Monopólios Digitais
Concentração e Diversidade na Internet
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<strong>Monopólios</strong><br />
<strong>Digitais</strong><br />
de tecnologia assentada na coleta e processamento de dados para a construção de soluções<br />
técnicas, visando atender a determinadas demandas. A integração com o WhatsApp<br />
para utilizar também as informações trocadas na plataforma é apenas um dos<br />
exemplos. Após desenvolver boa parte de sua atividade em cima do processamento<br />
inteligente por algoritmos, o Facebook vem investindo bastante em inteligência artificial.<br />
A empresa criou o projeto Facebook Artificial Intelligence Research (FAIR), voltado<br />
a desenvolver “sistemas com inteligência no nível da humana”. O campo é amplo e<br />
inclui teoria, algoritmos, aplicações, software e hardware. Em 2017, o programa divulgou<br />
a primeira versão do Formato de Troca de Rede Neural Aberta (ONNX, na sigla em inglês),<br />
um sistema técnico estrutural para ecossistemas baseados em inteligência artificial. Além<br />
disso, a companhia vem testando soluções de IA em seus próprios produtos.<br />
8.3. Grupo Globo<br />
Histórico<br />
A primeira incursão da família Marinho no campo das comunicações foi na área<br />
dos impressos, com os jornais A Noite, lançado em 1911, e O Globo, de 1925. A produção<br />
impressa concentrou as atenções até 1944, quando foi fundada a Rádio Globo do<br />
Rio de Janeiro, primeiro passo para a expansão dos negócios para outros segmentos.<br />
Nos anos 1960, especialmente a partir do Golpe Militar, a Rede Globo assumiria<br />
a função de atuar como mediadora entre os interesses financeiro-industriais<br />
multinacionais e os associados deles e o mercado nacional que se constituía com a<br />
concentração da renda e que seria estimulado por ela. Simultaneamente, o grupo atuaria<br />
na produção e homogeneização de um padrão cultural consumista e conservador,<br />
em consonância com o projeto defendido e imposto pela ditadura civil-militar (CAPA-<br />
RELLI, 1982). Além de financiar a base técnica dessa ampliação, o Estado permitiu que<br />
a Globo se expandisse por meio da formação de uma rede de afiliadas, para além dos<br />
limites à concentração estabelecidos pela legislação.<br />
Na tela, a emissora desenvolveu um modelo de programação com grade organizada<br />
de forma horizontal e vertical, que tinha por objetivos criar o hábito de ver<br />
TV, fidelizar o público e manter uma crescente audiência. No caso, merece destaque a<br />
proposição da fórmula do prime-time, espaço privilegiado para captação de audiência<br />
e de recursos publicitários, que tinha como carro-chefe a localização do Jornal Nacional<br />
entre duas novelas. O modelo levou a TV Globo à liderança a partir dos anos 1970 (BO-<br />
RELLI; PRIOLLI, 2000, p. 19). Elemento importante de seu modelo é o fato de a maior<br />
parte da programação exibida pela TV Globo ser feita pela própria empresa, o que<br />
levou, em 1995, à formação de uma grande estrutura de produção, a Central Globo de<br />
Produções, conhecida como Projac.<br />
Na última década, a Globo tem incorporado outros conteúdos, sobretudo séries<br />
e minisséries produzidas por outros grupos, à sua grade de programação, inclusive<br />
conteúdos de produtores nacionais independentes 1 , como tentativa de dar respostas<br />
1 A primeira e até hoje principal produtora associada à emissora na produção de um seriado foi a O2<br />
ESTUDOS<br />
DE CASO<br />
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