Monopólios Digitais
Concentração e Diversidade na Internet
Concentração e Diversidade na Internet
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<strong>Monopólios</strong><br />
<strong>Digitais</strong><br />
to de “assistentes”, uma forma de centralizar dúvidas, pedidos de informações e registros<br />
feitos por usuários. Assim como a Amazon lançou o seu Alexa, a Apple tem a Siri<br />
e a Microsoft o Cortana, a empresa lançou o Google Assistant em 2016. A justificativa<br />
manifesta é facilitar o fornecimento de informações aos usuários, por meio de uma<br />
linguagem mais natural.<br />
Contudo, por meio da “linguagem natural”, usam processamento inteligente<br />
para identificar padrões, provocando o usuário para que o ato de recorrer aos assistentes<br />
se torne mais constante. E quanto maior a interação, maior a quantidade<br />
de dados coletada e maior a influência do assistente na vida da pessoa por meio das<br />
recomendações. A consolidação de assistentes pode constituir uma nova barreira à<br />
entrada relevante na camada em análise. O “aprofundamento” de interações com o<br />
proprietário do sistema pode levar este a afunilar cada vez mais suas demandas para<br />
esse canal, constituindo uma porta de entrada global para a experiência online em<br />
diferentes dispositivos, serviços e no acesso a informações em geral.<br />
Expansão no mercado de software e hardware<br />
Ao não apostar em um circuito tecnológico fechado, como a Apple, o Google<br />
conseguiu consolidar o Android como principal sistema operacional de dispositivos<br />
móveis, rodando nos mais diversos fabricantes, em especial a líder Samsung e as<br />
emergentes marcas chinesas (como Huawei e Vivo). Uma das estratégias é ampliar este<br />
domínio de mercado.<br />
Outra estratégia adotada nos últimos anos foi entrar na disputa com o poderoso<br />
e historicamente estabilizado Windows. Embora a participação ainda seja pequena,<br />
o Chrome OS aparece como raro competidor em um cenário em que não há concorrentes<br />
comerciais e as opções em software livre não se consolidaram de forma abrangente.<br />
Neste caso, a tática é operar com circuito fechado por meio das parcerias para<br />
a fabricação dos Chromebooks. O conglomerado se aproveita aí das parcerias que já<br />
celebrou para adoção do Android e busca por enquanto uma linha de custo mais baixo<br />
para galgar espaços no mercado.<br />
Essas estratégias têm impacto na diversidade da camada em discussão porque,<br />
como apontado, o controle dos sistemas operacionais é central na concorrência<br />
no mercado de aplicativos e de conteúdos. Como já ocorre no caso do Windows, há<br />
cada vez mais uma integração entre o SO e os serviços ofertados, como por meio dos<br />
perfis cobrados para utilizar o dispositivo ou pelas notificações que estimulam o acesso<br />
a um serviço ou conteúdo.<br />
8.2. Facebook<br />
Histórico<br />
ESTUDOS<br />
DE CASO<br />
142<br />
Em fevereiro de 2004, o “The Facebook” foi lançado como um aplicativo de<br />
comparação de fotos de mulheres na universidade de Harvard, nos Estados Unidos.<br />
Meses depois, foi estendido a outras universidades do país, como Stanford, Columbia<br />
e Yale. Em setembro, meses depois, a plataforma ganhou o mural, que permitia a pu-