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conteúdo integral do livro - Assembleia da República

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ficar priva<strong>do</strong> de eco! O Governo tem de assumir, em tal <strong>do</strong>mínio,<br />

as suas responsabili<strong>da</strong>des.<br />

O tempo não está propício a uma amnistia generaliza<strong>da</strong>, a apagar<br />

culpas, a destruir crimes. Mas é urgente introduzir regimes susceptíveis<br />

de aplicação individualiza<strong>da</strong>, que incentivem o esforço de<br />

auto-recuperação <strong>do</strong>s reclusos e a reconstrução <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> em<br />

socie<strong>da</strong>de. Tenha-se em linha de conta que uma percentagem<br />

muito eleva<strong>da</strong> <strong>da</strong> população prisional é vítima <strong>do</strong> terrível flagelo <strong>da</strong><br />

droga: <strong>do</strong> que os toxicodependentes antes de mais precisam é de<br />

tratamento, físico e psicológico, para se libertarem <strong>do</strong>s estupefacientes<br />

e <strong>da</strong>s hedion<strong>da</strong>s formas de exploração de que são vítimas por<br />

parte <strong>do</strong>s grandes traficantes.<br />

Esta questão passa a revestir especial acui<strong>da</strong>de quan<strong>do</strong> se está<br />

generalizan<strong>do</strong> um entendimento segun<strong>do</strong> o qual as regras sobre<br />

aplicação <strong>da</strong>s penas não estão, afinal, cobertas pela garantia constitucional<br />

de irretroactivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> lei penal... Assim, muitos reclusos,<br />

condena<strong>do</strong>s ao abrigo <strong>da</strong> legislação anterior, estão ven<strong>do</strong>, de<br />

repente, modifica<strong>da</strong>s, para pior, as suas legítimas expectativas de<br />

retorno à liber<strong>da</strong>de. A <strong>Assembleia</strong> <strong>da</strong> <strong>República</strong>, como representante<br />

directo e máximo <strong>do</strong> povo português, não pode retar<strong>da</strong>r<br />

uma toma<strong>da</strong> de posição sobre este assunto!<br />

Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />

1998<br />

Mota Amaral<br />

PSD<br />

491<br />

Mas para além <strong>do</strong>s nossos conci<strong>da</strong>dãos presos, o Dia <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong>de<br />

também se presta a lembrar os pobres e os excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> crescimento,<br />

desequilibra<strong>do</strong> e até injusto, que se tem verifica<strong>do</strong>. Não é<br />

só o persistente atraso <strong>da</strong>s regiões <strong>do</strong> interior e periféricas, onde<br />

a agricultura está em sério risco de colapso. Nas zonas urbanas e<br />

industriais, também há muito sofrimento: habitação deficiente,<br />

transportes lentos e penosos, escolas inseguras... E ao mesmo<br />

tempo que se anunciam aumentos salariais de 3%, e menos, num<br />

ano, divulgam-se valorizações <strong>do</strong> capital de 30%, e mais, num só<br />

trimestre... É chocante!<br />

To<strong>do</strong>s esses problemas vêm de trás, é tempo de lhes <strong>da</strong>r resolução,<br />

unin<strong>do</strong> esforços para levar a cabo, no nosso país, em to<strong>da</strong>s as suas<br />

facetas, um desenvolvimento de senti<strong>do</strong> humano. Não se devem<br />

reduzir a governação e o juízo sobre a sua eficácia e o seu merecimento<br />

ao conseguir de metas quantitativas. Mais <strong>do</strong> que<br />

riqueza, o desenvolvimento é sobretu<strong>do</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> — e<br />

nela é que reside afinal o <strong>conteú<strong>do</strong></strong> concreto <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong>de.<br />

Porque se não há paz sem liber<strong>da</strong>de, mas também não há liber<strong>da</strong>de<br />

sem justiça, não há liber<strong>da</strong>de sem soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PSD e <strong>do</strong> PS.

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