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Monopólios Digitais

Concentração e Diversidade na Internet

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<strong>Monopólios</strong><br />

<strong>Digitais</strong><br />

sentando 36% na Play Store e 25% na Apple Store). No tocante à origem, as estadunidenses<br />

representam 80% dos apps mais baixados. O Brasil entra somente com Globo.<br />

com e Palco Mp3. Exceções são Suécia (Spotify) e França (Deezer). Já quanto ao share de<br />

mercado, o Facebook controla 46% das aplicações mais populares 1 . Na Play Store, se<br />

considerados os downloads a participação da empresa sobe para 85%. Na Apple Store,<br />

o número de downloads não é disponibilizado. Ou seja, mesmo com a abundância de<br />

aplicativos disponíveis, evidencia-se uma concentração brutal entre os mais populares<br />

e é grave que na lista dos 30 mais baixados relacionados à circulação de conteúdo (não<br />

inclusos, por exemplo, os apps de bancos) apenas dois sejam brasileiros.<br />

Nos sites, foram selecionados aqueles nos quais há produção e difusão de<br />

conteúdos entre os 30 maiores, em um total de 23 (não entram, por exemplo, bancos<br />

e páginas institucionais). Destes, 70% são plataformas. Mas, neste caso, as páginas<br />

de circulação de conteúdo obtêm maior presença (30%), seguidas pelas redes sociais<br />

(17%), e-mail e multisserviços (8% cada). Os sites não plataforma conformam os 30%<br />

restantes, com as páginas tradicionais representando 26% e um portal agregador<br />

(UOL), 4%. Diferentemente dos aplicativos, aqui aparecem também sites de entrada<br />

de conglomerados (como o Google.com, o Live e o MSN, da Microsoft, e o Yahoo), além<br />

de páginas “caça-cliques”, como Blastingnews, Explicandoo e O TV Foco. O único site<br />

não comercial da lista é a Wikipedia. Dos representantes de grupos de mídia tradicional,<br />

estão apenas o Globo.com, do Grupo Globo, que reúne G1, Gshow e Globoesporte,<br />

e o UOL, do Grupo Folha. Além destes, o único veículo jornalístico presente na lista é<br />

o Metrópoles, do empresário brasiliense e ex-senador Luiz Estevão. Quanto à origem,<br />

empresas estadunidenses controlam mais da metade, mas a presença de iniciativas<br />

brasileiras é maior do que entre os aplicativos. Quanto ao share de grupos empresariais,<br />

mais uma vez os grandes conglomerados aparecem na frente, com Facebook e<br />

Google responsáveis por 13% dos sites e a Microsoft por 8,6%.<br />

A pesquisa também analisou páginas de Facebook e canais no YouTube. Entre<br />

as primeiras, foram selecionadas também aquelas com foco em circulação de conteúdos,<br />

que totalizam 32 das 50 com mais seguidores. Verifica-se aí um outro perfil, com<br />

domínio de espaços de artistas (40%), seguidos por sites diversos (21%), programas de<br />

TV (12,5%) e plataformas e canais (9% cada). Já os canais de YouTube evidenciam outra<br />

abordagem, com aquilo que chamamos de “comentários diversos”: pessoas ou coletivos<br />

falando sobre amenidades, fazendo “esquetes” (como pegadinhas, “trollagens” ou<br />

paródias de músicas), tentando fazer abordagens pretensamente humorísticas sobre<br />

o cotidiano ou criando quadros. Este tipo de canal representa metade dos canais mais<br />

populares (50%). Um pequeno número, 3 (6%), traz algum tipo de conteúdo educativo<br />

diverso de entretenimento puro e exclusivo.<br />

Tem-se então um quadro-síntese na camada de conteúdos no Brasil dominado<br />

por um primeiro nível de agentes formado pelas grandes plataformas (Facebook,<br />

Google e Microsoft). Um segundo nível é composto por líderes globais em conteúdo<br />

(Netflix e Spotify), um terceiro nível abrange líderes nacionais da indústria de mídia<br />

(Globo e Folha) e um quarto nível traz representantes mundiais da elite de redes so-<br />

1 É importante notar que o número baixo de downloads de apps da Google, como Gmail, Google Maps<br />

etc... pode estar relacionado ao fato de que no principal sistema operacional, Android, esses programas<br />

já vêm instalados.<br />

SUMÁRIO<br />

EXECUTIVO<br />

13

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