Monopólios Digitais
Concentração e Diversidade na Internet
Concentração e Diversidade na Internet
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<strong>Monopólios</strong><br />
<strong>Digitais</strong><br />
também tenha o uso em computadores como uma extensão, entra na lista em boa<br />
posição, indicando a disseminação da sua adoção nesses dispositivos. A ausência do<br />
Facebook Messenger, presente nas listas de aplicações, pode ser explicada pelo fato<br />
do mensageiro ser acessado no interior do site Facebook.com, e não em um endereço<br />
diferente. Já como aplicação, ele demanda uma instalação própria.<br />
O segundo grande grupo é o de sites, com 30% dos endereços analisados.<br />
Uma curiosidade é o fato de apenas um portal agregador figurar entre esses, o UOL.<br />
A lógica de portal visa reunir diversos sites para, entre outras coisas, catalisar visitas.<br />
O Globo.com, que possui forma de portal mas não conteúdo, já que veicula apenas produtos<br />
do Grupo Globo, é outro site importante. O único site de conteúdo puramente<br />
jornalístico que está entre as primeiras posições é o Metrópoles, criado pelo empresário<br />
e ex-senador, agora preso, Luís Estevão, de Brasília. Sites menos tradicionais e<br />
desvinculados de grandes grupos de mídia, como o Blasting News, o Explicandoo.com e O<br />
TV Foco figuram melhor no ranking do Alexa.<br />
Contudo, uma análise mais detida sobre o perfil destes e sua cadeia de valor<br />
levanta reflexões importantes para compreender esse fenômeno. Todos eles trabalham<br />
com curiosidades e textos de perfil apelativo, conhecidos popularmente como<br />
“caça-cliques”. No caso dos sites otvfoco.com.br e fatosdesconhecidos.com.br, a cadeia é a<br />
difusão de conteúdo próprio, cuja visibilidade está relacionada à atração gerada por<br />
esse tipo de conteúdo. Já os sites O Noticioso e Explicandoo são controlados pelo grupo<br />
Zip Network, cuja origem não foi possível confirmar. O grupo não angaria usuários<br />
para produzir conteúdo, mas, ao contrário, fornece conteúdos para que as pessoas<br />
operem como “divulgadores”, oferecendo um percentual das receitas auferidas com os<br />
cliques, interações e publicidade vinculadas àquele conteúdo. A finalidade desses sites,<br />
portanto, não é a difusão de textos, mas esses são o meio para obter receita por meio<br />
da difusão, especialmente em redes sociais.<br />
Ainda sobre a cadeia de valor, os demais sites funcionam baseados em produção<br />
própria. A Globo, como já apontado, adota o Globo.com como local de convergência<br />
da informação que gera em seus mais diversos veículos de mídia. Ao mesmo tempo,<br />
estimula o acesso a este por meio dessas mesmas mídias, em estratégias “cruzadas”. O<br />
Metrópoles superou veículos tradicionais (como Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo)<br />
veiculando produção própria, mas sem deixar de flertar com estratégias “caça-cliques”.<br />
CONCENTRAÇÃO<br />
E DIVERSIDADE<br />
NA CAMADA DE<br />
APLICAÇÕES E<br />
CONTEÚDOS NO<br />
BRASIL<br />
Quanto à origem, o universo de sites traz mais iniciativas brasileiras, mas ainda<br />
assim o domínio estrangeiro é largo e consolidado. Empresas estadunidenses controlam<br />
13 dos 23 sites mais acessados de acordo com esta análise, representando 56%<br />
do total. Entre os 10 mais bem colocados, 8 são dos Estados Unidos (80%). A origem<br />
nacional ocupa a segunda colocação, com seis sites (26%). Os sites no Brasil de matrizes<br />
suíça e polonesa são aqueles voltados à monetização pela disseminação de conteúdos,<br />
e não à produção destes.<br />
Sites mais acessados - Alexa (dezembro de 2017)<br />
Posição Site Origem<br />
1 Google.com.br EUA<br />
110