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Monopólios Digitais

Concentração e Diversidade na Internet

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<strong>Monopólios</strong><br />

<strong>Digitais</strong><br />

3. Circulação<br />

A circulação envolve o movimento do conteúdo relativo à sua disseminação e<br />

ampliação da visibilidade junto aos usuários. É nessa etapa que se dá a ligação<br />

entre o conteúdo disponibilizado e o usuário. Na dimensão física, está o transporte<br />

de dados até os dispositivos onde se dá o acesso. Na dimensão simbólica,<br />

a circulação não é condição para a fruição de um conteúdo (como a distribuição<br />

o é na cadeia de valor das TVs aberta e paga), mas cumpre um papel importante<br />

ao enfrentar o obstáculo da disputa pela atenção. As redes sociais e os mecanismos<br />

de busca são intermediários-chave para a circulação de conteúdos.<br />

4. Acesso<br />

O acesso é o movimento final, no qual o usuário realiza efetivamente a fruição<br />

do conteúdo ou aplicação. Esse ato envolve um dispositivo e uma interface.<br />

Em alguns casos, ele pode se dar em circuito fechado, em que o dispositivo ou<br />

é base ou condiciona as informações disponibilizadas (como na Apple TV), ou<br />

aberto, quando há, por exemplo, a visitação a um site que pode ser feita a partir<br />

de qualquer aparelho conectado à Internet.<br />

6.2.3 Modelos de negócio dos agentes<br />

Historicamente, os conteúdos na Internet foram ofertados de forma gratuita.<br />

Pagava-se a conexão para ter acesso a informações. Em geral, o manancial de conteúdos<br />

na web foi construído de forma subsidiada por: 1) grupos com outros negócios na<br />

comunicação e que tiravam dessas suas receitas centrais (Globo.com, UOL, R7); 2) instituições<br />

públicas e organizações privadas que elaboram ou mantêm sites próprios; e 3)<br />

usuários e coletividades que publicam na web sem objetivos de lucro ou de exposição<br />

institucional. Já as aplicações têm sua raiz na indústria de softwares, marcadas, como<br />

já visto, pela venda de licenças de uso de versões específicas.<br />

CONCENTRAÇÃO<br />

E DIVERSIDADE<br />

NA CAMADA DE<br />

APLICAÇÕES E<br />

CONTEÚDOS NO<br />

BRASIL<br />

Atualmente, a gratuidade segue como modelo hegemônico. A sustentação ainda<br />

é feita em muitos casos de maneira subsidiada (como instituições bancárias que financiam<br />

todos os seus serviços online ofertados aos usuários com suas rendas tradicionais).<br />

Mas a principal fonte de renda é calcada na publicidade, com diversos tipos de anúncio,<br />

de banners a produtos próprios integrados ao serviço (como filtros patrocinados no<br />

Snapchat). Nesse tipo de receita, muitos sites se integraram às dinâmicas operadas por<br />

Google e Facebook, que veiculam anúncios mas, ao mesmo tempo, se tornaram agenciadores<br />

de publicidade online em outros sites, aplicativos e plataformas. A ampliação<br />

estrondosa de receitas dessas duas plataformas está vinculada à forma como elas conseguiram<br />

arregimentar e centralizar parte importante da publicidade online.<br />

O poder dessas duas plataformas está exatamente em um elemento central<br />

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