isso também ocorre<br />

no adulto, embora em ritmo muito mais lento.<br />

• Ossificação intramembranosa<br />

A ossificação intramembranosa ocorre no interior de<br />

membranas de tecido conjuntivo {Figura 8.12). ~ o processo<br />

formador dos ossos frontal, parietal e de partes do<br />

occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior.<br />

Contribui também para o crescimento dos ossos curtos e<br />

para o aumento em espessura dos ossos longos.<br />

O local da membrana conjuntiva onde a ossificação começa<br />

chama-se centro de ossificação primária. O processo tem<br />

início pela diferenciação de células mesenquimatosas que se<br />

transformam em grupos de osteoblastos, os quais sintetizam o<br />

osteoide (matriz ainda não mineralizada). que logo se mineraliza,<br />

englobando alguns osteoblastos que se transformam<br />

em osteócitos {Figura 8.12). Como vários desses grupos surgem<br />

quase simultaneamente no centro de ossiíicação, há confluência<br />

das traves ósseas formadas, conferindo ao osso um<br />

aspecto esponjoso. Entre as traves formam-se cavidades que<br />

são penetradas por vasos sanguíneos e células mesenquimatosas<br />

indiferenciadas, que darão origem à medula óssea.<br />

Os vários centros de ossificação crescem radialrnente,<br />

acabando por substituir a membrana conjuntiva preexistente.<br />

A palpação do crânio dos recém-nascidos revela<br />

áreas moles - as fontanelas - onde as membranas conjuntivas<br />

ainda não foram substituídas por tecido ósseo.<br />

Mesênquima Blastema ósseo Osteoblastos Tercido ósseo<br />

primârio<br />

Figura 8. 12 lnfcio da ossíficação intramembranosa. Células do mesênquima se tomam<br />

arredondadas e formam um blastema no qual, por diferenciação, originam-se osteoblastos<br />

que produzem tecido ósseo prtmário.<br />

Nos ossos chatos do crânio, principalmente após o<br />

nascimento, verifica-se um predominio acentuado da formação<br />

sobre a reabsorção de tecido ósseo nas superfkies<br />

interna e externa. Assim, formam-se as duas tábuas de<br />

osso compacto, enquanto o centro permanece esponjoso<br />

(díploe).<br />

A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação<br />

passa a constituir o endósteo e o periósteo.<br />

• Ossificação endocondral<br />

A ossificação endocondral tem início sobre uma peça de<br />

cartilagem hialina, de forma parecida à do osso que se vai<br />

formar, porém de tamanho menor. Esse tipo de ossificação é<br />

o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos<br />

(Figura 8.13). A ossificação endocondral consiste essencialmente<br />

em dois processos. Primeiro, a cartilagem hialina<br />

sofre modiíicações, havendo hipertrofia dos condrócitos,<br />

redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização<br />

e a morte dos condrócitos por apoptose. Segundo, as<br />

cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas<br />

por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas<br />

do conjuntivo adjacente. Essas células diferenciam-se em<br />

osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques<br />

de cartilagem calcificada (Figura 8.14). Desse modo, aparece<br />

tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso, sem que<br />

ocorra a transformação deste tecido naquele; os tabiques de<br />

matriz calcificada da cartilagem servem apenas de ponto de<br />

apoio à ossificação (Figura 8.15).<br />

A formação dos ossos longos é um processo complexo. O<br />

molde cartilaginoso apresenta uma parte média estreitada e<br />

as extremidades dilatadas, correspondendo, respectivamente,<br />

à diáfise e às epífises do futuro osso. O primeiro tecido ósseo<br />

a aparecer no osso longo é formado por ossificação intramembranosa<br />

do pericôndrio que recobre a parte média da<br />

diáfise (Figura 8.13). formando um cilindro, o colar ósseo.<br />

Enquanto se forma o colar ósseo, as células cartilaginosas<br />

envolvidas pelo mesmo hipertrofiam (aumentam de volume).<br />

morrem por apoptose e a matriz da cartilagem se mineraliza.<br />

Vasos sanguíneos, partindo do periósteo, atravessam o cilindro<br />

ósseo e penetram a cartilagem calcificada, levando consigo<br />

células osteoprogenitoras originárias do periósteo, que<br />

proliferam e se diferenciam em osteoblastos, os quais formam<br />

camadas contínuas nas superficies dos tabiques cartilaginosos<br />

calei.ficados e iniciam a síntese da matriz óssea que logo se<br />

mineraliza. Forma-se, assim, tecido ósseo primário sobre os<br />

restos da cartilagem calcificada. Nos cortes histológicos, distingue-se<br />

a cartilagem calcificada por ser basófila, enquanto o<br />

tecido ósseo depositado sobre ela é acidófilo.<br />

O centro de ossiíicação descrito, que aparece na parte<br />

média da diáfise, é chamado de centro primário. Seu crescimento<br />

rápido, em sentido longitudinal, ocupa toda adiálise,<br />

que fica, assim, formada por tecido ósseo (Figura 8.13 ).<br />

Esse alastramento do centro primário é acompanhado pelo<br />

crescimento do cilindro ósseo que se formou a partir do<br />

pericôndrio e que cresce também na direção das epífises.<br />

Desde o início da formação do centro primário surgem<br />

osteoclastos e ocorre absorção do tecido ósseo formado no<br />

centro da cartilagem, aparecendo, assim, o canal medular,

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