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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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Hístología Básíca<br />

"" Hormônios<br />

Hormônios são moléculas que agem como sinalizado,<br />

res químicos. Eles são liberados por células especializadas<br />

chamadas endócrinas, porque secretam "para dentro~ ao<br />

contrário das células de glândulas exócrinas, cuja secreção<br />

é levada por meio de duetos excretores a uma cavidade ou<br />

à superfkie do corpo. Células endócrinas comumente se<br />

unem formando glândulas endócrinas, em que se organizam<br />

geralmente sob forma de cordões celulares. Uma exceção<br />

notável é a glândula tireoide, cujas células são organizadas<br />

como pequenas esferas, chamadas folículos. Além<br />

das glândulas endócrinas, há muitas células endócrinas<br />

isoladas, como as células endócrinas encontradas no trato<br />

digestivo.<br />

As células endócrinas estão sempre muito próximas de<br />

capilares sanguíneos, que recebem os hormônios secretados<br />

e os distribuem pelo organismo, diluídos no plasma.<br />

Muitos hormônios, portanto, agem distantes do seu local<br />

de secreção. Há, no entanto, células endócrinas que produzem<br />

hormônios que agem a uma distância curta, um tipo<br />

de controle chamado parácrino. Esses hormônios podem<br />

chegar ao seu local de ação por meio de curtos trechos de<br />

vasos sanguíneos. Um bom exemplo de controle parácrino é<br />

o da gastrina, liberada pelas células G localizadas principalmente<br />

na região do piloro no estômago. A gastrina alcança<br />

as glândulas fúndicas do estômago por vasos sanguíneos,<br />

estimulando a produção de ácido clorídrico.<br />

Outro modo de controle é o justácrino, no qual uma<br />

molécula é liberada na matriz extracelular, difunde-se por<br />

essa matriz e atua em células situadas a uma distância muito<br />

curta de onde foram liberadas. A inibição de secreção de<br />

insulina em ilhotas de Langerhans pela ação de somatostatina<br />

produzida por células da mesma ilhota é um exemplo<br />

de controle justácrino. No controle chamado de autócrino,<br />

as células podem produzir moléculas que agem nelas próprias<br />

ou em células do mesmo tipo. O fator de crescimento<br />

semelhante à insulina (IGF) produzido por vários tipos<br />

celulares pode agir nas mesmas células que o produziram<br />

Os tecidos e órgãos nos quais os hormônios atuam são<br />

chamados tecidos-alvo ou órgãos-alvo. Esses reagem aos<br />

hormônios porque as suas células têm receptores que reconhecem<br />

especificamente determinados hormônios e só<br />

a eles respondem. Por esse motivo, os hormônios podem<br />

circular no sangue sem influenciar indiscriminadamente<br />

todas as células do corpo. Outra vantagem da existência de<br />

receptores é a capacidade de resposta das células-alvo aos<br />

respectivos hormônios, mesmo se esses estiverem no sangue<br />

em concentrações muito pequenas, o que normalmente<br />

acontece. As próprias células endócrinas também podem<br />

ser células-alvo de outras glândulas endócrinas. Deste<br />

modo, o organismo pode controlar a secreção de hormônios<br />

por um mecanismo de retroalimentação ifeedback) e<br />

manter níveis hormonais plasmáticos adequados dentro de<br />

limites muito precisos.<br />

"" Hipófise<br />

A hipófise ou pituitária é um pequeno órgão que pesa<br />

cerca de 0,5 g no adulto e cujas dimensões são cerca de 10 x<br />

13 x 6 mm. Localiza-se em uma cavidade do osso esfenoide<br />

- a sella turcica - que é um importante ponto de referência<br />

radiológico. A hipófise se liga ao hipotálamo, situado<br />

na base do cérebro, por um pedículo que é a ligação entre a<br />

hipófise e o sistema nervoso central.<br />

Ela tem origem embriológica dupla: nervosa e ectodérmica.<br />

A porção de origem nervosa se desenvolve pelo<br />

crescimento do assoalho do diencéfalo em direção caudal<br />

(Figura 20.1} e a porção ectodérmica da hipófise se desenvolve<br />

a partir de um trecho do ectoderrna do teto da boca<br />

primitiva que cresce em direção cranial formando a bolsa<br />

de Rathke. Uma constrição na base dessa bolsa acaba<br />

separando-a da cavidade bucal. Ao mesmo tempo, a parede<br />

anterior da bolsa de Rathke se espessa, diminuindo o tamanho<br />

da cavidade da bolsa, que se torna reduzida a uma<br />

pequena fissura. A porção originada do diencéfalo mantém<br />

continuidade com o sistema nervoso, constituindo o pedículo<br />

da glândula.<br />

Em razão de sua origem embriológica dupla, a hipófise<br />

consiste, na realidade, em duas glândulas: a neuro-hipófise<br />

e a adeno-hipófise, unidas anatomicamente e tendo funções<br />

diferentes., porém inter-relacionadas. A neuro-hipófise,<br />

a porção de origem nervosa, consta de uma porção<br />

volumosa - a pars nervosa -, e do seu pedículo de fixação<br />

- o infunch'bulo -, que se continua com o hipotálamo<br />

(Figuras 20.1 e 20.2).<br />

Assoalho<br />

do diencéfalo<br />

I<br />

Pars nervosa<br />

Teto da ~4=::;;ícavidade<br />

oral Bolsa de Teto da<br />

1 1<br />

,<br />

Rathke cavidade oral<br />

Figura 20.1 Oesenwlvimento embrionário da adeno-hipófise e da neuro-hípófise a partir do ectoderma do teto da cavidade oral e do assoalho dodienalfalo.

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