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Monopólios Digitais

Concentração e Diversidade na Internet

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<strong>Monopólios</strong><br />

<strong>Digitais</strong><br />

presença de um artista famoso estadunidense, Justin Bieber, para decolar no mercado<br />

do país e internacionalmente.<br />

O Spotify aparece como principal plataforma especializada em streaming de<br />

áudio. Entre 2010 e 2016, a empresa saiu de 0 para 60 milhões de assinantes. No mesmo<br />

período, as receitas chegaram a €3 bilhões (MEEKER, 2017). Em 2017, os assinantes<br />

ouviam em média 40 artistas por semana, contra 30 em 2014. Em segundo lugar no<br />

mercado está a Apple Music, com 27 milhões de assinantes (DUNN, 2017). Se observado<br />

o consumo de streaming de áudio em geral, e não somente pago, o YouTube<br />

ascende como principal ator em razão de sua base de 1,5 bilhão de usuários.<br />

O panorama do(s) mercado(s) internacional(is) dentro da camada de aplicações<br />

e conteúdos apresentado brevemente nesta subseção pretendeu trazer referências<br />

que certamente reaparecerão na análise do caso concreto brasileiro. A internacionalização<br />

e a centralização dos mercados relacionados à Internet, em especial nesta<br />

camada, fazem com que, nas atividades de produção, difusão e intermediação de conteúdos,<br />

haja o surgimento de gigantes.<br />

Um dos desafios do presente trabalho é exatamente perceber de que maneira este<br />

fenômeno impacta o ecossistema de aplicações e conteúdos em uma determinada<br />

fronteira nacional. Mas antes de ir à análise, é preciso discutir e elaborar as categorias,<br />

referências e instrumentos que irão guiá-la. Esse será o intento da próxima seção.<br />

2.5. O contexto da Internet no Brasil<br />

Segundo o levantamento TIC Domicílios 2016 (CETIC.Br, 2017), há 107,9 milhões<br />

de usuários (61%) e 36,7 milhões de domicílios (54%) com acesso à Internet.<br />

Enquanto na classe A o índice de pessoas conectadas é de 95%, nas D/E, fica em 35%.<br />

Já no recorte por área, as urbanas possuem 65% das casas conectadas, enquanto as<br />

rurais ficam em 39%. A desigualdade também é percebida entre as regiões: o percentual<br />

de casas conectadas é de 64% no Sudeste, 54% no Centro-Oeste, 52% no Sul, 46%<br />

no Norte e 40% no Nordeste. O principal motivo daqueles sem um serviço de conexão<br />

é o preço. Entre as casas, cresce a proporção das pessoas que só navegam por dispositivos<br />

móveis, saindo de 20% para 43% entre 2014 e 2016.<br />

O levantamento do CETIC.Br também identifica as atividades realizadas pelos usuários.<br />

Do total navegando na web, 68% afirmaram terem assistido a vídeos, programas, filmes<br />

ou séries online, 63% relataram ouvir música online e 38% informaram que acompanharam<br />

algum tipo de transmissão de áudio e vídeo em tempo real. Segundo o relatório<br />

“Digital in 2017: Global Overview” (WE ARE SOCIAL, 2017), 90% dos usuários brasileiros<br />

entrevistados afirmaram navegar todo dia, 6% pelo menos uma vez por semana<br />

e 3% uma vez ao mês. A velocidade média da Internet fixa no Brasil, segue o estudo, é<br />

de 5,5 Mbps, abaixo da média mundial (6,3 Mbps). Na móvel, a taxa média brasileira é<br />

de 4 Mbps, a sexta pior entre os 30 países pesquisados.<br />

O tempo gasto na Internet por dia no país é de cinco horas em desktops e<br />

quatro horas em dispositivos móveis (WE ARE SOCIAL, 2017). É o segundo melhor desempenho,<br />

ficando atrás apenas das Filipinas nos acessos por computadores e da<br />

A CAMADA DE<br />

APLICAÇÕES E<br />

CONTEÚDOS<br />

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