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A indomavel Sofia - Georgette Heyer

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Pobre menina, receio que não tenha sido habituada a ver seus desejos<br />

ou seu bem-estar levados em muita consideração. Quase me zanguei<br />

com Horace quando insistiu em me dizer que ela é boazinha e que<br />

jamais lhe causou preocupações. Ouso afirmar que ele jamais permitiu<br />

que alguém lhe causasse preocupações, pois acredito que dificilmente<br />

você encontraria um homem mais egoísta! <strong>Sofia</strong> deve ter o<br />

temperamento doce de sua pobre mãe. Não tenho dúvida de que será<br />

uma companhia encantadora para Cecilia.<br />

— Acho que sim — concordou Charles. — E isso me faz lembrar,<br />

mamãe, de uma coisa. Acabei de interceptar outro buquê de flores<br />

daquele peralvilho para minha irmã. Esse bilhete veio junto.<br />

Lady Ombersley apanhou o bilhete e olhou-o com desânimo.<br />

— O que farei com isso? — indagou.<br />

— Jogue no fogo — recomendou ele.<br />

— Ah, não, eu não poderia, Charles! Talvez seja verdadeiramente<br />

irrepreensível! Além do mais... ora, talvez até contenha um recado da<br />

mãe dele para mim!<br />

— Muito improvável, mas, se acredita nisso, seria aconselhável que<br />

o lesse.<br />

— É claro, sei que é meu dever fazer isso — concordou ela,<br />

sentindo-se infeliz.<br />

Charles parecia um pouco desdenhoso, entretanto ficou calado.<br />

Depois de um momento de indecisão a mãe rompeu o lacre e abriu a<br />

solitária folha de papel.<br />

— Meu Deus, é um poema! — exclamou logo depois. — E devo<br />

confessar, muito bonito. Ouça, Charles! “Ninfa, quando teu doce olhar<br />

cerúleo sobre meu espírito inquieto lança seu raio de luz...”<br />

— Obrigado, não tenho inclinação para poesia! — interrompeu o

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