conteúdo integral do livro - Assembleia da República
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<strong>Assembleia</strong> <strong>da</strong> <strong>República</strong>, formação de um governo de gestão e<br />
convocação antecipa<strong>da</strong> de eleições legislativas nos termos e nos<br />
prazos constitucionais.<br />
Só por infun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong>s temores, ou incorrecta avaliação <strong>do</strong>s<br />
perigos <strong>da</strong> situação que vivemos, haverá democratas que temam<br />
estas medi<strong>da</strong>s. O funcionamento <strong>da</strong>s instituições democráticas e o<br />
exercício pelos Órgãos de Soberania <strong>do</strong> seu papel constitucional<br />
são, como a experiência tem demonstra<strong>do</strong>, condições essenciais<br />
ao prosseguimento de Abril e à defesa <strong>do</strong> regime democrático.<br />
A Sr. Zita Seabra (PCP): —Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Pelo nosso la<strong>do</strong>, tu<strong>do</strong> faremos para que não sejam<br />
iludi<strong>da</strong>s as promessas e não feneçam as esperanças há 8 anos renova<strong>da</strong>s.<br />
Vozes <strong>do</strong> PCP: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: – Hoje é o dia 1º <strong>do</strong> ano IX de Abril.<br />
Para milhões de portugueses, grande foi a ventura — viver a<br />
Revolução de Abril, viver a revolução <strong>do</strong>s Cravos.<br />
Especialmente para aqueles que nunca haviam aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> as<br />
primeiras linhas <strong>do</strong> combate e, por isso, haviam senti<strong>do</strong> mais<br />
directa e dramaticamente a repressão e a opressão <strong>da</strong> ditadura<br />
fascista, a madruga<strong>da</strong> liberta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> 25 de Abril foi e permanecerá<br />
a madruga<strong>da</strong> <strong>do</strong> renascimento.<br />
As aspirações e os anseios mais profun<strong>do</strong>s de to<strong>do</strong> um povo,<br />
longamente luta<strong>do</strong>s e reprimi<strong>do</strong>s, transformaram-se, como por<br />
encanto, pelo toque mágico <strong>da</strong> Revolução, numa torrente única e<br />
impetuosa, plena de energia cria<strong>do</strong>ra, capaz de remover montanhas<br />
e de recriar um país novo, liberto e pacífico, onde o povo se<br />
sinta como é, construtor <strong>do</strong> seu próprio destino e juiz supremo<br />
<strong>do</strong>s seus actos.<br />
Sau<strong>da</strong>mos o 25 de Abril e com ele sau<strong>da</strong>mos os melhores filhos<br />
<strong>da</strong> terra portuguesa. Sau<strong>da</strong>mos to<strong>do</strong>s aqueles que, na longa noite<br />
fascista, souberam sempre que nem a esperança, nem as ilusões<br />
são perdi<strong>da</strong>s, souberam sempre não renunciar, souberam conservar<br />
a digni<strong>da</strong>de humana, mesmo em meio aos mais cruéis sofrimentos,<br />
quan<strong>do</strong> nos momentos derradeiros <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>da</strong><strong>da</strong> em resgate, para<br />
a morte foram empurra<strong>do</strong>s.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PCP, <strong>da</strong> UEDS, <strong>do</strong> MDP/CDE e de alguns<br />
Deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PS.<br />
Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />
1982<br />
Veiga de Oliveira<br />
PCP<br />
197<br />
E também aqueles que, com os pés bem finca<strong>do</strong>s na terra-mãe<br />
portuguesa, não regatearam sacrifícios e resistiram e lutaram e<br />
ficaram. E mais aqueles que, homens e mulheres, já depois de<br />
1974, demonstran<strong>do</strong> coragem e tenaci<strong>da</strong>de sem limites, trabalharam<br />
e lutaram para manter abertos os caminhos de Abril e<br />
cortar o passo à reacção, ao regresso e à restauração.<br />
Vozes <strong>do</strong> PCP: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Sau<strong>da</strong>mos as lutas de to<strong>do</strong> um povo, sau<strong>da</strong>mos a<br />
classe operária e as massas laboriosas, obreiros <strong>da</strong> vitória.<br />
Sau<strong>da</strong>mos os capitães de Abril pela sua acção heróica em 1974, e<br />
pelo que continuam a significar na nossa vi<strong>da</strong> nacional.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PCP, <strong>do</strong> PS, <strong>da</strong> UEDS e <strong>do</strong> MDP/ CDE.<br />
Sau<strong>da</strong>mos o 25 de Abril e com ele sau<strong>da</strong>mos to<strong>do</strong>s aqueles que,<br />
vivos ou já mortos, contribuíram para que fosse fria mas le<strong>da</strong><br />
madruga<strong>da</strong> e fosse manhã esplen<strong>do</strong>rosa e dia cáli<strong>do</strong> deste povo<br />
que fez Abril, feito <strong>da</strong>s suas esperanças, <strong>da</strong>s suas <strong>do</strong>res, <strong>do</strong>s seus<br />
temores, <strong>da</strong>s suas lutas, <strong>da</strong> sua coragem, <strong>da</strong> sua invencível vontade<br />
de ser livre entre os livres, de ser nobre e grande como é<br />
qualquer povo liberta<strong>do</strong>.<br />
Sau<strong>da</strong>mos to<strong>do</strong>s aqueles que souberam pôr mais um esforço, mais<br />
um alento, mais um pe<strong>da</strong>ço <strong>da</strong> própria vi<strong>da</strong>, e por vezes a vi<strong>da</strong><br />
to<strong>da</strong>, pedra após pedra, dia após dia, para que Abril fosse, para<br />
que o povo se redimisse e se libertasse e fosse de novo senhor<br />
incontesta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu presente e <strong>do</strong> seu futuro.<br />
Vozes <strong>do</strong> PCP: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Sau<strong>da</strong>mos o povo que explora<strong>do</strong> na<strong>da</strong> exigiu em<br />
pagamento, que oprimi<strong>do</strong> se libertou e deixou em liber<strong>da</strong>de os<br />
opressores, que reprimi<strong>do</strong> e tripudia<strong>do</strong> acabou com prisões e torturas<br />
e não perseguiu os algozes.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PCP, <strong>do</strong> PS, <strong>da</strong> UEDS e <strong>do</strong> MDP/CDE.<br />
Sau<strong>da</strong>mos Abril, com um senti<strong>do</strong> único, sem ambigui<strong>da</strong>de e com<br />
uma confiança ilimita<strong>da</strong> no povo — sempre quisemos Abril, queremos<br />
que seja perene, queremos que seja presente e tu<strong>do</strong> faremos<br />
para que seja futuro.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PCP, <strong>da</strong> UEDS, <strong>do</strong> MDP/CDE e de alguns<br />
Deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PS.