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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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20 1 Glândulas Endócrinas<br />

As atividades das células da pars distalis são controladas<br />

por vários mecanismos. Um deles é representado por hormônios<br />

peptidicos produzidos pelos agregados de células<br />

neurossecretoras dos núcleos dorsomediano, dorsoventral<br />

e infundibular do hipotálamo (Tabela 20.2). Esses hormônios<br />

são armazenados nos terminais axônicos situados na<br />

eminência mediana e, após sua liberação, são transportados<br />

à pars distalis pelo plexo capilar, também situado na<br />

eminência mediana (Figura 20.2). A maioria desses hormônios,<br />

chamados hormônios hipofisiotrópicos ou hormônios<br />

liberadores hipotalâmicos (hypothalamic releasing<br />

hormones), são estimuladores da secreção por células da<br />

pars distalis e dois deles inibem a liberação de hormônios<br />

na pars distalis (Tabela 20.2).<br />

O hipotálamo ocupa uma posição muito estratégica no<br />

corpo, pois recebe inervação de várias partes do encéfalo<br />

e (entre outras funções) controla a hipófise e, consequentemente,<br />

um número muito grande de atividades do organismo.<br />

Dessa maneira, muitos estímulos externos, assim<br />

como também estímulos formados no cérebro, podem<br />

afetar a função da hipófise e, por conseguinte, a função de<br />

muitos tecidos e órgãos (Figura 20.7).<br />

Um segundo mecanismo de controle é representado<br />

pelos hormônios produzidos por várias glândulas endócrinas,<br />

os quais agem sobre a liberação de peptídios da eminência<br />

mediana e sobre a função das próprias células da pars<br />

distalis. Dessa maneira, os níveis plasmáticos de hormônios<br />

de várias glândulas endócrinas controlam por retroalimentação<br />

negativa a sua própria secreção. Utilizando a tireoide<br />

como exemplo, a Figura 20.8 ilustra os mecanismos de controle,<br />

mostrando a cadeia complexa de eventos que controla<br />

a liberação de hormônios da tireoide.<br />

Um terceiro tipo de controle sobre a hipófise pode ser<br />

exemplificado por moléculas como a inibina e a activina,<br />

que são peptídios da familia do transforming growth factor<br />

13 (TGF-13) produzidos nas gônadas e que controlam a<br />

secreção de FSH. Todos esses mecanismos possibilitam um<br />

controle apurado da secreção pela pars dista/is.<br />

Pars tuberalis<br />

A pars tuberalis é uma região em forma de funil que<br />

cerca o infundíbulo da neuro-hipófise (Figura 20.1). É uma<br />

região importante em animais que mudam seus hábitos em<br />

função da estação do ano (p. ex., animais que hibernam)<br />

por meio do controle da produção de prolactina.<br />

Pars intermedia<br />

A pars intermedia, que se localiza na porção dorsal da<br />

antiga bolsa de Rathke (Figuras 20.1 e 20.3), em humanos<br />

adultos é uma região rudimentar composta de cordões e<br />

folículos de células fracamente basófilas que contêm pequenos<br />

grânulos de secreção. Em peixes e anfibios, contém<br />

células melanotrópicas que produzem várias substâncias,<br />

entre as quais o hormônio estimulante de melanócitos que<br />

regula a produção de melanina.<br />

~ Neuro-hipófise<br />

A neuro-hipófise consiste na pars nervosa e no infundíbulo.<br />

A pars nervosa, diferentemente da adeno-hipófise,<br />

não contém células secretoras. Apresenta um tipo específico<br />

de célula glial muito ramificada, chamada pituícito<br />

(Figura 20.9). O componente mais importante da pars<br />

nervosa é formado por cerca de 100 mil axônios não mielinizados<br />

de neurônios secretores cujos corpos celulares<br />

estão situados nos núcleos supraópticos e paraventriculares<br />

(Figura 20.2).<br />

Os neurônios secretores têm todas as características<br />

de neurônios típicos, inclusive a habilidade de liberar um<br />

potencial de ação, mas têm corpos de Nissl muito desenvolvidos<br />

relacionados com a produção de neurossecreção.<br />

A neurossecreção (que pode ser observada por colorações<br />

especiais como a hematoxilina crômica de Gomori) é transportada<br />

ao longo dos axônios e se acumula nas suas extremidades,<br />

situadas na pars nervosa. Seus depósitos formam<br />

estruturas conhecidas como corpos de Herring, visíveis ao<br />

Tabela 20.2 • Horm6nlos produrldos no hlpotálamo.•<br />

liberados na eminência mediana<br />

Hormônio<br />

Hormônio llberador de tireotropina (TRH)<br />

Hormônio llberador de gonadotropina (GnRH)<br />

Somatostatina ( ST)<br />

Hormônio llberador de hormônio do crescimento (GHRH)<br />

Oopamina ou hormônio Inibidor de prolactlna<br />

Hormônio liberador de corticotropina (CRH)<br />

Liberados na pars ntrVOsa<br />

Hormônio<br />

Vasopressina ou honmõnio anti diurético (AOH)<br />

Ocltodna<br />

Função<br />

Estimula a liberação de tlreotropina e de prolactina<br />

Estimula a liberação de FSH e de LH<br />

Inibe a liberação de hormônio de aes

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