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em bordéis e de não ter que correr o risco de ficar doente apenas para satisfazer seus anseios sexuais, já era mais do que motivo para<br />
que Jacob respeitasse e quisesse bem àquela moça.<br />
Como se não bastasse, Jeanne estava mostrando que era capaz de ser a mulher dos sonhos de qualquer homem.<br />
E isso, em todos os sentidos.<br />
Ela fazia Jacob se sentir satisfeito sob todos os aspectos, quer domésticos, do ponto de vista da organização do lar, quer sob o aspecto<br />
meramente sexual...<br />
Mas, se Jacob estava mais do que satisfeito, o mesmo não se dava com Jeanne.<br />
Era bem verdade que ela não tinha o menor motivo para se queixar. Jacob supria as suas mínimas necessidades materiais e, em<br />
nenhum momento deixara de ser atencioso ou deixara de manifestar a paixão e o desejo que sentia por ela.<br />
E era justamente aí que Jeanne não estava feliz...<br />
No campo de batalha em que se transformava a cama do casal praticamente todas as noites, ela estava sendo derrotada. Jacob se<br />
esforçava, se desdobrava, bufava e gemia...<br />
Não se poderia dizer que ele era inexperiente, incompetente ou o que quer que fosse. Muito pelo contrário, aliás.<br />
Mas, apesar de todo o esforço de Jacob, Jeanne não conseguia atingir a plenitude do prazer.<br />
Faltava sempre alguma coisa, parecia-lhe faltar vencer mais um ou dois degraus para que pudesse chegar ao êxtase, para que<br />
pudesse se sentir realizada e satisfeita.<br />
E Jeanne não queria contar a Jacob esse seu problema.<br />
Com o passar do tempo, ela foi se acostumando, foi achando que era assim mesmo e que as outras mulheres com quem conversava<br />
a respeito dessas coisas, mentiam ao descrever as sensações maravilhosas que experimentavam.<br />
Para ela, o ato sexual era agradável, ela sentia uma porção de coisas mas...<br />
Continuava incompleto e, enquanto Jacob virava para o lado e adormecia, cansado e satisfeito, ela ficava rolando na cama, o corpo<br />
ardendo de desejo, a alma frustrada e revoltada consigo mesma por não ter atingido o orgasmo.<br />
Era nesses momentos, enquanto Jacob roncava, que ela tentava, de todas as maneiras descobrir, ela mesma, a forma de atingir o prazer.<br />
Marianne, uma sua amiga, dissera-lhe muito confidencialmente — e fora a única a confessar — que só chegava ao orgasmo assim,<br />
trabalhando seu corpo ela mesma...<br />
E Jeanne tentou imitá-la.<br />
Sem qualquer sucesso.<br />
As sensações se repetiam, talvez de uma maneira um pouco mais intensa, mas... Jamais chegava ao clímax.<br />
Por fim, desanimada, aborrecida consigo mesma, ela acabava por dormir e...<br />
Aí sim, em seus sonhos, ela conseguia atingir o orgasmo.<br />
Sonhava que um homem muito bonito e muito forte a agarrava e, apesar de seus esforços para impedi-lo, acabava possuindo-a,<br />
acabava fazendo com ela coisas incríveis, indescritíveis...<br />
No começo, Jeanne se opunha mas, depois que ele iniciava os carinhos, ela se abandonava aos seus caprichos e vibrava... Sentia<br />
vibrar cada um de seus nervos, sentia as contrações<br />
espásticas dos músculos e não foram poucas as vezes que Jacob a acordara, preocupado, dizendo que ela estava gemendo.<br />
Quando despertava, Jeanne sorria e, erguendo os ombros, dizia, para si mesma:<br />
— Bem... Pelo menos assim... Afinal de contas, de uma maneira ou de outra, consigo chegar lá...<br />
E passava o dia inteiro com a imagem do belo e estranho cavalheiro que a visitara durante o sonho e com a lembrança, em seu corpo,<br />
de todos os carinhos recebidos...<br />
Uma lembrança que a deixava excitada como se ele ainda estivesse ali, a acariciar seus seios, suas coxas, seu ventre.<br />
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