conteúdo integral do livro - Assembleia da República
conteúdo integral do livro - Assembleia da República
conteúdo integral do livro - Assembleia da República
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Aplausos <strong>do</strong> PSD e <strong>do</strong> Sr. Deputa<strong>do</strong> Luís Coimbra, <strong>do</strong> PPM.<br />
O projecto agora entregue, pelo contrário, é um esforço consegui<strong>do</strong><br />
e importante no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> consenso por parte de três<br />
parti<strong>do</strong>s, que partiram, naturalmente, de posições diferentes.<br />
Foi um trabalho útil também para a preparação <strong>do</strong> espírito que<br />
necessariamente terá de informar os democratas que queiram<br />
conseguir o acor<strong>do</strong> necessário à revisão.<br />
O PSD tem confiança em que tal acor<strong>do</strong> será alcança<strong>do</strong> nesta<br />
Câmara. A Aliança Democrática não apresenta uma posição<br />
<strong>do</strong>gmática. Quer dialogar com os democratas <strong>da</strong> oposição, em<br />
especial com os <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Socialista, esperan<strong>do</strong> que ponham o<br />
interesse nacional acima <strong>do</strong> interesse partidário, nomea<strong>da</strong>mente<br />
para o apagamento <strong>da</strong>s três ou quatro manchas não democráticas<br />
que ain<strong>da</strong> hoje desfeiam a nossa Constituição. Seria tremen<strong>da</strong> a<br />
responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>queles que provocassem um eventual fracasso,<br />
que julgo, diria mesmo que tenho a certeza, não se verificará.<br />
Mas agora se verá quem defende a democracia e a Constituição e<br />
quem as pode pôr em perigo, quem julga que a lei é para servir<br />
o povo e quem quer que o povo sirva a lei, quem são efectivamente<br />
os «fariseus» <strong>do</strong> nosso povo.<br />
Vamos, pois, ao trabalho, rever a Constituição, para que ela seja<br />
dura<strong>do</strong>ura, para que o consenso em torno dela lhe dê uma<br />
pereni<strong>da</strong>de que até agora não está, de mo<strong>do</strong> algum, assegura<strong>da</strong>.<br />
É esse trabalho, Srs. Deputa<strong>do</strong>s, uma vez que não é possível o<br />
referen<strong>do</strong> democrático, que com legitimi<strong>da</strong>de defendemos, compete<br />
exclusivamente à <strong>Assembleia</strong> <strong>da</strong> <strong>República</strong>, pelo que não poderemos<br />
tolerar, pela nossa parte, intromissões alheias, pretensas<br />
ligações sobre o mo<strong>do</strong> de rever a Constituição, venham <strong>do</strong>nde<br />
vierem, incluin<strong>do</strong> declarações de titulares de outros Órgãos de<br />
Soberania, designa<strong>da</strong>mente o Sr. Presidente <strong>da</strong> <strong>República</strong>, como<br />
recentemente sucedeu.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.<br />
Mais uma vez declaramos, como o congresso <strong>do</strong> PSD já fez, que consideramos<br />
inexistentes quaisquer pactos, acor<strong>do</strong>s ou bases de entendimento,<br />
já celebra<strong>do</strong>s ou a celebrar fora <strong>do</strong> âmbito parlamentar.<br />
Vozes <strong>do</strong> PSD: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Sr. Presidente, Srs. Deputa<strong>do</strong>s: Concluí<strong>da</strong> a revisão<br />
constitucional, novos desafios nos esperam. Mau-gra<strong>do</strong> os velhos <strong>do</strong><br />
Restelo, que de novo surgem a minimizar as capaci<strong>da</strong>des <strong>do</strong> nosso<br />
Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />
1981<br />
Pedro Roseta<br />
PSD<br />
166<br />
povo, vamos aderir à Comuni<strong>da</strong>de Europeia. Ao longo <strong>da</strong> sua<br />
história quase milenária, os Portugueses já venceram desafios<br />
bem maiores. Mas importa desde já ter atenção especial aos equilíbrios<br />
económicos e à necessária competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s nossas<br />
exportações. Importa ain<strong>da</strong> ter presente que, para países sem<br />
matérias-primas, nos nossos dias, a maior riqueza é de longe a<br />
cultura, a capaci<strong>da</strong>de inventiva <strong>do</strong>s seus ci<strong>da</strong>dãos.<br />
Temos de <strong>da</strong>r priori<strong>da</strong>de absoluta à cultura, à ciência e à investigação,<br />
sem o que a nossa identi<strong>da</strong>de cultural não se afirmará no<br />
Mun<strong>do</strong>, a dependência tecnológica será total e o bem-estar <strong>do</strong>s<br />
Portugueses ficará longos tempos em mãos alheias.<br />
Vozes <strong>do</strong> PSD: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des económicas her<strong>da</strong><strong>da</strong>s, <strong>da</strong>s<br />
dívi<strong>da</strong>s, de desemprego, <strong>da</strong> desorganização que a Aliança<br />
Democrática encontrou ao assumir a governação, reafirmamos o<br />
nosso apoio ao governo de Pinto Balsemão e a certeza de que<br />
levará a cabo estas tarefas tão decisivas.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.<br />
Nós <strong>da</strong>r-lhe-emos o apoio que nunca lhe negámos nesta<br />
<strong>Assembleia</strong> e lamentamos, também nós, que os anteriores governos,<br />
nomea<strong>da</strong>mente os <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Socialista, não nos tenham <strong>da</strong><strong>do</strong> a<br />
nós, deputa<strong>do</strong>s, melhores condições de trabalho, apesar <strong>do</strong> longo<br />
tempo que estiveram no Poder.<br />
Vozes <strong>do</strong> PSD: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — O governo de Pinto Balsemão tem um man<strong>da</strong>to,<br />
que lhe foi conferi<strong>do</strong> pelo povo português para governar por<br />
quatro anos e que, com o nosso apoio, vai levar a bom termo,<br />
para que os Portugueses sintam que a democracia pode ser,<br />
muito mais que comemorações e palavras, connosco, estabili<strong>da</strong>de<br />
e bem-estar.<br />
Sr. Presidente, Srs. Deputa<strong>do</strong>s: Ten<strong>do</strong> no nosso pensamento em<br />
especial a juventude de Portugal, cujo apoio nunca nos faltou,<br />
dizemos aqui: o 25 de Abril foi e é a esperança. Ela vai ser<br />
cumpri<strong>da</strong> até ao fim. Merece-o, exige-o, o admirável povo de<br />
Portugal e a sua juventude, que nos deram a honra de nos escolher<br />
para seus representantes maioritários.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.