Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro
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<strong>Histologia</strong> <strong>Básica</strong><br />
neutrófilos estão: (a) nos capilares colocados temporariamente<br />
fora da circulação, por vasoconstrição nas arteríolas,<br />
e (b) ligados fracamente a moléculas de integrinas do<br />
endotélio dos vasos, não sendo levados pela corrente circulatória.<br />
Há uma troca constante de células entre o compartimento<br />
circulante e o de marginação. O compartimento de<br />
marginação e o compartimento circulante têm aproximadamente<br />
a mesma quantidade de neutrófilos. Os neutrófilos<br />
e os outros granulócitos entram no tecido conjuntivo,<br />
passando entre as células endoteliais dos capilares e vênulas<br />
pós-capilares (diapedese). O tecido conjuntivo constitui<br />
um quinto compartimento para os neutrófilos, de tamanho<br />
desconhecido, onde eles permanecem cerca de 4 dias<br />
e morrem por apoptose, quer tenham exercido sua função<br />
de fagocitose ou não.<br />
.,. Cinética da produção de<br />
outros granulócitos<br />
Os eosinófilos permanecem menos de 1 semana no sangue,<br />
mas existe wn grande pool armazenado na medula<br />
que pode ser mobilizado rapidamente quando necessário<br />
(p. ex., em caso de reações alérgicas ou parasitoscs). Fatores<br />
importantes para a formação de eosinófilos são GM-CSF<br />
SCF e IL-5.<br />
A formação de basófilos é bem menos conhecida, principalmente<br />
em virtude de sua quantidade muito reduzida<br />
no sangue. Sabe-se que alguns fatores importantes para a<br />
formação dessas células são GM-CSF e SCF.<br />
.,. Maturação dos linfócitos e monócitos<br />
O estudo das células precursoras dos linfócitos e monócitos<br />
é diflcil porque essas células não apresentam grãnulos<br />
espedficos nem núcleos lobulados, características que facilitam<br />
a distinção entre os diversos estágios dos granulócitos.<br />
Os precursores dos linfócitos são identificados principalmente<br />
pelo tamanho, pela estrutura da cromatina e por<br />
nucléolos visíveis nos esfregaços. À medida que os linfócitos<br />
maturam, sua cromatina se torna mais condensada, os<br />
nucléolos se tornam menos visíveis e a célula diminui de<br />
tamanho. Além disso, subpopulações de linfócitos adquirem<br />
receptores superficiais específicos, que podem ser<br />
identificados por meio de técnicas que utilizam anticorpos<br />
que se ligam a esses receptores.<br />
• Linfócitos<br />
Os linfócitos circulantes no sangue e na linfa se originam<br />
principalmente no timo e nos órgãos linfoides periféricos<br />
(p. ex., baço, linfonodos e tonsilas), a partir de células<br />
levadas da medula óssea pelo sangue (ver Capítulo 14). Os<br />
linfócitos T e B se diferenciam no timo e na medula óssea,<br />
respectivamente, independentemente de antígenos. Nos<br />
tecidos, o linfócito B se diferencia em plasmócito, célula<br />
produtora de imunoglobulinas.<br />
f Para saber mais<br />
.<br />
Alguns fatores importantes no desenvolvimento da linhagem linfoide<br />
na medula óssea são ll-7 (célula precu~ora), IL-2 (linfócito T), IL-4<br />
(linfócito 8), ll-15 (célula natural ki//er). As citocinas ll-1, IL-3, IL-4, ll-7,<br />
TNF-a e SCF são importantes para o desenvolvimento das células dendríticas<br />
(apresentadoras de antígenos), que têm a mesma origem dos<br />
li nfócitos e monócitos.<br />
A célula mais jovem da linhagem é o linfoblasto, que<br />
forma o prolinfócito, formando este, por sua vez, os linfócitos<br />
maduros.<br />
O linfoblasto é a maior célula da série linfocítica. Tem<br />
forma esférica, com citoplasma basófilo e sem granulações<br />
azurófilas. A cromatina é relativamente condensada, em<br />
placas, lembrando já a cromatina do linfócito maduro. O<br />
linfoblasto apresenta dois ou três nucléolos.<br />
O prolinfócito é menor do que a célula anterior; tem o<br />
citoplasma basófilo, podendo conter granulações azurófilas.<br />
A cromatina do prolinfócito é condensada, porém me nos<br />
do que nos linfócitos. Os nucléolos não são faci lmente visíveis,<br />
devido à condensação da cromatina. O prolinfócito dá<br />
origem diretamente ao linfócito circulante.<br />
• Monócitos<br />
Ao contrário dos granulócitos, que são células diferenciadas<br />
e terminais, que não mais se dividem, os monócitos<br />
são células intermediárias, destinadas a formar os macrófagos<br />
dos tecidos. Sua origem é a célula mieloide multipotente<br />
que origina todos os outros leucócitos, exceto os<br />
linfócitos .<br />
.l- 0<br />
<strong>Histologia</strong> aplicada<br />
A proliferação neoplásica de células precu~oras dos leucócitos<br />
constitui as leucemias. As leucemias mais comuns, de acordo com sua<br />
origem, podem ser linfooticas, quando originadas da linhagem linfoide;<br />
granulociticas, originadas da linhagem dos leucócitos granulócitos; e<br />
monociticas, originadas dos precursores dos monócitos. Nas leucemias,<br />
geralmente há produção excessíva de células funcional e morfologicamente<br />
defeituosas, originadas de um único tipo de célula precu~ora.<br />
podendo haver redução na formação das outras célula.s sanguíneas.<br />
Frequentemente os pacientes têm anemia e pouca resistência às Infecções,<br />
além de muitos outros sintomas. As causas das leucemias não<br />
estão completamente elucidadas, mas, em muitos casos, existem translocações<br />
cromossômicas. Por exemplo, 95% dos pacientes com leucemia<br />
granulocítica crônica são portadores de translocação entre os cromossomos<br />
22 e 9; e na leucemia mieloide aguda, observa~e translocação<br />
entre oscromossomos 8 e 21 e entre os cromossomos IS e 17. Os esfregaços<br />
de medula óssea aspirada do tecido ósseo esponjoso são muito<br />
utilizados no diagnóstico das leucemias e outras doenças da medula<br />
óssea. Introduz-se uma agulha, geralmente no osso esterno, e, por aspiração,<br />
obtém-se uma amostra de células da medula, que é colocada em<br />
lâmina e corada. A utilização de anticorpos espe