conteúdo integral do livro - Assembleia da República
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Entretanto, porém, é útil que as instituições emergentes <strong>do</strong> sufrágio<br />
popular, como o Presidente <strong>da</strong> <strong>República</strong> e a <strong>Assembleia</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>República</strong>, ou com especiais responsabili<strong>da</strong>des na defesa <strong>da</strong> legali<strong>da</strong>de,<br />
como os tribunais, encontrem os meios necessários para<br />
assegurar o aumento <strong>do</strong> seu prestígio e para promover a sua<br />
maior adequação às necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> país real.<br />
O CDS, pelo seu la<strong>do</strong>, está tão interessa<strong>do</strong> em contribuir para a<br />
dignificação <strong>do</strong> pluralismo democrático como empenha<strong>do</strong> está na<br />
defesa e reforma <strong>da</strong>s instituições, de mo<strong>do</strong> que o sistema político<br />
em Portugal seja capaz de se sintonizar, em profundi<strong>da</strong>de, com o<br />
senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil.<br />
Para nós, um ideal 25 de Abril é também, neste plano, um ideal<br />
de mu<strong>da</strong>nça, uma capaci<strong>da</strong>de de regeneração, um aprender de<br />
experiência.<br />
Nesta perspectiva o sau<strong>do</strong>sismo <strong>do</strong> 11 de Março é tão prejudicial<br />
ao 25 de Abril como o sau<strong>do</strong>sismo <strong>do</strong> antigo regime — ambos são<br />
adversários <strong>da</strong> democracia.<br />
Aplausos <strong>do</strong> CDS.<br />
Este tema merece <strong>da</strong> nossa parte, Srs. Deputa<strong>do</strong>s, representantes<br />
eleitos <strong>do</strong> Povo, uma cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sa reflexão, quan<strong>do</strong> presenciamos<br />
aquilo que parecem ser ambíguas manifestações de restauracionismo<br />
militar na nossa socie<strong>da</strong>de.<br />
Conhecemos os preceitos normativos <strong>da</strong> nossa Constituição, cujo<br />
projecto final não aprovámos, mas que nos comprometemos a<br />
respeitar, e temos respeita<strong>do</strong>.<br />
Não ignoramos, to<strong>da</strong>via, que o senti<strong>do</strong> ético e político <strong>do</strong> regime<br />
aponta, como repeti<strong>da</strong>mente tem si<strong>do</strong> afirma<strong>do</strong> pelos mais legítimos<br />
responsáveis <strong>do</strong> País, para a inequívoca subordinação <strong>da</strong> força<br />
militar ao poder civil democrático.<br />
O Sr. Rui Pena (CDS): — Muito bem!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Esse é também um senti<strong>do</strong> de mu<strong>da</strong>nça claramente<br />
inscrito no nosso horizonte institucional. Tu<strong>do</strong> o que seja contrariar<br />
a clareza dessa senti<strong>do</strong> é, objectivamente, desfavorável à<br />
democracia.<br />
Aplausos <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s independentes ex-PSD.<br />
A recor<strong>da</strong>ção de que o «MFA está cá» pode constituir uma evocação<br />
de artigos <strong>do</strong> texto constitucional aprova<strong>do</strong>s antes <strong>do</strong> 25 de<br />
Novembro, mas a ver<strong>da</strong>de é que não consta <strong>da</strong>s disposições<br />
aprova<strong>da</strong>s depois dessa <strong>da</strong>ta.<br />
O Sr. Rui Pena (CDS): — Muito bem!<br />
Sessão solene comemorativa <strong>do</strong> 25 de Abril<br />
1979<br />
Nuno Abecassis<br />
CDS<br />
83<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — Assim, é uma recor<strong>da</strong>ção que nós julgamos ao<br />
arrepio <strong>da</strong> dinâmica democrática e <strong>do</strong> carácter transitório <strong>do</strong> presente<br />
perío<strong>do</strong>, constitucional.<br />
Vozes <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s independentes ex-PSD: — Muito<br />
bem!<br />
Vozes <strong>do</strong> PS: — Não apoia<strong>do</strong>!<br />
O Ora<strong>do</strong>r: — A nosso ver, na<strong>da</strong> a justifica. Nem sequer a legitimam<br />
alguns ataques desgarra<strong>do</strong>s, inconsequentes e injustos que<br />
por vezes se ouvem contra a instituição militar.<br />
Não é por nas forças arma<strong>da</strong>s ter havi<strong>do</strong> quem tivesse traí<strong>do</strong> as<br />
promessas feitas ao povo em 25 de Abril que se pode pôr em causa<br />
o senti<strong>do</strong> histórico, nacional e patriótico <strong>da</strong> instituição militar.<br />
Aplausos <strong>do</strong> CDS.<br />
Hoje, 25 de Abri1, sau<strong>da</strong>mos solenemente a instituição militar, na<br />
sua hierarquia legítima, aqui representa<strong>da</strong> pelo seu coman<strong>da</strong>nte<br />
supremo, e manifestamos o nosso profun<strong>do</strong> apreço, o nosso<br />
respeito e o nosso orgulho pelas multisseculares e gloriosas forças<br />
arma<strong>da</strong>s portuguesas.<br />
Aplausos <strong>do</strong> CDS e <strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s independentes ex-PSD.<br />
Sr. Presidente <strong>da</strong> <strong>República</strong>, Sr. Presidente <strong>da</strong> <strong>Assembleia</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>República</strong>, Srs. Deputa<strong>do</strong>s: Decorri<strong>do</strong>s que vão cinco anos sobre<br />
a madruga<strong>da</strong> <strong>do</strong> 25 de Abril, é tempo de romper o dia, num ideal<br />
25 de Abril que foi prometi<strong>do</strong> ao povo português, no respeito <strong>do</strong><br />
pluralismo democrático e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil.<br />
Um 25 de Abril em que os pais vejam com tranquili<strong>da</strong>de um<br />
futuro seguro para os seus filhos, enquadra<strong>do</strong>s por uma escolari<strong>da</strong>de<br />
que em extensão e competência, não nos envergonhe; em que os<br />
jovens encontrem um merca<strong>do</strong> de trabalho amplo e diversifica<strong>do</strong>,<br />
quan<strong>do</strong> chegar a altura de ingressarem na vi<strong>da</strong> activa; em que a<br />
prosperi<strong>da</strong>de recompense o trabalho, de mo<strong>do</strong> que o dia de<br />
amanhã seja mais fácil de vencer <strong>do</strong> que o de hoje; em que os<br />
<strong>do</strong>entes se sintam protegi<strong>do</strong>s, acarinha<strong>do</strong>s e trata<strong>do</strong>s, de mo<strong>do</strong><br />
que rapi<strong>da</strong>mente possam voltar a <strong>da</strong>r o seu contributo ao esforço<br />
social <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de; em que as famílias que se constituem<br />
encontrem um lar acessível e digno, onde se possam desenvolver<br />
e solidificar; em que os velhos e os reforma<strong>do</strong>s recebam os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
e o carinho que o seu esforço passa<strong>do</strong> justifica e exige — esse 25<br />
de Abril, ain<strong>da</strong> hoje está por construir.<br />
Vozes <strong>do</strong> CDS: — Muito bem!