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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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<strong>Histologia</strong> <strong>Básica</strong><br />

Em alguns tecidos, existem anastomoses arteriovenosas<br />

(Figura 11.12), possibilitando que arteríolas se esvaziem<br />

diretamente em vênulas. Este é Lun mecanismo adicional<br />

que contribui para regular a circulação nos capilares. Essas<br />

interconexões são abundantes no músculo esquelético e na<br />

pele das mãos e dos pés. Quando vasos de wna anastomose<br />

arteriovenosa se contraem, todo o sangue é forçado a atravessar<br />

a rede capilar. Quando eles relaxam, um pouco de<br />

sangue flui diretamente para uma veia em vez de circular<br />

nos vasos capilares.<br />

A circulação capilar é controlada por excitação neural<br />

e hormonal, e a riqueza de vasos da rede capilar é relacionada<br />

com a atividade metabólica dos tecidos. Tecidos que<br />

têm taxas metabólicas altas, como rim, fígado e músculos<br />

cardíaco e esquelético, contêm uma rede capilar abundante;<br />

o oposto é verdade para tecidos com baixas taxas metabóli •<br />

cas, como o músculo liso e o tecido conjuntivo denso.<br />

O diâmetro total do conjunto de vasos capilares é aproximadamente<br />

800 vezes maior do que o diâmetro da aorta.<br />

Isso faz com que a velocidade média do sangue na aorta<br />

seja de 320 mm/segundo, enquanto nos vasos capilares é<br />

de aproximadamente 0,3 mm/segm1do. O fluxo sanguíneo<br />

nesses vasos é lento. O fluxo lento de sangue e a delgada<br />

parede dos capilares tornam esses vasos Lun local favorável<br />

para trocas entre o sangue e os tecidos.<br />

f<br />

•<br />

Para saber mais<br />

Outras funções dos capilares<br />

Os vasos capilares são frequentemente chamados de vasos de troca,<br />

uma vez que é nesses locais que são transferidos oxigênio, gás carbônico,<br />

substratos e metabólitos do sangue para os tecidos e dos tecidos para<br />

o sangue. Os mecanismos responsáveis pelo intercâmbio de materiais<br />

entre o sangue e os tecidos não são ainda completamente conhecidos.<br />

Eles dependem do tipo de molécula a ser transportada e também das<br />

características estruturais e do arranjo das células endoteliais encontra·<br />

das em cada tipo de capilar.<br />

Pequenas moléculas hidrofóbicas e moléculas hidrohlicas, como,<br />

por exemplo, oxigênio, gás carbônico e glicose, podem difundir-se ou<br />

ser transportadas ativamente pela membrana plasmática das células<br />

endoteliais dos capilares. Essas substâncias são então transportadas<br />

por difusão através do citoplasma das células endoteliais para a sua<br />

superfície oposta, onde são descarregadas no espaço extracelular. Água<br />

e algumas outras moléculas hidrohlicas, menores do que 1,5 nm em diâ·<br />

metro e abaixo de 10 kOa de peso molecular, podem cruzar a parede<br />

capilar, difund indo-se através das junções intercelulares (via paracelular).<br />

Os poros dos vasos capilares fenestrados, os espaços entre células<br />

endoteliais dos vasos capilares sinusoides e as vesículas de pinocitose<br />

são outras vias para a passagem de grandes moléculas.<br />

• Vênulas pós-capilares<br />

A transição dos capilares para vênulas ocorre gradualmente.<br />

As vênulas que se seguem imediatamente aos capi·<br />

lares (vênulas pós-capilares ou pericíticas) têm diâmetro de.<br />

0,1 a 0,5 mm e extensão de 0,5 a 70 mm. A parede dessas<br />

vênulas é formada apenas por uma camada de células endoteliais<br />

(Figura 11.10) em volta das quais se situam células<br />

pericíticas contráteis. As junções entre as células endote-<br />

liais são as mais frouxas de todo o sistema vascular. Essas<br />

vênulas pericíticas têm várias características funcionais e<br />

morfológicas em comLun com os capilares; por exemplo,<br />

participam em processos inflamatórios e trocas de moléculas<br />

entre o sangue e os tecidos. Mediadores da inflamação,<br />

como a histamina produzida pelos mastócitos do tecido<br />

conjuntivo, alteram a permeabilidade vascular de vênulas<br />

pós-capilares, facilitando a passagem de células da defesa<br />

do sangue para os tecidos.<br />

A maioria das vênulas, entretanto, é do tipo muscular,<br />

contendo pelo menos algumas células musculares lisas na<br />

sua parede. As vênulas também podem influenciar o fluxo<br />

de sangue nas arteríolas por meio da produção e secreção<br />

de substâncias vasoativas difusíveis.<br />

• Veias<br />

Das vênulas, o sangue é coletado em veias de maior<br />

calibre, arbitrariamente classificadas como veias pequenas,<br />

médias e grandes. A maioria das veias é de pequeno ou<br />

médio calibre, com diâmetro entre 1 e 9 mm (Figura 11.8),<br />

e contêm pelo menos algumas células musculares em suas<br />

paredes. A íntima apresenta normalmente uma camada<br />

subendotelial fina composta por tecido conjuntivo que<br />

pode estar muitas vezes ausente. A tt'mica média consiste<br />

em pacotes de pequenas células musculares lisas entremeadas<br />

com fibras reticulares e uma rede delicada de fibras<br />

reticulares. Nas veias, a túnica adventícia é a mais espessa e<br />

bem desenvolvida das túnicas (Figura 11.17).<br />

Os grandes troncos venosos, perto do coração, são veias de<br />

grande calibre. As grandes veias têm uma túnica íntima bem<br />

desenvolvida, mas a média é muito fina, com poucas camadas<br />

de células musculares lisas e abundante tecido conjtu1tivo.<br />

Frequentemente, a adventícia contém feixes longitudinais de<br />

músculo liso e fibras colágenas. Essas veias, particularmente<br />

as maiores, contêm válvulas no seu interior (Figura 11.18). As<br />

válvulas consistem em dobras da túnica íntima, em forma de<br />

meia-lua, que se projetam para o interior do lúmen do vaso.<br />

As válvulas são compostas de tecido conjuntivo rico em fibras<br />

elásticas e são revestidas em ambos os lados por endotélio. As<br />

válVLúas são especialmente numerosas em veias dos membros<br />

inferiores. Essas estruturas, juntamente com a contração do<br />

múscLúo esquelético que circunda as veias, direcionam o sangue<br />

venoso de volta para o coração.<br />

... Coração<br />

O coração é um órgão muscLúar que se contrai ritmicamente,<br />

enquanto bombeia o sangue pelo sistema circulatório.<br />

Também é responsável pela produção de um hormônio chamado<br />

de fator natriurético atrial. Suas paredes são constituídas<br />

de três túnicas: a interna, ou endocárdio; a média, ou<br />

miocárdio; e a e.\.1erna, ou pericárdio. A região central fibrosa<br />

do coração, comumente chamada esqueleto fibroso, serve de<br />

ponto de apoio para as válvulas, além de ser também o local<br />

de origem e inserção das células mtlSCLÚares cardíacas.<br />

O endocárdio é o homólogo da íntima dos vasos sanguíneos<br />

e é constituído por endotélio que repousa sobre uma

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