16.04.2013 Views

conteúdo integral do livro - Assembleia da República

conteúdo integral do livro - Assembleia da República

conteúdo integral do livro - Assembleia da República

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Elas sabem que a injusta repartição de riquezas, contra a qual se<br />

fez Abril, as transforma, hoje, aos olhos de alguns, de alia<strong>da</strong>s na<br />

construção <strong>da</strong> democracia política, económica e cultural, em concorrentes<br />

na efectivação de direitos. Elas sofrem os efeitos brutais<br />

<strong>da</strong> desumanização resultante <strong>da</strong>s políticas neo-liberais. Elas são<br />

vítimas de violência, mas sabem que na<strong>da</strong> disto tem a ver com<br />

Abril e sabem que a democracia, inseparável <strong>do</strong> seu direito à<br />

igual<strong>da</strong>de, impõe o reconhecimento <strong>da</strong> sua liber<strong>da</strong>de individual:<br />

o direito à sua autodeterminação; o direito a não sofrer <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

a suprema violência <strong>da</strong> ameaça com penas de prisão obsoletas; o<br />

direito a não ser objecto de uma política criminal assente na discriminação<br />

<strong>do</strong> sexo feminino.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PCP e de Os Verdes.<br />

O 25 de Abril — o dia <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de — comemora-se em vésperas<br />

de um referen<strong>do</strong> sobre a liber<strong>da</strong>de de consciência <strong>da</strong> mulher, o<br />

referen<strong>do</strong> sobre o aborto.<br />

O PCP sempre manifestou objecção à discussão de questões <strong>do</strong><br />

foro íntimo <strong>da</strong> mulher na praça pública, pelo profun<strong>do</strong> respeito<br />

que tais problemas nos merecem.<br />

Neste 25 de Abril de 1998, num dia de especial significa<strong>do</strong> para<br />

as liber<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s mulheres portuguesas, queremos no entanto<br />

reafirmar que in<strong>do</strong> realizar-se o referen<strong>do</strong> sobre a interrupção<br />

voluntária <strong>da</strong> gravidez, o PCP estará na linha de combate pelo<br />

«sim» à despenalização, porque nós, desde sempre, lutámos pelo<br />

direito à digni<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mulheres. Contra to<strong>da</strong>s as campanhas de<br />

culpabilização <strong>da</strong>s mulheres, empenhar-nos-emos pelo reconhecimento<br />

<strong>do</strong>s direitos humanos plenos <strong>do</strong> sexo feminino, pela<br />

Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />

1998<br />

Odete Santos<br />

PCP<br />

486<br />

destruição <strong>da</strong> mais bárbara barreira à liber<strong>da</strong>de individual <strong>da</strong><br />

mulher,...<br />

Aplausos <strong>do</strong> PCP e de Os Verdes.<br />

... como parti<strong>do</strong> que tem no seu património o trabalho e luta de<br />

muitas mulheres, e que na vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> povo e de milhares de mulheres<br />

anónimas formou e continua a formar esse património. São esses<br />

milhares de mulheres anónimas que hoje saú<strong>da</strong>m a liber<strong>da</strong>de,<br />

que sabem que muito de Abril não está cumpri<strong>do</strong>. Elas registaram<br />

<strong>do</strong> Programa <strong>do</strong> MFA a garantia de uma nova política social, ten<strong>do</strong><br />

em to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>mínios, como objectivo, a defesa <strong>do</strong>s interesses <strong>da</strong>s<br />

classes trabalha<strong>do</strong>ras. E isto diz-lhes respeito e não está cumpri<strong>do</strong>,<br />

como lhe diz respeito e se encontra no cerne de Abril a efectiva<br />

garantia <strong>do</strong> direito à liber<strong>da</strong>de.<br />

E porque comemoram este 25 de Abril, arrostan<strong>do</strong> a exigência<br />

referendária para revogação de uma lei injusta contra a sua liber<strong>da</strong>de<br />

individual, as mulheres assinalam hoje, de uma forma<br />

especial, o dia <strong>da</strong> conquista de to<strong>da</strong>s as liber<strong>da</strong>des. Abril chega<br />

to<strong>do</strong>s os anos: com a criança pon<strong>do</strong> um cravo na metralha<strong>do</strong>ra;<br />

com a criança que se espantou, porque condena<strong>da</strong> a entrar no<br />

caminho ignóbil <strong>da</strong> exploração <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, se tornou<br />

protagonista como futuro de Abril.<br />

Abril chega to<strong>do</strong>s os anos. E é um Abril jovem, como jovens eram<br />

to<strong>do</strong>s os que, nesse dia 25 de 1974, trouxemos «alento aos quartéis<br />

e à rua», inun<strong>da</strong>n<strong>do</strong> as ruas de cravos.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PCP, de Os Verdes e de alguns Deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PS e <strong>do</strong><br />

PSD.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!