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conteúdo integral do livro - Assembleia da República

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Ou se é a favor ou se é contra. O golpe reaccionário <strong>do</strong> 25 de<br />

Novembro foi a grande arranca<strong>da</strong> contra o 25 de Abril, que mostrou<br />

claramente de que la<strong>do</strong> estavam as várias forças políticas irmana<strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong> mesmo desejo de travar o avanço <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res para novas<br />

conquistas de uma socie<strong>da</strong>de nova, vamos encontrar desde as forças<br />

mais negras <strong>da</strong> reacção que querem reinstaurar um regime fascizante<br />

em Portugal, como o CDS e o PPD, até ao PS, que teve mais<br />

me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> que de aliar-se com os militares<br />

reaccionários aos sau<strong>do</strong>sos <strong>do</strong> 24 de Abril e com o imperialismo.<br />

Vozes <strong>do</strong> PS: — Não apoia<strong>do</strong>!<br />

O Ora<strong>do</strong>r: — O PCP, em vez de enfrentar abertamente o golpe<br />

reaccionário, a<strong>da</strong>pta-se ao novo regime e continua, como antes, a<br />

aproveitar-se <strong>da</strong> força <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res para negociar, para<br />

manobrar, sempre ceden<strong>do</strong> no essencial: a defesa <strong>da</strong>s conquistas<br />

populares de 74 e 75.<br />

Os homens que encabeçaram aquele golpe por isso são <strong>do</strong>s principais<br />

responsáveis por to<strong>da</strong> a escala<strong>da</strong> a que temos assisti<strong>do</strong><br />

desde então contra os trabalha<strong>do</strong>res, os democratas e antifascistas<br />

não podem ser os representantes <strong>do</strong> 25 de Abril.<br />

Vozes <strong>do</strong> PSD e <strong>do</strong> CDS: — Não apoia<strong>do</strong>!<br />

O Ora<strong>do</strong>r: — A UDP sempre afirmou que o 25 de Novembro foi<br />

um golpe contrário em tu<strong>do</strong> ao 25 de Abril e responsável pelas<br />

dificul<strong>da</strong>des que atravessa o País. Nós sempre afirmámos que,<br />

apesar <strong>do</strong>s ataques, que têm vin<strong>do</strong> a sofrer após o 25 de<br />

Novembro as conquistas populares, apesar <strong>da</strong> arrogância <strong>da</strong> direita<br />

reaccionária que nos governa, há suficientes forças para impor<br />

uma mu<strong>da</strong>nça na situação política actual. Essas forças estão dis-<br />

Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />

1980<br />

Mário Tomé<br />

UDP<br />

106<br />

persas pelas lutas populares, que têm vin<strong>do</strong> a ser trava<strong>da</strong>s em<br />

to<strong>do</strong> o País, na Reforma Agrária, nas poderosas manifestações<br />

ain<strong>da</strong> recentes, como a de 19 de Abril.<br />

Afirmamos claramente: o único caminho possível para defender<br />

o 25 de Abril é confiar, sem reservas, na força e na luta <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res, unir to<strong>da</strong>s essas lutas numa só de norte a sul, capaz<br />

de impor derrotas a este Governo e fazê-lo cair ain<strong>da</strong> antes <strong>da</strong>s<br />

próximas eleições.<br />

Risos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.<br />

Por isso, enganam-se aqueles que pensam que a política de<br />

cedências, vacilações e compromissos pode ser uma barreira<br />

eficaz contra os ataques <strong>da</strong> direita. Essa política leva a recuos<br />

sucessivos <strong>do</strong> movimento popular, ao aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong>s conquistas<br />

populares uma após outra. To<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res, to<strong>do</strong>s os<br />

democratas que querem defender o 25 de Abril devem empenhar-<br />

-se juntamente com a UDP e outras forças revolucionárias, no<br />

levantamento de uma poderosa força de uni<strong>da</strong>de popular que se<br />

afirme como alternativa revolucionária à política <strong>do</strong> PS e <strong>do</strong> PC<br />

nas próximas eleições. É a partir <strong>do</strong>s locais de trabalho, <strong>do</strong>s campos,<br />

<strong>da</strong>s fábricas, é nas lutas de hoje contra o Governo reaccionário <strong>da</strong><br />

AD que é preciso construir a força de uni<strong>da</strong>de popular, capaz de<br />

derrotar a direita, se não for antes, nas próximas eleições. O 25 de<br />

Abril está bem vivo no coração <strong>do</strong> nosso povo, não é uma mera<br />

recor<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>. Em ca<strong>da</strong> luta, em ca<strong>da</strong> protesto, na revolta<br />

que brota dia a dia em milhar e milhares de trabalha<strong>do</strong>res, o 25 de<br />

Abril renasce com força re<strong>do</strong>bra<strong>da</strong>. O crescer desta luta o<br />

explodir desta revolta farão um Abril novo, um Abril <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res,<br />

capaz de satisfazer as suas aspirações mais profun<strong>da</strong>s e<br />

construir um Portugal novo.

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