conteúdo integral do livro - Assembleia da República

O importante, no entanto e neste momento, é que haja, de facto,
vontade política para levar às últimas consequências o melhor do
seu espírito, concretizando um reciprocamente mais proveitoso e
mais fraterno relacionamento com todos os países de língua oficial
portuguesa.
Resta o terceiro D, o do Desenvolvimento, que continua longe de
cumprir — e que é, exactamente, de entre todos, aquele cuja realização
menos dependia da vontade e da acção dos militares de
Abril. Pois bem: não restam hoje dúvidas a nenhum português de
que nunca como hoje houve condições para concretizar esse
terceiro D, para fazer de Portugal um País desenvolvido e moderno
que deixe de ser o «parente pobre» dos outros países europeus,
antes se situando progressivamente ao seu nível.
O anterior e o actual governos gozaram e gozam de condições
absolutamente excepcionais, quer do ponto de vista económico-
-financeiro, quer mesmo do ponto de vista político, para fazer
cumprir este terceiro D — o do Desenvolvimento. Isto mesmo foi
Sessão solene comemorativa do 25 de Abril
1988
Hermínio Martinho
PRD
330
confirmado pelo Sr. Primeiro-Ministro quando, após a recente
cimeira de Bruxelas, afirmou ao País não haver mais desculpas
para os Portugueses verem os seus níveis de vida equiparados aos
dos outros países da CEE. Os Portugueses desejam e merecem isto
mesmo e, se o actual Governo o não vier a conseguir, decerto não
lhe perdoarão. Infelizmente, não nos parece que o esteja a conseguir
tanto quanto seria possível e desejável.
Até porque, para o conseguir, é necessário, é indispensável, manter
inteira fidelidade ao espírito do 25 de Abril, ao espírito
democrático da tolerância, do diálogo, da defesa dos mais desfavorecidos,
da justiça e do progresso.
Mas, amanhã e sempre, é nossa firme convicção que o espírito do
25 de Abril e os seus generosos ideais vão triunfar.
Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal!
Aplausos do PRD, do PS, do PCP, de Os Verdes e da ID.