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tentara todos os recursos para evitar o envelhecimento. Passara cremes, fizera massagens, ginástica, utilizara processos modernos<br />

e lançara mão de fórmulas estranhas e exóticas que se lembrara de ver Gabrielle receitar para suas clientes.<br />

Nada dera certo.<br />

O envelhecimento continuava, parecendo até mais intenso depois de cada uma das tentativas que ela fazia para impedi-lo.<br />

Enquanto isso, ela podia ver a fotografia de Simone nas capas e páginas internas de revistas femininas, de revistas de negócios e,<br />

ainda, muitas e muitas vezes, na televisão. Ela parecia cada vez mais linda, mais cheia de vida e de realização.<br />

— Isso vai acabar! — dizia Jeanne, com raiva — Vai acabar e, então...<br />

Olhando para o vazio à sua frente, apertando os olhos já bem enrugados e com grandes bolsas nas pálpebras inferiores, ela<br />

murmurava:<br />

— ...então, Simone... Você há de rastejar aos meus pés!<br />

Porém, para desespero de Jeanne, ela não via esse dia chegar.<br />

Sabia que, para poder fazer alguma coisa contra Simone, precisaria se aproximar dela, precisaria atraí-la de uma tal maneira que sua<br />

aura tivesse condições de influir na da jovem e isso, justamente isso, parecia ser impossível.<br />

Simone estava permanentemente em companhia de outras pessoas e, isso atrapalhava os planos da francesa.<br />

— Preciso apanhá-la sozinha, em algum lugar onde ninguém possa me impedir de tocá-la, de abraçá-la... — dizia.<br />

Começou a seguir os passos de Simone de modo a poder estar a par de toda a sua rotina, exatamente como faria um bandido que<br />

estivesse interessado em seqüestrar a moça. Mas, depois de um mês, Jeanne chegou à conclusão que Simone jamais estaria sozinha.<br />

— A não ser à noite, em seu quarto e ali, eu não posso entrar...<br />

Parecia ser impossível. Simone era absolutamente inacessível e seus advogados repeliram energicamente todas as tentativas de<br />

Jeanne de uma entrevista a sós com a jovem.<br />

Já desesperada, vendo que não conseguiria coisa nenhuma por meios normais, Jeanne decidiu pedir ajuda a Satã e, numa sexta-feira<br />

à noite, invocou-o.<br />

*******<br />

Satã atendeu ao seu chamado com visível mau humor.<br />

— Não sei por que me chamou — disse ele.<br />

Como da última vez em que aparecera, Satã se mostrava ao natural, naquele seu horripilante aspecto de monstro semi-humano, com<br />

chifres. Desta vez, Jeanne notou que ele tinha os membros inferiores como as patas traseiras de um bode e isso lhe causou uma<br />

impressão desagradável pois em seu pensamento, lembrou-se das vezes em que se sentira tão arrebatada por aquele ser... Seria<br />

possível que tivesse mantido relações com um monstro daqueles?!<br />

Tomou muito cuidado para que esse pensamento não transparecesse em sua fisionomia e, respirando fundo, disse:<br />

— Preciso de ajuda, Príncipe das Trevas. Não consigo me aproximar de Simone.<br />

Satã balançou a cabeça negativamente e falou:<br />

— Eu a avisei de que de nada adiantaria usar meios sobrenaturais para tentar essa aproximação. Não posso ajudá-la.<br />

— Mas isso não é possível! — exclamou Jeanne — Você tem poderes que eu não tenho! Não é possível que não consiga arrumar uma<br />

maneira de Simone ficar perto de mim!<br />

O Príncipe das Trevas ficou calado e Jeanne percebeu que, pela primeira vez, ele não estava rindo, não estava soltando aquelas<br />

gargalhadas de sempre.<br />

— Não posso fazer nada — repetiu Satã.<br />

E, ríspido, acrescentou:<br />

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