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Pôs-se de pé, mostrando sem a menor cortesia que a visita terminara e disse:<br />

— Nós já não estávamos vivendo bem há muitos anos. Isso serve apenas para precipitar os acontecimentos, Marly... E pode acreditar<br />

que até fico contente com isso.<br />

Ergueu os ombros, num gesto de indiferença e completou:<br />

— Fiquei surpresa, a princípio pois jamais pensei que Tomás fosse conseguir juntar coragem para fazer uma coisa assim. Muito pelo<br />

contrário, ele sempre me pareceu pacato demais, caseiro demais...<br />

Sorriu, estendeu a mão para a amiga e murmurou:<br />

— Ora... Se é assim que ele quer, se isso o faz feliz... Não tenho nenhum direito de interferir em sua felicidade. O máximo que poderei<br />

fazer será ajudá-lo. E a melhor ajuda, num momento como este, acho que é mostrar que sou compreensiva e nem um pouco rancorosa!<br />

Marly deixou o apartamento de Jeanne intrigada e frustrada.<br />

Intrigada, por que não acreditara em nenhum momento que aquela reação da francesa pudesse ser autêntica e frustrada por que<br />

gostaria de ter visto Jeanne se descabelar, se desesperar...<br />

E isso não acontecera...<br />

Muito pelo contrário, com exceção dos primeiros momentos, quando Jeanne ainda não compreendera bem o que é que tinha acontecido,<br />

a francesa se portara com uma altivez e dignidade típicas de uma rainha.<br />

— Não tem importância, Jeanne... — murmurou Marly quando já estava na calçada — Um dia, toda essa sua arrogância vai desaparecer...<br />

Um dia você há de levar o seu tombo! Todo pinheiro tem seu dia de machado!<br />

126<br />

*******<br />

Mas Marly estava enganada.<br />

Jeanne ficara muitíssimo abalada com aquela notícia não apenas por que ela trazia em seu bojo a comprovação de que Tomás possuía<br />

uma herdeira mas, também, porque ela não tinha sido avisada de nada.<br />

Avisada por Satã, é claro!<br />

Jeanne estava muito mais furiosa com o Príncipe das Trevas do que com o marido prevaricador. Para ela a traição não tinha sido de<br />

Tomás, mas sim de Satã que, segundo o que a francesa entendia, teria tido a obrigação de alertá-la quanto à existência não apenas da<br />

outra mulher mas principalmente, quanto à existência da filha! Isso sim, era terrível!<br />

— Ele pode não ter reconhecido a menina... — murmurou.<br />

Era uma possibilidade. E a maneira mais simples de verificar, era indo até Tomás e perguntando.<br />

Marly dissera o nome da mulher, Sylvia... Dissera que ela era uma antiga funcionária da empresa e, com um esforço de memória,<br />

Jeanne conseguiu lembrar dela.<br />

— Tomás não tem mau gosto — disse a francesa quando arrancou da memória o rosto de Sylvia — Mas em compensação, faz tudo<br />

errado... Ele jamais deveria ter arrumado uma filha com quem quer que fosse!<br />

Com raiva, acrescentou:<br />

— Só se tivesse sido comigo... Mas...<br />

Ela não engravidara. Jamais tomara qualquer precaução e na verdade houve uma época em que Jeanne quis muito ter um filho de<br />

Tomás, logo no início de seu relacionamento.<br />

Mas ela não engravidara...<br />

E Jeanne sabia porquê.<br />

Fora Satã...

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