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— Meu Deus! — murmurou, vendo todas as cédulas que apareciam no bolso do paletó de Berthelot — Onde é que ele conseguiu esta<br />

fortuna?!<br />

Olhou para os lados. Não havia ninguém na rua àquela hora.<br />

Ninguém jamais perceberia o que ele estava para fazer...<br />

Rapidamente, o policial apanhou o bolo de dinheiro, meteu-o dentro da túnica e, só depois de tornar a abotoá-la é que pegou seu<br />

apito e começou a soprar, chamando a atenção dos moradores da pacata e tranquila Rue de la Huchette.<br />

Viu que pessoas se aproximavam, algumas ainda em trajes de dormir, avistou o seu colega de plantão no posto policial e, cambaleando<br />

como se estivesse sentindo tonturas por causa da visão do sangue, ele se afastou dali, dizendo:<br />

— Preciso tomar alguma coisa... Detesto sangue! Detesto esse<br />

tipo de coisa!<br />

CAPÍTULO 2<br />

A cabeça lhe doía ao menor movimento e, quando Jacob tentou mudar de posição na cama, sentiu tonturas, parecendo que o mundo<br />

inteiro estava se mexendo.<br />

Aos poucos, as imagens do que acontecera na véspera foram se formando em sua mente e, mais uma vez, sentiu uma raiva surda<br />

invadir sua alma.<br />

Lembrou-se dos dois gorilas pondo-o para fora do bordel, pareceu-lhe ouvir, ainda, os gritos da mulher dizendo que ele era mais um<br />

dos muitos judeus nojentos que estavam fazendo a França ir à falência...<br />

E, então, ele sentiu o aroma de pão torrado, escutou o barulho de panelas na cozinha.<br />

Franziu as sobrancelhas, intrigado, murmurando:<br />

— Mas... Que diabo...? Estou sozinho em casa! Quem será que está fazendo torradas?<br />

Tentou erguer a cabeça do travesseiro mas a dor voltou, implacável e avassaladora, fazendo-o desistir da idéia com um gemido cheio<br />

de sofrimento.<br />

Nesse instante, ele viu surgir, à porta do quarto, aquela moça.<br />

Era muito bonita, não teria mais que dezesseis ou dezessete anos de idade e estava sorrindo para ele, trazendo nas mãos uma<br />

bandeja com o desjejum.<br />

— Bom dia! — exclamou ela, alegre — Está melhor?<br />

E, com uma expressão maliciosa, acrescentou:<br />

— Acho que você se excedeu um pouco na bebida, não é mesmo?<br />

Jacob não respondeu.<br />

Limitou-se a olhar espantado para ela, tentando encontrar uma explicação para a sua presença ali.<br />

Sim...<br />

Ela era lindíssima... Possuía olhos muito azuis, os cabelos bem ruivos emoldurando um sorriso que mostrava alguma coisa de<br />

misterioso, de terrivelmente encantador. Seu corpo, que ele podia adivinhar sob uma de suas camisas, era bem feito, cheio e generoso<br />

e as pernas nuas, muito bem torneadas, a pele lisa e, já aos olhos, macia e quente.<br />

O fato de a moça estar usando à guisa de robe-de-chambre, uma de suas camisas, era mais do que significativo...<br />

Com sacrifício, pois mover a cabeça era algo muito doloroso, Jacob olhou para o lado direito de sua cama.<br />

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