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Monopólios Digitais

Concentração e Diversidade na Internet

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<strong>Monopólios</strong><br />

<strong>Digitais</strong><br />

6. Concentração e diversidade<br />

na camada de aplicações e<br />

conteúdos no Brasil<br />

Após fixar as bases conceituais e os instrumentos, nesta seção procederemos<br />

à análise da camada de aplicações e conteúdos no Brasil. Esse universo não é homogêneo<br />

e não conforma um mercado claramente determinado. Uma primeira definição,<br />

como dito, diz respeito à natureza do objeto: serão considerados aqueles produtos,<br />

serviços e espaços nos quais circulam mensagens nas suas mais diversas formas (texto,<br />

imagem, som e audiovisual). Uma segunda delimitação envolve o limite geográfico.<br />

Serão consideradas empresas com atuação no Brasil, mesmo que não sejam originalmente<br />

do país. Por atuação entendemos a destinação de seus serviços ou informações<br />

ao público brasileiro (como no caso de um site) ou a intermediação de ações de usuários<br />

do país (como no caso de redes sociais).<br />

Um terceiro recorte envolve o escopo dos agentes. Sendo a Internet um manancial<br />

de dados, seria impossível obter informações e examinar todos os sites e aplicações<br />

que se encaixam na circunscrição espacial apresentada. O foco será dado,<br />

então, àqueles agentes e espaços que, de alguma forma, produzem ou difundem informação<br />

de grande alcance, com capacidade de influência no debate público e com<br />

relevância dentro da expressão das manifestações culturais. Esses quesitos, pela sua<br />

complexidade, serão trabalhados a partir dos referenciais já estabelecidos em diálogo<br />

com os dados concretos sobre o setor no país.<br />

Para efeitos explicativos, os agentes serão divididos em dois grandes grupos<br />

de análise:<br />

1) Aplicações:<br />

Programas que rodam em um dispositivo (desktop ou smartphone) e que possuem alguma<br />

aplicação para o usuário. Serão observados aqui os aplicativos nos quais haja algum tipo de<br />

produção e circulação de conteúdo, como redes sociais, streamings de vídeo e áudio, repositórios<br />

de textos (Wikipedia) e serviços noticiosos. Não foram incluídos os jogos eletrônicos,<br />

embora também se trate de um tipo de conteúdo.<br />

CONCENTRAÇÃO<br />

E DIVERSIDADE<br />

NA CAMADA DE<br />

APLICAÇÕES E<br />

CONTEÚDOS NO<br />

BRASIL<br />

1.1. Aplicativos: Oferecem diferentes funcionalidades<br />

ao usuário em uma relação de consumo individual.<br />

Como o foco do presente trabalho é a concentração<br />

e a diversidade, serão priorizados os aplicativos em<br />

que há circulação de bens culturais e informações com<br />

relação com a reprodução das manifestações culturais<br />

e do debate da esfera pública, com a exceção daqueles<br />

de jogos. Serão analisados lateralmente, por exemplo,<br />

programas de comércio eletrônico, de melhoria de<br />

desempenho de sistema (como aceleradores), de gestão<br />

de arquivos ou de edição (de imagens, sons ou textos).<br />

1.2. Plataformas: Espaços/agentes de<br />

mediação nos quais ocorrem diferentes<br />

atividades e pelos quais são transacionados<br />

serviços e conteúdos e onde ocorrem interações.<br />

Entre as modalidades listadas anteriormente,<br />

duas serão levadas em consideração:<br />

redes sociais e circulação de conteúdo. Não<br />

serão tratados, portanto, os serviços que<br />

têm como finalidade o comércio eletrônico,<br />

o compartilhamento de bens e serviços e os<br />

sistemas de aplicações.<br />

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