Monopólios Digitais
Concentração e Diversidade na Internet
Concentração e Diversidade na Internet
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<strong>Monopólios</strong><br />
<strong>Digitais</strong><br />
programas em desktops que dependem de alguma forma da conexão à Internet, como<br />
navegadores ou gestores de e-mails (Outlook e afins).<br />
São objeto da presente investigação também os websites que disponibilizam<br />
conteúdos ou ofertam algum tipo de serviço. Integram esse universo blogs, sites, portais<br />
e plataformas, entre outros. O modelo hegemônico constituído historicamente na<br />
Internet é a World Wide Web (WWW), por meio da qual sites são acessados a partir de<br />
endereços (www.intervozes.org.br, por exemplo). Na estrutura básica, o conteúdo é apresentado<br />
por meio de interfaces gráficas que reúnem diferentes tipos, como texto, imagens,<br />
áudios e vídeos. Esses conteúdos são vinculados a outros por meio de hiperlinks.<br />
A diferença entre websites e aplicativos nem sempre é clara, com muitos exemplos que<br />
reúnem tanto a oferta de conteúdos quanto de serviços. Ao longo do presente documento,<br />
o intuito será buscar apreender essa complexidade sem classificações rígidas,<br />
mas apontando categorias quando forem necessárias para a análise. A seguir, serão<br />
apresentados alguns tipos de atores e fontes de conteúdos relevantes para a análise<br />
a ser feita nas próximas seções.<br />
A seguir, detalharemos nosso exame da camada de aplicações e conteúdos<br />
dando especial atenção a três tipos de fenômenos que consideramos centrais neste<br />
universo: (1) o ascenso das plataformas, (2) o jornalismo online e (3) os bens culturais. O<br />
primeiro envolve agentes que se tornaram os maiores espaços de interação interpessoal<br />
e pública entre indivíduos, coletividades e instituições. O segundo envolve uma modalidade<br />
de conteúdos e fontes de informação protagonista na leitura cotidiana da realidade<br />
e na organização do debate público sobre os temas de relevância da sociedade. O<br />
terceiro abrange a produção e o consumo de manifestações simbólicas centrais na vida<br />
humana e que contribuem para a reprodução das identidades e visões de mundo.<br />
2.1. O ascenso das plataformas<br />
Um tipo de agente com visibilidade crescente na camada de aplicações e conteúdo<br />
e que merece atenção para compreender o grau de diversidade e pluralidade na<br />
Rede são as plataformas. Google, nome do maior site de busca do mundo, tornou-se<br />
mais que uma denominação e assumiu a condição de verbo que denota a procura de<br />
informações, explicações ou respostas. O que antes era um espaço para encontrar sites,<br />
como Yahoo! e Altavista, assumiu a condição de referência absoluta para qualquer<br />
dúvida que uma pessoa possa ter. O ato de comprar também vem se tornando cada<br />
vez mais online. Sites como Amazon, EBay, Alibaba e outros são espaços que reúnem<br />
uma variedade de produtos muito maior do que lojas de departamentos mais robustas,<br />
como Walmart, poderiam imaginar 2 .<br />
Outros segmentos econômicos têm sido marcados pelo ascenso das plataformas<br />
e pela participação crescente em mercados. É o caso do transporte individual pago.<br />
Nos Estados Unidos, até 2020 mais de 20 milhões de adultos devem ser usuários regu-<br />
2 A Amazon é o principal exemplo. Originalmente um site de comércio eletrônico de livros, a empresa<br />
passou a vender todo tipo de bem e serviço e afirma ter em seu catálogo centenas de milhões de<br />
produtos (European Commission, 2016, p. 10). Além disso, ela passou a misturar ambientes on e offline,<br />
com lojas para retirada e venda de produtos e até mesmo mercearias automatizadas. No início de 2017,<br />
o conglomerado negociava com a Via Varejo, controladora das Casas Bahia e do Ponto Frio.<br />
A CAMADA DE<br />
APLICAÇÕES E<br />
CONTEÚDOS<br />
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