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Sylvia sorriu.<br />

Tomás pode perceber a malícia que havia naquele sorriso e, encorajado, murmurou:<br />

—Eu a pegarei no fim da tarde, está bem? Poderemos nos encontrar aqui nesta farmácia que é para não haver a possibilidade de se<br />

criar uma situação constrangedora.<br />

A moça ficou em silêncio por alguns instantes e, depois, ampliando mais o sorriso, falou:<br />

— Está certo. Estarei aqui por volta de seis horas.<br />

*******<br />

Tomás passou o resto do dia trabalhando.<br />

Foi a diversas repartições, foi a Bancos, encontrou-se com importadores de diversas mercadorias que, naquela época, tinham imenso<br />

valor de mercado e que, por isso mesmo, faziam a fortuna daqueles que tinham a sorte de lidar com elas.<br />

Esteve, perto de cinco horas da tarde, no escritório de Hennessy mas Sylvia não se encontrava lá.<br />

Uma outra moça, feiosa e sem sal, disse-lhe que ela pedira para sair mais cedo pois não estava se sentindo muito bem.<br />

A notícia deixou Tomás um tanto quanto decepcionado pois se Sylvia não estava bem, era de supor que ela faltaria ao encontro marcado.<br />

Erguendo os ombros, procurando se conformar com a idéia de jantar sozinho depois de já ter planejado e imaginado a companhia de<br />

Sylvia, ele disse:<br />

— Bem... Espero que ela melhore depressa...<br />

Falou rapidamente com Hennessy, disse-lhe que o negócio poderia ser realizado nos termos que ele estava pretendendo e, ao passar<br />

pela mesa da recepção, viu a outra moça bufando de raiva, debruçada sobre a máquina de escrever e resmungando que Sylvia tinha<br />

sido muito esperta de ficar doente logo num dia em que havia tanto serviço para fazer.<br />

Ganhando a rua, Tomás estava desapontado.<br />

Apressara-se o mais possível para resolver todos os problemas do dia até aquela hora pois tinha a esperança de sair do escritório de<br />

Hennessy e já se encontrar com Sylvia mas, pelo<br />

visto, seus projetos tinham ido por água abaixo.<br />

Sem ter o que fazer, ele hesitou entre voltar para o hotel ou ficar perambulando à toa pelas ruas do Centro do Rio, vendo vitrinas,<br />

comprando alguma coisa para Jeanne.<br />

Jeanne!<br />

Com uma pontada no coração, percebeu que era a primeira vez, desde que começara a trabalhar ali no Rio de Janeiro, que lembrava<br />

da mulher.<br />

Justificou-se dizendo para si mesmo que tivera muito o que fazer durante o dia mas, em seu íntimo, ele sabia muito bem que a<br />

substituíra, pelo menos durante aquelas últimas horas, pela imagem de Sylvia.<br />

Procurou explicar para si mesmo porque Sylvia o impressionara tanto. Era bem verdade que possuía uma beleza indiscutível mas...<br />

Jeanne também era bela e, na verdade, chamava ainda mais a atenção com seus olhos muito azuis e com seus cabelos cor de fogo.<br />

Os olhos...<br />

Sim, talvez fosse isso mesmo!<br />

Nem tanto os olhos, muito mais o olhar...<br />

Sylvia irradiava meiguice enquanto Jeanne...<br />

Tomás não podia dizer que Jeanne não fosse meiga. Ela o era, aliás, sabia sê-lo!<br />

Mas...<br />

Sylvia era naturalmente meiga...<br />

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