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conteúdo integral do livro - Assembleia da República

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Mas é erra<strong>do</strong> pensar que esta capaci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação é apenas<br />

um problema <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res. A formação de um corpo<br />

empresarial bem prepara<strong>do</strong> é decisiva para a sustentação <strong>do</strong><br />

emprego numa economia aberta e para o desenvolvimento<br />

essencial de uma socie<strong>da</strong>de civil mais autónoma e menos tutela<strong>da</strong><br />

pelo Esta<strong>do</strong>.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PS.<br />

Tu<strong>do</strong> farei, no quadro <strong>da</strong>s minhas competências constitucionais,<br />

para aju<strong>da</strong>r a criar o clima de confiança necessário à concretização<br />

<strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s de concertação estratégica que vierem a revelar-se<br />

viáveis e adequa<strong>do</strong>s. Tu<strong>do</strong> farei para criar um clima de confiança na<br />

capaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s portugueses em realizar com êxito essas reformas.<br />

Precisamos de fazê-lo com entusiasmo e com esperança,<br />

valorizan<strong>do</strong> o que é novo, premian<strong>do</strong> o risco e o êxito, evidencian<strong>do</strong><br />

o exemplo positivo como factor de mobilização social,<br />

combaten<strong>do</strong> as visões apocalípticas que alimentam a complacência<br />

e o conformismo.<br />

Minhas Senhoras e Meus Senhores: O 25 de Abril deu lugar, após<br />

eleições livres, à Constituição de 1976, de que se comemoram os<br />

20 anos de vigência.<br />

A Constituição consagrou, desde então, a possibili<strong>da</strong>de de criação<br />

de regiões administrativas. No espírito <strong>do</strong>s constituintes estava<br />

presente a necessi<strong>da</strong>de de contrariar uma grave tradição centralista<br />

e de utilizar a descentralização administrativa como um instrumento<br />

de planeamento e um poderoso estímulo ao desenvolvimento,<br />

corrigin<strong>do</strong> assimetrias e desfasamentos, que nos últimos 20 anos só<br />

se agravaram, valorizan<strong>do</strong> recursos e competências, fortalecen<strong>do</strong>,<br />

nesse senti<strong>do</strong>, a coesão nacional.<br />

Durante 20 anos não foi possível encontrar vontade política para<br />

levar por diante uma iniciativa legislativa que cumprisse esse preceito<br />

constitucional, que se manteve, e <strong>do</strong>tasse Portugal desse<br />

instrumento de gestão, planeamento e racionalização de recursos<br />

num patamar intermédio entre o Poder Central e o Poder Local<br />

consagra<strong>do</strong>s na Constituição <strong>da</strong> <strong>República</strong>.<br />

O debate, importa reconhecê-lo, centrou-se sempre mais na<br />

discussão <strong>do</strong>s inconvenientes de um modelo de descentralização<br />

político-administrativo que não corresponde ao normativo constitucional,<br />

o qual se limita a consagrar uma componente administrativa<br />

<strong>da</strong> descentralização. E, esse facto, descentrou a discussão<br />

<strong>da</strong> reflexão sobre a necessi<strong>da</strong>de de encontrar esse, ou outro,<br />

instrumento de planeamento e gestão de recursos que articule<br />

operacionalmente áreas geográficas intermunicipais.<br />

Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />

1996<br />

Jorge Sampaio<br />

Presidente <strong>da</strong> <strong>República</strong><br />

454<br />

Creio, Sras. e Srs. Deputa<strong>do</strong>s, que o debate sobre o processo<br />

de descentralização, que leve à criação de regiões administrativas<br />

no continente deverá ser encara<strong>do</strong> com to<strong>da</strong> a naturali<strong>da</strong>de.<br />

O facto de vários líderes de parti<strong>do</strong>s com assento parlamentar se<br />

terem manifesta<strong>do</strong> em apoio à necessi<strong>da</strong>de dessa reforma, já<br />

constitucionalmente consagra<strong>da</strong>, só deve favorecer a desdramatização<br />

<strong>do</strong> debate e contribuir para que ele se centre na questão de<br />

fun<strong>do</strong> — as vantagens e os inconvenientes de se a<strong>do</strong>ptar essa<br />

meto<strong>do</strong>logia de descentralização — e menos, se me permitem, nas<br />

questões de méto<strong>do</strong> e de calendário.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PS.<br />

O que importa sobre a descentralização administrativa <strong>do</strong> País,<br />

conheci<strong>da</strong> por regionalização, é a discussão sobre o fun<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

questão, sobre o que ela representa para o futuro de Portugal e<br />

<strong>do</strong>s portugueses.<br />

É sobre a questão de fun<strong>do</strong> que importa esclarecer os ci<strong>da</strong>dãos <strong>da</strong><br />

<strong>República</strong>. Tantas vezes, em torno desta discussão, avultam ideias<br />

feitas fruto de uma escassa pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> reforma que se deseja<br />

levar a cabo. O debate de fun<strong>do</strong>, nos termos em que actualmente<br />

está coloca<strong>do</strong>, parece só agora ter começa<strong>do</strong>. Em boa ver<strong>da</strong>de,<br />

tratan<strong>do</strong>-se de uma reforma <strong>da</strong> Administração só através dele se<br />

pode contribuir para a desejável aproximação entre o Esta<strong>do</strong> os<br />

ci<strong>da</strong>dãos.<br />

Numa matéria desta relevância, enten<strong>do</strong>, como tenho feito, dever<br />

continuar a advogar, e fi-lo desde o dia em que nesta Casa fui<br />

empossa<strong>do</strong>, a vantagem de se construir um consenso o mais amplo<br />

possível.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PS, <strong>do</strong> PSD e <strong>do</strong> CDS-PP.<br />

Sras. e Srs. Deputa<strong>do</strong>s: Sobre a questão de fun<strong>do</strong>, felizmente, a<br />

minha opinião é conheci<strong>da</strong>. Quanto ao demais, está o Presidente<br />

<strong>da</strong> <strong>República</strong> obriga<strong>do</strong> a fazer cumprir a Constituição que jurou<br />

e que só a vontade soberana desta <strong>Assembleia</strong> <strong>da</strong> <strong>República</strong>, <strong>do</strong>ta<strong>da</strong><br />

de poderes de revisão, pode alterar.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PS e <strong>do</strong> PSD.<br />

Mas, também, está o Presidente <strong>da</strong> <strong>República</strong> obriga<strong>do</strong> a interpretar<br />

as condições de garantia <strong>da</strong> coesão nacional, por isso tenho<br />

atribuí<strong>do</strong> tão alto significa<strong>do</strong>, como disse, à necessi<strong>da</strong>de de um<br />

amplo debate e de um consenso o mais amplo possível.<br />

Aplausos <strong>do</strong> PS, <strong>do</strong> PSD e <strong>do</strong> CDS-PP.

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