conteúdo integral do livro - Assembleia da República
conteúdo integral do livro - Assembleia da República
conteúdo integral do livro - Assembleia da República
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o representante<br />
<strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Social-Democrata,<br />
Sr. Deputa<strong>do</strong> Pedro Roseta.<br />
O Sr. Pedro Roseta (PSD): — Sr. Presidente<br />
<strong>da</strong> <strong>República</strong>, Sr. Presidente <strong>da</strong> <strong>Assembleia</strong> <strong>da</strong> <strong>República</strong>, Sr.<br />
Primeiro-Ministro, Sr. Presidente <strong>do</strong> Supremo Tribunal de<br />
Justiça, Sr. Cardeal-Patriarca de Lisboa, Sr. Chefe <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-<br />
-Maior-General <strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>s, Srs. Membros <strong>do</strong> Governo,<br />
Srs. Conselheiros <strong>da</strong> Revolução, Srs. Presidentes <strong>da</strong>s <strong>Assembleia</strong>s<br />
Regionais, Sr. Presidente <strong>do</strong> Governo Regional <strong>da</strong> Madeira, Srs.<br />
Deputa<strong>do</strong>s, Senhoras e Senhores: O Parti<strong>do</strong> Social-Democrata<br />
associa-se, pela minha voz, como maior parti<strong>do</strong> português à<br />
comemoração <strong>do</strong> 7º aniversário <strong>do</strong> 25 de Abril, que hoje nos<br />
reúne aqui.<br />
Pon<strong>do</strong> termo a uma guerra sem saí<strong>da</strong>, que impunha pesa<strong>do</strong>s<br />
sacrifícios aos Portugueses, acaban<strong>do</strong> com uma ditadura viola<strong>do</strong>ra<br />
<strong>do</strong>s direitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> pessoa humana, que nos fechava as<br />
portas <strong>da</strong> Europa, nos coarctava os contactos com tantos povos <strong>do</strong><br />
Mun<strong>do</strong> e mantinha entre nós uma socie<strong>da</strong>de injusta, eiva<strong>da</strong> de<br />
gritantes desigual<strong>da</strong>des, o movimento liberta<strong>do</strong>r de há sete anos<br />
permitiu o restabelecimento <strong>da</strong> democracia, <strong>da</strong> única legitimi<strong>da</strong>de<br />
ver<strong>da</strong>deira, a que decorre <strong>do</strong> sufrágio universal, directo e secreto, e<br />
a devolução <strong>da</strong> soberania ao seu detentor único, o povo português.<br />
Vozes <strong>do</strong> PSD: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Ao contrário <strong>do</strong> que parece suceder com outros, a nós<br />
impõe-se-nos fazer justiça a to<strong>do</strong>s os que, por qualquer forma, contribuíram<br />
para o triunfo <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de. Orgulhamo-nos de que<br />
muitos deles estejam hoje nas fileiras <strong>do</strong> PSD, alguns aqui mesmo<br />
senta<strong>do</strong>s na sua banca<strong>da</strong>. Mas prestamos sobretu<strong>do</strong> a devi<strong>da</strong> homenagem<br />
àquele que foi o seu fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r e presidente, tragicamente<br />
desapareci<strong>do</strong> há poucos meses, Francisco Sá Carneiro.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.<br />
Recor<strong>da</strong>mos o seu constante combate pela democracia, pelos<br />
direitos <strong>do</strong> homem, pela justiça social, e a sua luta, plena de<br />
coragem e digni<strong>da</strong>de, contra a opressão que esmagava os<br />
Portugueses. Nós, no PSD, não podemos consentir que quaisquer<br />
forças ou individuali<strong>da</strong>des não democráticas se reivindiquem<br />
agora <strong>da</strong> sua obra ou <strong>do</strong> seu pensamento, pois contra to<strong>da</strong>s elas,<br />
Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />
1981<br />
Pedro Roseta<br />
PSD<br />
163<br />
primeiro de direita e depois de esquer<strong>da</strong>, ele to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> se levantou<br />
vigorosamente.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> PPM e de alguns Srs. Deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> CDS.<br />
Não podemos também calar a nossa indignação por não ter si<strong>do</strong><br />
concedi<strong>da</strong>, por invoca<strong>da</strong>s razões processuais, a Ordem <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong>de,<br />
proposta pelo Governo para Sá Carneiro, Amaro <strong>da</strong> Costa e<br />
Patrício Gouveia.<br />
Mas, se ela foi formalmente recusa<strong>da</strong>, isso não impede o mais<br />
importante: é que esses três portugueses figuram já no coração<br />
<strong>do</strong>s nossos compatriotas, como grandes luta<strong>do</strong>res pela liber<strong>da</strong>de e<br />
por Portugal até à morte.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.<br />
Sr. Presidente, Srs. Deputa<strong>do</strong>s: Milhões de portugueses já lhes conferiram<br />
aquela que para nós é a ver<strong>da</strong>deira Ordem <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong>de.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.<br />
Sr. Presidente, Srs. Deputa<strong>do</strong>s: É evidente que o 25 de Abril pertence<br />
aos democratas e ao povo, aos que, na ver<strong>da</strong>de, querem a<br />
liber<strong>da</strong>de e a respeitam como bem <strong>do</strong> qual ninguém pode ser<br />
priva<strong>do</strong>. A homenagem maior é devi<strong>da</strong>, no entanto, a esse povo de<br />
Portugal, que, sem violências que noutras latitudes se teriam certamente<br />
verifica<strong>do</strong>, soube sacudir os terríveis jugos que, antes e depois<br />
de 25 de Abril, velhos e novos tiranos lhe quiseram impor.<br />
Vozes <strong>do</strong> PSD: — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Ele não consentirá jamais, agora, que a festa <strong>da</strong><br />
liber<strong>da</strong>de seja apropria<strong>da</strong> pelos que são os ver<strong>da</strong>deiros inimigos<br />
<strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de.<br />
Aplausos <strong>do</strong> PSD, <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong> PPM.<br />
Há quem queira transformar o 25 de Abril num ritual, num conjunto<br />
de palavras que se repetem a horas certas ou num pretexto<br />
para ganhos político-partidários ilegítimos, consegui<strong>do</strong>s à custa<br />
de pressões de rua, à margem <strong>do</strong> sufrágio popular. Para isso,<br />
arregimentam grupúsculos inconsistentes e quase inexistentes e<br />
os já muito conheci<strong>do</strong>s «companheiros de jorna<strong>da</strong>» para <strong>da</strong>r uma<br />
réstia de credibili<strong>da</strong>de pretensamente unitária ao seu frentismo<br />
antidemocrático. Mas os Portugueses sentiram na sua carne em<br />
1975 o terror e a violação de to<strong>do</strong>s e ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong><br />
homem, leva<strong>do</strong>s a cabo pelo Parti<strong>do</strong> Comunista, sabem que a sua<br />
ideologia esmaga e destrói o pluralismo e a liber<strong>da</strong>de.