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A indomavel Sofia - Georgette Heyer

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terrível Alfred, Charles!<br />

Ele ficou tão confuso que por um momento não disse uma palavra.<br />

Depois exigiu uma explicação.<br />

— Ele é o tipo do sujeitinho odioso e desprezível que beija as<br />

criadas nas escadas — respondeu com franqueza.<br />

— Minha irmã não é uma criada!<br />

— Não é, e realmente confio que ela saiba como conservá-lo à<br />

distância de um braço.<br />

— Posso saber se tem o mais leve motivo para fazer essa acusação<br />

contra Wraxton?<br />

— Se quer saber se já o vi beijando uma criada, não vi, querido<br />

Charles, não vi mesmo. Se, por outro lado, você pergunta se ele tentou<br />

me beijar, sim, querido Charles, ele já tentou. A propósito, nesta sala<br />

mesmo.<br />

Ele parecia zangado e ofendido.<br />

— Lamento muitíssimo que tenha sido molestada desse modo,<br />

debaixo deste teto — respondeu, pronunciando as palavras com<br />

esforço.<br />

— Ah, não me preocupo com isso! Já lhe disse que sou capaz de<br />

cuidar de mim mesma. Mas duvido que qualquer pessoa consiga<br />

tolher os... os hábitos dele de abraçar e passar a mão, ou convencê--lo<br />

de que seu tipo de conversa é muito impróprio.<br />

Ela retirava a peliça enquanto falava, e agora a colocava de lado e<br />

sentava-se numa bergère junto à lareira. Após um instante, Charles<br />

falou, num tom mais brando.<br />

— Não fingirei que tenho alguma simpatia por Wraxton, pois não<br />

tenho. No que estiver ao meu alcance, sem dúvida não encorajarei<br />

suas visitas a esta casa. Entretanto, minha situação é constrangedora,

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