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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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<strong>Histologia</strong> <strong>Básica</strong><br />

.,.. Introdução<br />

Os órgãos associados ao trato digestivo incluem as glãndulas<br />

salivares, o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. As<br />

principais funções da saliva produzida pelas glãndulas salivares<br />

são: umidificar e lubrificar a mucosa oral e o alimento<br />

ingerido, iniciar a digestão de carboidratos e lipídios (por<br />

meio das atividades da amilase e lipase lingual, respectivamente)<br />

e secretar substâncias germicidas protetoras, como<br />

a imunoglobulina A (IgA), a lisozima e a lactoferrina. A<br />

saliva também é muito importante na manutenção de um<br />

pH neutro na cavidade oral {função de t<strong>amp</strong>onamento) e<br />

forma uma película sobre os dentes por meio de proteÍllas<br />

salivares ricas em prolina que se ligam ao cálcio. Em algumas<br />

espécies, mas não em seres humanos, a secreção de<br />

saliva também é importante na regulação da temperatura<br />

corporal.<br />

~O <strong>Histologia</strong> aplicada<br />

Diversos tumores originam-se em glândulas salivares, principalmente<br />

na parótida. A hipofunçào das glândulas salivares maiores<br />

decorrente de doenças ou radioterapia está associada a cáries, atrofia da<br />

mucosa oral e dificuldades na fala.<br />

As principais funções do pãncreas são produzir enzimas<br />

digestivas que atuam no intestino delgado e secretar para<br />

o sangue hormônios como a insulina e o glucagon, ambos<br />

muito importantes para o metabolismo dos nutrientes<br />

absorvidos. O fígado produz a bile, wn fluido importante<br />

na digestão de gorduras. O fígado desempenha um papel<br />

essencial no metabolismo de lipídios, carboidratos e proteínas,<br />

além de inativar e metabolizar muitas substãncias tóxicas,<br />

medicamentos e drogas. Este órgão também participa<br />

do metabolismo do ferro, síntese de proteínas do plasma<br />

sanguíneo e fatores necessários para a coagulação do sangue.<br />

A vesícula biliar absorve água da bile, armazenando-a<br />

em uma forma concentrada.<br />

.,.. Glândulas salivares<br />

São glândulas exócrinas que produzem saliva, fluido que<br />

tem funções digestivas, lubrificantes e protetoras. Além<br />

das glândulas pequenas dispersas pela cavidade oral, existem<br />

três pares de glândulas salivares maiores: as glândulas<br />

parótida, submandibular {submaxilar) e sublingual. Em<br />

humanos, as glândulas salivares menores secretam 10% do<br />

volume total de saliva, mas são responsáveis por aproximadamente<br />

70% do muco que é secretado.<br />

Uma cápsula de tecido conjw1livo rico em fibras colágenas<br />

circunda e reveste as glândulas salivares maiores.<br />

O parênquima dessas glândulas consiste em terminações<br />

secretoras e em wn sistema de duetos ramificados que<br />

se arranjam em lóbulos, separados entre si por septos de<br />

tecido conjuntivo que se originam da cápsula. As terminações<br />

secretoras têm dois tipos de células secretoras - sero-<br />

sas ou mucosas (Figura 16. I), além das células mioepiteliais<br />

não secretoras. Esta porção secretora precede um sistema<br />

de duetos cujos componentes modificam a saliva, à medida<br />

que a conduzem para a cavidade oral.<br />

Células serosas têm, em geral, um formato piramidal,<br />

com uma base larga que repousa sobre uma lânúna basal e<br />

um ápice com microvilos pequenos e irregulares, voltados<br />

para o lúmen (Figura 16.2). Elas exibem características de<br />

células polarizadas secretoras de proteínas. Células secretoras<br />

adjacentes estão unidas entre si por complexos juncionais<br />

e formam wna massa esférica denominada ácino,<br />

contendo um lúmen central (Figura 16.1).<br />

Células mucosas apresentam, em geral, um formato<br />

cuboide ou colunar; seu núcleo é oval e encontra-se pressionado<br />

junto à base da célula. Elas exibem características de<br />

células secretoras de muco {Figuras 16.1 e 16.3), contendo<br />

glicoproteínas importantes para as funções lubrificantes da<br />

saliva. A maioria dessas glicoproteínas pertence à família<br />

das mucinas, cuja estrutura contém 70 a 80% de cadeias de<br />

carboidratos. As células mucosas frequentemente se organizam<br />

formando túbuJos, que consistem em arranjos cilú1-<br />

dricos de células secretoras que circundam um lúmen.<br />

No ser humano as glândulas submandibulares e sublinguais,<br />

célul as mucosas e serosas estão arranjadas em um<br />

padrão característico. As células mucosas formam túbulos,<br />

mas, no término deles, existe um grupo de células serosas<br />

que constituem as semiluas serosas (Figuras 16. l e 16.3).<br />

Células mioepiteliais, descritas no Capítulo 4, são<br />

encontradas junto à lâmina basal de terminações secretoras<br />

e a duetos intercalares (em menor extensão), que formam a<br />

porção inicial do sistema de duetos (Figura 16.1 ). Duas ou<br />

três células mioepiteliais envolvem a terminação secretora,<br />

e nesta porção são bem desenvolvidas e ramificadas. Nos<br />

duetos intercalares, as células mioepiteliais são mais alongadas<br />

e fusiformes, dispondo-se paralelamente ao comprimento<br />

do dueto. Essas células têm várias características<br />

semelhantes às das células musculares, incluindo a contratilidade.<br />

Entretanto, elas estabelecem junções (desmossomos)<br />

entre si e também com as células secretoras. Embora<br />

a contração das células mioepiteliais acelere a secreção de<br />

saliva, sua principal função parece ser a prevenção da distensão<br />

excessiva da terminação secretora durante a secreção,<br />

devido a um aumento da pressão luminal. Paralelamente, a<br />

contração das células mioepiteliais localizadas nos duetos<br />

intercalares aumenta o diâmetro luminal, contribuindo<br />

para uma diminuição da pressão na terminação secretora<br />

e facilitando a secreção.<br />

No sistema de duetos, as terminações secretoras se continuam<br />

com os duetos intercalares, formados por células<br />

epiteliais cuboides. Vários desses duetos curtos se unem<br />

para formar um dueto estriado (Figuras 16.l e 16.3).<br />

Os duetos são caracterizados por estriações radiais que<br />

se estendem da base das células até a altura dos núcleos.<br />

Quando observadas ao microscópio eletrônico, essas estriações<br />

consistem em invaginações da membrana plasmática<br />

basal com numerosas mitocôndrias alongadas que estão<br />

alinhadas paralelamente às invaginações; esta estrutura é<br />

característica de células transportadoras de íons. Duetos

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