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— Vou procurar por Simone, de qualquer jeito — pensou — Talvez o Príncipe das Trevas ainda a queira, mesmo que não seja mais virgem...!<br />
E, vendo Satã desaparecer, pensou:<br />
— Afinal de contas, nos dias de hoje, pensar em virgindade é a maior estupidez...<br />
CAPÍTULO 31<br />
Simone acordou com a certeza de que era feliz e de que essa felicidade iria perdurar para todo o sempre.<br />
Jorge tinha sido formidável e ela, para sua surpresa, tivera a impressão de que já estava casada com ele havia muitos e muitos anos,<br />
tal a identidade que ambos conseguiram e tal a intensidade de prazer que sentiram.<br />
Mesmo tendo sido, para Simone, a primeira vez...<br />
Como resultado daquela noite de extravagâncias e de malabarismos amorosos, ela acordou com o corpo dolorido e uma preguiça<br />
imensa de sair da cama.<br />
— Pois fique deitada mais um pouco, querida... Enquanto repousa, eu irei ver aquele último endereço que nos deram. Talvez tenha<br />
sorte e, assim, à tarde voltarei lá com você.<br />
Simone relutou um pouco, achava injustiça Jorge ir sozinho. Mas acabou cedendo. A cama estava tão boa, o dia estava tão bonito...<br />
Sim... Seria uma boa idéia ela ficar por ali no período da manhã. Um pouco mais tarde, quando levantasse, aproveitaria para fazer<br />
algumas compras em Copacabana, ou talvez em Ipanema.<br />
Viu Jorge deixar o quarto e, olhando para o teto, pensou:<br />
— Tomara que ele encontre Mãe Antônia. Agora, depois desta noite, sei que não vou conseguir ficar sem ele... Quero esse casamento<br />
e o mais depressa possível!<br />
Ficou na cama sonhando com a vida que teria a partir do instante em que estivesse casada com Jorge e, perto de dez horas da<br />
manhã, Simone se levantou.<br />
Tomou um bom banho ainda sentindo no corpo os carinhos de Jorge e, vestida com simplicidade, saiu do hotel para perambular pelas<br />
lojas, um esporte que a imensa maioria das mulheres pratica e que para ela, devido ao ritmo alucinante de trabalho que se impusera,<br />
era proibido.<br />
Saiu do Copacabana Palace, andou um quarteirão pela Avenida Atlântica e entrou à direita para pegar a Nossa Senhora de Copacabana.<br />
Foi justamente quando estava entrando nessa avenida, que ela a viu.<br />
Sentiu um frio no estômago ao reconhecer Jeanne que, vendo-a também, abria um sorriso que mais parecia um espasmo de dor, e<br />
começava a caminhar em sua direção.<br />
Por um breve momento, Simone pensou em esperá-la, em cumprimentá-la. Afinal de contas, tinha sido companheira de seu pai por<br />
tantos anos... Não seria educado fingir que não a via ali, no Rio de Janeiro, uma cidade estranha.<br />
Lembrou-se que Jorge, quando ligara para o pai, recebera a notícia de que Jeanne assinara, finalmente, o acordo. Assim, havia mais<br />
um motivo para que Simone fosse, ao menos cortês com a velha.<br />
Mas...<br />
Havia alguma coisa de estranho, ali...<br />
Simone sentiu de repente uma repulsa terrível por aquela mulher e, sem se dar conta, virou-lhe as costas e começou a andar<br />
apressada, de volta para o hotel.