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Parecia mentira o que estava acontecendo! As luzes se acendiam de repente, tudo ficava claro... E ela se enchia de esperanças.<br />
— Realmente — disse Jeanne em voz alta — O Príncipe das Trevas é muito poderoso!<br />
Nesse instante, Jeanne escutou uma risada e no momento seguinte, uma voz lhe disse:<br />
— É muito bom que você saiba disso, Jeanne! Assim, jamais vai tentar me passar para trás! Sabe que se eu quiser...<br />
Dominando o susto e o medo que sempre sentia quando esses fenômenos ocorriam, Jeanne falou:<br />
— Não pretendo passá-lo para trás, Príncipe das Trevas! Mas pode deixar que eu faço questão que você cumpra tudo o que me<br />
prometeu. E, por enquanto, apenas recebi o meu dinheiro de volta. Isso não é tudo, não é verdade?<br />
Mais uma vez, Satã riu. Ao mesmo tempo que um horrível cheiro de enxofre invadia a<br />
sala, ele falou:<br />
— Não, Jeanne... Isso não é tudo. Você ainda terá, daqui a pouco, provas concretas de meu poder.<br />
Jeanne lembrou, de repente, da conversa que tivera com Regina ao telefone. Mais uma vez, sentiu um ódio mortal por ela e disse:<br />
— Há uma mulher que me magoou... Que me humilhou! E eu quero que você a castigue! Creio que ela merece uma punição para<br />
aprender a não se fazer de superior aos outros!<br />
Satã respondeu, a voz muito profunda:<br />
— Você mesma fará isso, Jeanne. Já se esqueceu que tem poderes? Já esqueceu que pode fazer muita coisa com a Magia Negra?<br />
— Mas eu não sei nada sobre isso! — protestou ela — Nem sequer cheguei a ser iniciada como feiticeira!<br />
A voz de Satã soou, severa:<br />
— Você tem um pacto com o Príncipe das Trevas, Jeanne. É mais do que natural que faça alguns... feitiços! E você sabe muito bem<br />
como fazê-los... Basta que apanhe aquele livro velho que trouxe do bangalô de Gabrielle!<br />
Assim dizendo, Satã riu mais uma vez e silenciou.<br />
Nesse momento, Serafina surgiu na sala perguntando:<br />
— Com quem a senhora estava falando, dona Jeanne?<br />
Jeanne olhou espantada para a empregada e disse:<br />
— Com ninguém, ora essa! Ficou louca? Está ouvindo vozes?<br />
Serafina fez uma expressão de dúvida e, farejando o ar como um cão sabujo, comentou:<br />
— Mas que cheiro de enxofre... Até parece que um Exu baixou nesta sala!<br />
Jeanne não entendeu muito bem o que a empregada queria dizer com aquilo mas percebeu que o melhor a fazer era mudar<br />
rapidamente de assunto e, quase ríspida, disse:<br />
— Terei uma visita importante esta noite, Serafina... Por isso, gostaria que preparasse uns salgadinhos e uma torta de maçãs... Se<br />
não me engano era esse doce que Tomás disse preferir.<br />
******<br />
Enquanto esperava a chegada de Tomás Camargo, Jeanne resolveu seguir o conselho de Satã e, apanhando entre seus guardados o<br />
velho livro de Gabrielle, abriu-o ao acaso, sem a<br />
menor idéia de onde começar a procurar os feitiços que poderia fazer para prejudicar Regina.<br />
Sorriu ao ver que a mão do Príncipe das Trevas estava presente: o livro se abriu exatamente na página certa. Leu o texto com toda<br />
a atenção e, com um sorriso maldoso nos lábios,<br />
pôs-se em ação.<br />
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